51: Os Bombeiros.

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Saí com Monza no carro, a arma continuava ali em meu pescoço. Eu só queria uma boa oportunidade de pegar a minha, era só isso que eu precisava.

- Dobre aqui. - ele apontou. - Vamos pelo caminho mais improvável.

Não tinha porque fazer aquilo, os policiais seguiriam a orientações dele de ficar longe. Talvez fosse medo de Gabriel não ficar, mas se ele viesse, saberia que aquele era o caminho certo a pegar.

- Não importa o quanto eles nos acompanhem. - Monza falou como se lesse meus pensamentos. - Só preciso que fiquem longe até estarmos no avião, e aí nunca mais voltaremos a esse país. Será nós dois para sempre, bonequinha.

Meu estômago embrulhou, aquilo não aconteceria, eu preferiria morrer. Não, eu não preferiria, não faria isso com Gabriel, mas que iria me arriscar, eu iria.

Eu só estava esperando um momento de distração da parte dele para puxar a arma. Isso aconteceu quando seu celular tocou e por dois segundos, ele tirou os olhos de mim. Eu peguei a arma ao mesmo tempo afastava a sua de mim. Ele segurou meu braço, dei um soco na suas bolas. A sua arma disparou, mas não senti nada doer. Minha arma já havia ido ao chão, minha chance agora era pegar a dele, o carro saia desgovernado pelas ruas. Ele deu um soco no meu estômago.

- Lucinda! - gritou.

Empurrei suas mãos contra o painel sem tempo para pensar na dor e cravei minhas unhas em seu braço. Ele gritou e eu peguei arma, não era questão de apontar, era questão de acertar em algum lugar, atirei sem nem mesmo ver onde, ele gritou, empurrou minha cabeça contra o painel ao mesmo tempo em que eu lhe dava outro tiro, vi que dessa vez pegou na barriga, acertei outro em seu peito em seu momento de distração, ele não conseguia mais lutar.

Foi então que parei para ver o que estava acontecendo, o carro havia invadido o cais, as pessoas corriam dele, estávamos na direção da borda com boa velocidade. Não ia dar tempo, era tarde demais.

Ponto de Vista de Gabriel Taylor

Ela partiu e eu fiquei ali como um idiota, sem saber o que fazer, sem saber como tirá-la daquela situação sem causar sua morte.

- O que vão fazer? - perguntei a um policial, havia um grupo deles conversando ali perto.

- Temos que seguir um plano que a mantenha segura e ao mesmo tempo a resgate. - ele respondeu.

Aquilo era inútil para mim, andei até o grupo. O líder da operação era Marcus, mas ele não estava por ali.

- Por favor, digam que estão fazendo algo. - falei interropendo a conversa deles.

Um deles se voltou para mim.

- Estamos tentando não perder ele de vista. Há alguns policias acompanhando por ruas paralelas em carros disfarçados. É difícil seguir dessa forma, mas é o que temos por enquanto, para não perdermos a localização dela.

- Gabriel? - Marcus chegou ali correndo. - Já fiquei sabendo do que aconteceu, sei para onde estão indo, descobri que ele pretende sair do país em um avião de pequeno porte clandestino, já mandei policiais para o local.

- Mas...

- Ele não vai ver eles, e só vão agir se for totalmente seguro para a Lucy. Vou dispensar os policias e designar novas funções.

Eles reuniu o grupo que havia ali, delegou as próximas ações da equipe e os lembrou do protocolo, ele era bom naquilo. Depois se voltou para mim.

- Eu juro que vou fazer de tudo. - ele disse para mim. - Confia em mim?

- Claro que confio. - respondi. - Mas eu vou com você.

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