Cap. 14

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Grazi

Termino de escrever já passa da meia noite, tadinha da mãe, toda curiosa querendo saber como foi o meu dia, mas nem conseguir contar tudo pra ela, amanhã se eu não aparecer lá com a matéria pronto, minha cabeça vai a prêmio. Falando nisso, toca meu celular, mensagem da Dri:

- Zéla, que loucura é essa que a tia me contou?? Como assim você fez amizade com Roque e foi passar o dia na mansão dele? É sério isso??

Penso antes de responder e não vou contar que fiquei com ele, não gosto de ter minha intimidade na boca do povo, amo minha prima, mas não é o momento, nem sei se isso vai dar em alguma coisa.

- Prima, a mãe dele não resistiu ao meu charme, agora somos best friend forever kkk. Amanhã te conto tudo.

- Poxa eu fiquei esperando até agora, como você não disse nada.. eu não ia conseguir dormir sem preguntar. kkk

- Basicamente foi isso. Bj até amanhã.

- Beijos sua doidinha. Não esquece a minha carona amanhã tá. E leva o meu sapato!!

- Tá bom, beijo.

Na manhã seguinte eu ia dar carona pra Dri, porquê o carro dela tava com a tia. Já me troquei pensando o interrogatório que seria de Cravinhos até Ribeirão, o trajeto é curto, só fica mais longo para ir na fazendo do Fernando pq é na zona rural, mas de um centro ao outro é um pulo, menos mal, sorte minha, assim consigo me esquivar das perguntas.

- Aiiii me conta tudo, tô morrendo de inveja já.

- Dri, eu estava indo, quando furou o pneu do meu carro.. daí o Fê parou na estrada acho que com pena para me ajudar e trocou o pneu para mim. Foi assim.

- Como assim? Que é Fê.

Na hora cai minha ficha da mancada que eu dei.

- O Roque, chamei de Fê pq o nome dele é Fernado e passei o dia ontem escutanto a família dele falando Fê pra cá, Fê pra lá.

- Estranhoooo

- Para besta, a mãe dele me convidou para assistir o show da lateral do palco com ela, daí fiz amizade, ela é igual as nossas mães, costureira também inclusive.

- Imagino, igualzinha mesmo, só que com bolsas de R$50.000.

- Você entendeu para!

- Tá e a entrevista?

- Então, isso que eu preciso conversar com você. Não fiz.

- Oiiii??? Como assim.

- Entrevista todos fizeram, preferi escrever uma matéria sobre o cara super humano que eu conheci e te digo mais, ficou bom hein. Mega exclusiva, vai render muitos acessos.

- Já tô ficando com medo, vai ali tem uma vaga, estaciona logo pelo amor de Deus.

Quando descemos do carro noto um homem conhecido na frente da empresa. Quando olho bem, vou em direção a ele, e ele está com o cachorro do Fernando, um Golden lindo:

- Bom dia José. O que você está fazendo aqui?

- Esperando o Sr. Fernando.

- E você sabe o que ele está fazendo na empresa que eu trabalho?

- Não posso dizer muito, mas dando uma entrevista.

- Ok. Obrigada. Bom trabalho.

Termino de dizer isso, a Dri olha pra mim com uma cara estranha, eu não faço ideia do que está acontecendo, entramos.

O Fernando estava na sala do chefe da Dri, que foi chamada lá, ficou lá dentro cerca de 20 minutos. Ao sair veio até a minha mesa:

- Você já mandou a matéria que fez do Roque pro meu e-mail?

- Já sim, tá tudo bem?

- Tá sim, você acaba de ganhar folga a semana inteira, só volta na próxima segunda.

- Como assim o que está acontecendo?

- Seu cantor de estimação trocou a sua folga por uma entrevista exclusiva com direito a fotos na fazenda dele.

- É sério isso??

Quando pergunto, escuto uma voz grossa atrás de mim:

- É muito sério, vim te buscar.

Meio sem saber o que fazer, deixo a chave do meu carro com a minha prima e sigo com ele, que me toma pela mão e saímos de mãos dadas pela rua.

De salto no asfalto (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora