18: Ser Forte Para Todos Eles.

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Ponto de Vista de Lucinda Hall.

Elliot virou um amigo, eu poderia dizer isso, mesmo com todos aqueles problemas do ano passado, aos poucos nós fomos descobrindo que tínhamos mais em comum do que pensávamos, então as coisas foram se ajeitando. Atualmente ele tinha um lugar guardado no grupo de pessoas que importavam para mim, e mesmo com tudo, eu estava feliz que minha mãe tinha ele, ele era um homem bom, e um pai bom, e o principal, ele estava tentando.

Igual a todos na mesa, ele também desmostrava estar preocupado comigo, e aquilo me fazia lembrar de um tempo em que eu nunca esperaria aquilo. Antes era a família Moore e eu, mas aquilo havia mudado, agora nós todos formávamos uma família, eles eram minha família, incluindo Elliot.

Ponto de Vista de Elliot Moore.

Mesmo que aqueles almoços aos domingo fossem bem mais frequentes do que antes, aquele em específico tinha uma função, e a função era mostrar a Lucinda que toda a família estava ao seu lado para lhe dar apoio nesse momento difícil, eu, sua mãe, e seus irmãos.

Eu voltava a pensar em como minha enteada entrou na vida da minha família a quase dois anos atrás. Lucinda era diferente de todos, e ao mesmo tempo, a que mais tinha em comum com todos, especificamente comigo. Quando Florence me contou sua situação, e principalmente depois que eu a conheci pessoalmente, eu pensava comigo mesmo "Essa menina sou eu 20 anos atrás". Mas a verdade era que Lucinda surpreendeu a todos, e principalmente a mim, tínhamos muitas coisas em comum, mas ela não era igual a mim, ela era melhor.

□ □ □

Um ano atrás...

Minha cabeça girava, meu coração começava a bater mais rápido. Meu Deus! Eu estava tão bem todos aqueles anos sem ter que passar por aquela apreensão de novo, aquela angústia, aquele medo. Porém eu fiquei neutro, enquanto abraçava Flore que tremia e chorava sem parar.

- Ela vai morrer! Ela vai morrer, Elliot! - tentei segurá-la para que não caísse no chão.

Todo aquele caos era exorbitante, aquele aparelho apitando, as pessoas falando e gritando, o som dos choques, a correria. Como eu queria sair daquela situação! Tentei segurar as lágrimas, o medo começou a subir em mim, a sensação de que eu estava prestes a perder minha filha, minha pequena Willow, tomou conta de mim. Aqueles choques não pararavam, eles não paravam!

- Willow! - Flore chorou - Elliot, minha filha... minha filha!

Eu não conseguia falar, eu não podia falar. Eu engoli em seco e continuei a segurá-la segurando as lágrimas. Eu queria poder emitir qualquer som que dissesse " Vai ficar tudo bem". Mas mal conseguia pensar direito. Lucas e Aaron quase arrancavam os cabelos, minha mãe e a mãe de Florence passavam mal. Estavam todos desabando, e Florence continuava a olhar aterrorizada para a janela do quarto. O professor parecia estar prestes a arrombar a porta.

Foi ai que finalmente tudo pareceu se acalmar lá dentro. O barulho diminuiu, os choques pararam. Eu não consegui parar para pensar se ela havia respondido ou não. Nós encaramos a porta.

- Ela está bem! - Aaron disse aliviado explicando para nós. - Está ouvindo esse som da máquina? Pi, pi, pi, é seu coração, ela está bem, mãe, ela ainda está viva.

Aaron enfatizou a última frase. A porta do quarto finalmente abriu e os médicos saíram, logo vindo até mim e minha mulher.

- Ela teve uma parada cardíaca - falou Dr.Cooper - Mas conseguimos trazê-la de volta. Ela ainda está se recuperando da cirurgia passada. Senhor e Senhora Moore, eu gostaria que entendessem a situação antes de fazer a pergunta que eu vou fazer. Ela tem que passar por outra cirurgia, e isso o mais rápido possível, mas há a possibilidade de não conseguir aguentar o procedimento.

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