Cap. 6

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Roque

No caminho até lá vou pensando naquela menina, deve ter sido engraçado para ela me ver ali naquela situação, as pessoas acham que porquê ganhamos fama, deixamos de ser gente.

A moça é simples, aliás simplesmente linda, pena ser só uma menina ainda. Ligo pro José e digo para ele levar o carro para trocar todos os pneus, alinhar, balancear e olhar o óleo. Não me custa ajudar, Ela me pareceu uma moça simples, então uma ajuda ás vezes cai bem.

Chegamos em Ribeirão, logo a Jéssica cola em mim, ela gosta de tentar posar de minha namorada, quando nós dois sabemos que não chegamos nem perto disso. Claramente minha mão não aprova ela e não faz questão nenhuma de disfarçar. Engraçado foi a afinidade instantânea dela com a moça da estrada, tem horas também que parece que faz só pra provocar a Jéssica.

Recebi alguns convidados, cada um foi se arrumar no seu próprio camarim, mas antes de atender os veículos de comunicação, vou tomar outro banho, fiquei todo sujo depois de trocar o pneu. Quando saí do banheiro, me esqueci que tínhamos uma convidada entre nós e saí só de toalha. Coitada da menina, ficou mais vermelha que pimentão quando me viu, colocou as mãos no rosto e virou de costas numa fração de segundo. Não me aguentei e caí em gargalhadas:

- Calma moça, estou de cueca por baixo.

- Desculpa. Vou esperar lá fora.

Ela diz isso e vai saindo. Minha mãe que vê a minha diversão:

- Fernando, você podia nos poupar das suas gracinhas hoje não?!

- Calma mãe. Vou me trocar ao lado. Moça, pode voltar, não vou ficar nu na sua frente.

Pego minhas coisas e saio para me vestir. Agora pronto já com as roupas do show me dirijo a ela:

- Vamos aproveitar que você já está aqui para fazer a entrevista para o site que você trabalha?

- Na verdade posso só tirar uma foto? Em vez da entrevista, prefiro contar tudo que aconteceu hoje desde a estrada. Tudo bem?

- Como você preferir, só não escreva que me viu de tolha.

Digo isso e dou uma longa risada, parece que tenho uma habilidade especial em deixar a menina tímida. Ela faz umas fotos, então digo para ela me acompanhar quando vou atender a imprensa, talvez seja uma boa oportunidade de aprendizado. Ela aceita e me segue de bom grado.

Quase hora do show, encaminho meus pais e minha convidada de honra para os lugares especiais que foram reservados para ele. Tem um momento que preparei para homenagear meus velhos, dou um buquê de rosas para minha mãe, tiro uma e entrego para a linda moça. Foi um momento de muita emoção, meus pais choraram muito, até minha voz falhou para terminar de cantar a música favorita da minha mãe. Foi lindo, realizar um sonho na companhia deles, não tem dinheiro no mundo que pague.

Fim de show, ainda vamos sair para jantar, sobrinhos, cunhada, todos. Já despachei a Jéssica com a equipe:

- Graziela, vamos com a gente, é um dia muito especial para mim, hoje vamos comemorar.

- Eu agradeço demais tudo que você fez por mim hoje, mas eu não posso. Já é tarde, minha mãe deve estar preocupada comigo.

- Tem certeza, eu posso ligar para ela e explicar?

- Tenho sim, vocês vão para um momento em família agora. Aproveite a noite.

- Tudo bem. Espero que você tenha gostado do show. O José vai te acompanhar até em casa. já é tarde.

- Não tem necessidade, estou acostumada com o trajeto, estudo aqui em Ribeirão.

- Faço questão!

Digo isso dou um beijo na mão da moça e com a cabeça faço um gesto para José acompanhá-la.

De salto no asfalto (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora