De salto no asfalto (Concluído).

Cap. 57

Grazi

Entro no quarto o Fernando deitado bando pra TV sem nem se quer desviar o olhar para mim:

- O que que foi aquilo lá em baixo?

Ele continua olhando pra TV. Pego o controle e desligo.

- Estou falando com você!

Falo alterando a voz e pronta pra dar o maior barraco que este hotel de gente bacana já ouviu falar.

- Você tá falando do que garota? Do fato de eu encarar 10hs de vôo para passar 2 dias com vc, sem dormir, sem comer direito, vindo direto de um show para dar com a cara na porta? Ou de não ter gostado do seu novo amiguinho?

- Graças ao meu novo amiguinho, vc vai conseguir pagar a frota de tratores, terminar a creche para as crianças da Fazenda entre outras coisas, sem ter que tirar mais nenhum centavo do seu bolso sabia?!

- Grazi, qual foi o dia que você chegou num show e me pegou de risadinha com alguma mulher?

- Todos! Faz parte do ofício, do seu e agora do meu também. Eu vim pra conquistar a confiança destes caras, pra fechar um puta negócio e foi isso que eu fiz.

- Essa discussão não vai nos levar a nada. Vou dar uma volta.

Pqp ele diz isso e sai, me deixando sozinha no quarto. Que raiva, isso é ridículo, se o Ruan fosse velho e feio nada disso estaria acontecendo agora.

Vou pro banho, deixo a água cair, quando saio do banho ele já tinha voltado. Um buquê de flores na mão:

- Enfim tivemos nossa primeira briga.

- Nós brigamos?! Eu já nem me lembro mais.

Digo isso e corro pros braços dele, este é o único lugar do mundo que eu queria estar, se este bobo soubesse. Pego o buquê, beijo ele com toda intensidade que a minha saudade exige. Coloco as flores de lado, deixo minha toalha cair, nossa sintonia é intensa, ele que entende o que preciso  abre a calça e me pega no colo. Já contra a parede, minha pernas em sua cintura, ele apenas enfia aquela sua rola em mim. Não demos uma palavra, apenas os sons dos nossos corpos que soavam como música para os meus ouvidos. Gozei sem esforço, ali com as costas naquela parede gelada, ele com todo desconforto das calças até a metade das pernas. Nós apenas demos um ao outro tudo que precisávamos.

Deitamos na cama entrelaçados, permanecemos em silêncio, até que começamos tudo de novo e desta vez fizemos amor:

- Me desculpa, eu senti muito ciúmes.

- Já passou. Esquece. Eu amo você. Fiquei muito feliz que vc veio. Fome?

- Muita, a última vez que comi bem foi aquele dia que você cozinhou pra gente em São Paulo.

Tomamos banho juntos, nos arrumamos e juntos fomos desvendar os encantos daquela cidade tão magnífica.