De salto no asfalto (Concluído).

Cap. 49

Grazi

A noite foi incrível, é um privilégio dormir ao lado de quem a gente ama, mas a festa tá rolando solta e precisamos volrar:

- Grazi nossas roupas ficaram jogadas no chão da garagem. Deve tá tudo zuado.

- Ahhh relaxa, lá no porta malas tem roupas limpinhas para nós dois. Vai pegando lá enquanto jogo uma água no corpo.

- Você pensa em tudo mulher!!!

O retorno foi tranquilo, chegamos lá e fiquei com a impressão que a festa não teve pausa. Foi uma zueira generalizada a hora que nos viram entrando, Fernando que é um palhaço já entra na dança:

- Calma senhores, estávamos apenas consumando o noivado.

Dei um beliscão nele, ele não cansa de me matar de vergonha?!

Pq será que bolo de festa sempre fica melhor no dia seguinte hein? Melhor café da manhã não poderia haver.

Nessa brincadeira até minha prima Dri deu uns beijos no Lucas Lucco!! Joguem as flores pq eu tô morta. Kkkk

Foi tudo perfeito. Não existem palavras pra tentar explicar pra vcs o que eu estou sentindo.

Fim de festa, amanhã é dia de pegar no batente, temos uma marca de produtos orgânicos para alavancar.

Durmo por aqui com ele e literalmente dormimos mesmo, o homem bebeu todas e mais algumas ontem, ele praticamente entrou em coma.

Acordo de mansinho ora deixar ele descansar mais um pouco, faço uns telefonemas, envio uns e-mails, quando recebo uma ligação. Um grupo Espanhol quer comercializar nossos produtos e querem agendar uma reunião o quanto antes, mas não aqui no Brasil, mas lá em Madri.

Corro pro campo das as boas novas pro meu pai e para o meu sogro, que já estão na lida desde o sol raiar:

- Gente tenho ótimas notícias, parece que já temos o primeiro cliente internacional. Um grupo Espanhol que uma reunião com a gente.

- Nossa que coisa maravilhosa, do jeito que o Fernando estava planejando.

- Simmm. Vou lá acordar ele pra contar.

Quando volto ele já está de pé. Ridiculamente gostoso, descalço, bermuda de moletom marcando tudo e mais um pouco, olho ainda inchado, com uma caneca de café na mão. Por um momento eu até me esqueci do que ia falar, minha vontade era de me trancar no quarto com ele:

- Que cara é essa? Parece que viu um fantasma?

- Tô olhando pra vc e pensando, eu achava que vcs cowboys dormiam de bota, cinto e chapéu kkkk.

- Comeu palhacitos hoje né? Também te amo.

Dou um beijo nele e conto sobre o telefonema:

- Então temos um problema.

- Qual?

- Minha agenda de shows tá muito travada, eu não consigo viajar agora. Você tem passaporte?

- Tenho lógico, uma vez eu concorri pela faculdade para fazer um curso fora, não ganhei, mas desde aquela época tirei o passaporte.

- Então já temos alguém para ir.

- Eu não falo espanhol!!

- Arrumamos um intérprete. Vou ficar morrendo de saudade, mas vc é a nossa única alternativa neste momento.

Era a primeira vez na vida que eu ia representar algo realmente grandioso, naquele momento me deu um frio na barriga, um medo de estragar tudo, mas eu vou e só volto com o contrato assinado.