10: A gente se vê por aí, Lu!

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Aos poucos fui sentindo minha respiração faltar, logo começou uma dor forte em meu peito. Busquei o ar, mas ele não vinha, meu corpo tremia da cabeça aos pés. Busquei o controle, mas ele não estava mais lá.

Enquanto a equipe de resgate tirava os rebocos de cima do carro de Charlie, eu estava tendo um ataque. Um ataque de pânico. Fazia tempo que não tinha um daqueles.

Foi quando senti que estava tendo um infarto, eu não sabia mais o que estava acontecendo, sabia que iria morrer naquele segundo de tão forte que eram a falta de ar e a dor

- Lucy! - começaram a chamar algumas pessoas ao meu redor.

- Está tudo bem, Lucy? - ouvi outras falarem.

Era estranho, normalmente eu era conhecida apenas por Hall. Ninguém me chamava pelo meu apelido ali.

- Eu vim assim que soube - ouvi uma voz familiar - Lucinda?

Eu não conseguia encarar ninguém, só tentava sugar um ar que não tinha. Nem vi quando parei de sentir minhas pernas e caí no chão.

Vi vários pés se aproximarem de mim, porque haviam vários pés? E tantas vozes? Por que estavam todos ao meu redor?

- Você sabe o que está acontecendo? - ouvi novamente aquela voz me perguntar.

Eu não respondi. Estava apavorada e nem sabia o porquê.

- Peguem água para ela! - alguém disse.

- Não é de água que ela precisa, seus idiotas! - gritou a voz familiar - Saiam! Saiam daqui! Estão sufocando - Saiam rápido!

Eu já chorava de desespero e dor, porque aquilo não acabava logo? Por que eu não morria logo?

- Lucinda, está tudo bem - ele disse - Você vai ficar bem. É só um ataque de pânico, vai já passar, não é a primeira vez que você tem, lembra? ocorreu antes e passou rapidinho. Tudo bem menina, vai ficar tudo bem, você não está morrendo, essa dor vai acabar. Tente respirar devagar, devagar. Não sugue o ar rapidamente, apenas deixe - o entrar. Está tudo bem é um ataque de pânico

Finalmente pude reconhecer a voz. Era Bob. Assim que reconheci sua voz percebi que voltava a respirar normalmente, e a dor no peito foi passando, deixando agora só o choro e meu corpo ainda tremendo.

Bob me abraçou.

- Bob... - sussurrei.

- Eu sei - falou ele - Foi horrível, mas acabou, está tudo bem pequena, passou.

Pude ver ao longe, Charlie sendo finalmente retirado de dentro do carro. Enxuguei o rosto rapidamente e fui até ele. Cheguei até ele assim que o colocaram em uma maca. estava ele, inconsciente e todo quebrado. Eu tinha que manter a calma, não podia ter outro ataque de pânico. De modo algum.

Atualmente...

Dada a largada, os carros avançaram, Roscou saiu na frente, Jason logo atrás. Eu estava em quinto, logo atrás dois caras. Nas quatro voltas que se passaram, Christina lutou duro para passar de mim.

HallOnde histórias criam vida. Descubra agora