Cap. 25

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Fernando

Bendita hora que eu tive ideia de trazer a Grazi pra passar estes dias comigo, tudo perfeito, aquela cara de anjo, mas é um furacão na cama, o papo é incrível, acho que estou ficando viciado no cheiro do cabelo dela.

Os dias correram na mais perfeita ordem, ela me transmite uma paz, estava tudo 100% até que chegou a quinta, agora ela vai sentir na pela como é de fato a minha rotina maluca. Que medo dela fugir pra longe de mim.

Chegamos no local do show, deixei ela no camarim e fui verificar os ótimos detalhes, antes mesmo de me arrumar, tudo ok até que um furacão chamado Jéssica chega no backstage:

- Posso falar com você?

Ela já diz em tom áspero e mais alto do que o necessário.

- Oi Jéssica, claro.

- Na minha testa tá escrito OTÁRIA?

- Por que você tá falando isso?

- Porquê você me deixou saber que estava namorando a pirralha pela imprensa?

- Eu deveria ter te contado, me desculpe. Preferi deixar para conversarmos pessoalmente.

- Você não passa de um cafajeste!!

- Nunca te prometi nada.

- Entendi, eu só era uma foda rápida e fácil na madrugada.

- Por favor, vamos melhorar o nível da nossa conversa?! Jéssica era diversão para nós dois, a sua companhia era agradável pra mim e acredito que a minha para você também, mas era eventual, nunca foi um relacionamento. E agora estou pra valer com alguém, então acabou.

- Não vai acabar tão fácil assim. Pode ter certeza.

- Se você não facilitar a nossa convivência, não teremos mais como continuar trabalhando juntos.

Digo isso agora eu aumentando meu tom de voz, não tenho sangue de barata, que isso.. sei que nunca fui santo, mas agora que eu encontrei alguém especial, quero viver isso.

- Então você está me demitindo? É isso?

- Não, apenas vou pedir sua transferência para o balé de algum colega de profissão. Você é ótima profissional, tenho certeza que rapidamente estará em outra banda.

A discussão estava bem acalorada, quando vejo a Grazi se aproximando, um pouco assustada com a cena.

- Na verdade acho impossível trabalhar para outro cantor neste momento. Eu estou grávida de você e logo a barriga vai começar a aparecer.

Ela vomita isso nas nossas caras e sai. Eu fico ali meio atordoado com a revelação, porra sempre sonhei em ser pai, não desta maneira, muito menos com ela, mas vou dar todo suporte. Quero ser para o meu filho o mesmo tipo de pai que o meu foi para mim.

Enquanto eu fico ali sem reação, a Grazi também sai correndo, vai em direção ao camarim, então vou atrás dela:

- Graziii, Grazi me espera.

Finamente a alcanço e seguro ela pelo braço:

- Não faz assim, a gente precisa conversar.

- Eu não tenho nada pra falar com você. Não quero atrapalhar uma família. Jamais vou ser barreira entre um pai e um filho.

- Você não está atrapalhando nada, para com isso.

- Preciso pensar, só quero ficar quieta neste momento, só vou pegar minha bolsa.

Vou andando com ela em direção ao camarim, ela pega a bolsa:

- Grazi, você tem certeza que vai me deixar sozinho neste momento?

- Você precisa pensar, eu também preciso.

Faço apenas um gesto para que o José acompanhe ela, que reage no mesmo instante:

- José, não se atreva a me acompanhar, quem precisa de babá aqui é ele, não eu.

Fiquei puto na hora, mas respeitei sua vontade. Vocês imaginam como foi subir naquele palco e sorrir, depois de todo esse tumulto? Pior, sem saber pra onde a Grazi foi sozinha nesta cidade??

Porra!!

De salto no asfalto (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora