Cap. 68

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Grazi

Fico no meu carro sentada chorando igual uma boba, mas eu realmente não fiz nada de errado. Então bola pra frente.

Ligo pra minha prima, quero companhia para tomar uma e espairecer hoje:

- Alô Dri, vc tá em Ribeirão?

- Oi Zela, tô sim. Que voz esquisita é essa?

- Aconteceu uma coisa tô chateada, vamos em algum barzinho?

- Tô aqui na redação ainda, passa aqui, vamos no bigode?

- Blz tô indo aí.

Bigode é um bar que tem lá perto do site que eu trabalhava, na verdade o nome do bar a gente nunca soube não, mas o dono é um português com um bigodão, parece o Leoncio do Pica Pau:

- Oi menina o que aconteceu? Você chorou.

- Longa história! Bigode, traz uma Original pra gente.
Então lembra que te falei que o cara da Espanha era o maior gatinho, me tratou muito bem e tals.

- Lembro lógico, até fucei o Facebook dele para ver a foto de perfil kkk

- Pois é, ele está no Brasil e marcamos de jantar hoje. Passei pra pegar ele no hotel e subi para o quarto dele.

- Menina não me diz que vc traiu o Roque?! Que vida difícil, dividida entre o cantor famoso e o multi milionário gringo kkk

- Kkkk besta, para de falar merda. Eu subi pq tinha mais gente lá, mas depois ficamos só nós dois e ele tentou me beijar.

- E é lógico que você aproveitou para fazer uma despedida de solteira?!

- Lógico que não, eu bati nele.

- Como é que é? Você bateu no cara que te deu um contrato podre de rico?

- Com a bolsa na cabeça dele kkkkk

- Prima você é foda kkkk

- O problema é o Fernando, contei pra ele e ele não gostou nadinha, desligou o telefone na minha cara.

- Ahhh mew, vc não deveria ter dito nada. Você já tinha se entendido com com cara lá do seu jeito, o Fernando já não tinha ido com a cara do gringo. Foi falar pra quê?

- Agora já foi.

- Zela, segue o baile. Você não fez nada demais. Vamos dar continuidade na festa, ele vai ficar de bico, vc faz um boquete bem feito pra deixar ele feliz e já era. Não é isso que vai separar vocês, relaxa!

Ficamos ali bebendo e conversando até altas horas, demos boas risadas, foi bom recorrer a minha prima, ela tem uma habilidade incrível de deixar tudo mais leve, mais simples.

Deixamos os carros em Ribeirão e voltamos pra Cravinhos de Táxi, sem a menor condição de dirigir.

Assim que entro no meu quarto, pego o celular, como álcool e celular não combinam, gravo vários áudios para o cowboy, com aquela voz de bêbada. Fiz todas declarações de amor possíveis, como ainda não era nem 3hs da manhã, pensei que talvez ele ainda estivesse no palco, mas não, enquanto eu me despia o meu telefone tocou, até pensei que fosse a Dri pra dizer que esqueceu alguma coisa, mas era ele:

- Grazi você tá bêbada?

- Kkkk é tô sim.

- Porra já não basta sair por aí entrando em quarto de hotel, beijando outro homem ainda fica bêbada.

- Ha Ha Ha, você comeu palhacitos né?

- Você tem ideia pq eu tô te ligando?

- Você quer terminar comigo?

- Eu tenho razões para terminar com você?

- Lógico que não!! Eu não fiz nada de errado.

- Eu sei meu amor, só tô ligando pra dizer que eu amo você, confio em você e desejar boa noite.

A bêbada aqui já começa a chorar de novo, só que agora de alívio. Ficamos ali trocando juras de amor e pensando que semana que vem a esta altura já estaremos juntos de uma vez por todas.

De salto no asfalto (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora