● Ponto de Vista de Gabriel Taylor
QUASE TRÊS ANOS ATRÁS...
As pessoas já haviam começado a se afastar de mim quando a vi vindo na minha direção.
- Por que fez aquilo? - ela perguntou claramente zangada.
- Aquilo o que, loira? - perguntei me fingindo de desentendido.
- Você sabe - ela disse - Quero correr de novo.
Soltei uma pequena gargalhada, por algum motivo eu gostava de provocá-la, de deixá-la irritada.
- Recupere-se dessa primeiro, está bem Hall? - coloquei as mãos em seus ombros para irritá-la ainda mais.
Eu já tinha ouvido por alto que ela era bem explosiva, queria ver de perto.
- Não deveria ter feito isso - ela avisou.
Sua raiva parecia aumentar e eu me divertia cada vez mais.
- Quer que eu fique com medo de você - debochei - Do modo como você corre, nem merece a classificação que tem, Hall.
Vi ela fechar os punhos. Eu nem maior que ela, corajosa ela era.
- Sei que quer me bater, loira - falei. Aquele cabelo loiro combinava com ela. Como se ela não pudesse ter outra cor de cabelo. - E sei também que não vai, porque é inteligente. E porque você não tem moral levando em conta que entrou naquela corrida já se preparando para a derrota.
Eu nem sabia porque estava fazendo todo aquele discurso, só queria ver até onde ela iria. Ela ficava muito bonita com raiva.
Ela estendeu a mão para mim e eu ergui as sobrancelhas. Não esperava a reviravolta.
- Hall, Lucinda Hall - ela se apresentou.
Apertei sua mão ainda confuso.
- Taylor, Gabriel Taylor.
- Taylor, escute, meus parabéns, você é o melhor corredor que eu já conheci - ela falou. - E parabéns novamente, conseguiu me deixar bem irritada, ao ponto de ter uma discussão pós corrida. Mas ao mesmo tempo o que você fez me afeta de um modo que você nem pode imaginar. E vou dar um jeito de compensar isso. E outra, a cara que você fez quando te passei na curva dizia claramente "Ela é a melhor corredora que já conheci".
Sorri e passei a mão no rosto, ela era autoconfiante. Não queria que aquela conversa terminasse, queria continuar a provocá-la.
- Bem vinda a Seattle, Loira - falei. - Vai ter que se acostumar com a chuva.
● ATUALMENTE
- Você viu o artigo que saiu e estão todos falando? - Francis entrou no quarto naquele começo de noite.
- Qual? Eu não tenho celular, lembra?
Não era todo mundo que tinha acesso a um celular e a um computador no Campo. Claro que eu tinha os dois, mas só usava em casos de necessidade. Essa regra ajudava na segurança tecnológica do complexo, por mais que nem todos cumprissem.
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Hall
RomanceConcluída e sob revisão. Lucinda Hall é uma garota que cresceu com seu pai, afeiçoando-se a coisas como carros e esportes. No entanto foi nas corridas que viu sua grande paixão. Com a morte do pai, ela vai morar junto de sua mãe que cria outra famíl...