Cap. 46

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Roque

Pego o microfone na mão, nem parece que se trata da minha ferramenta de trabalho, o nervoso toma conta de mim, as mãos começam a transpirar e por incrível que parece a voz falha:

- Em primeiro lugar, quero agradecer a presença de todos que estão aqui hoje, sei que não é fácil, sem que alguns estão aqui praticamente sem dormir, outros vão sair daqui direto para o trabalho e bêbados, rsrsrs, mas hoje hoje o meu discurso não é para vocês, é para ela. Graziela!!

Aponto em direção a minha pequena que está mais vermelha que um pimentão.

- Há pouquíssimo tempo, numa estada da vida os nossos destinos se cruzaram, ela já entrou na minha vida dando trabalho o José tá ali e é prova disso. Né José? kkk

- Meu amor que sorte a minha foi parar para trocar aquele pneu.. que sorte a minha ter te conhecido, que sorte a minha você ser tão linda, já cantava nossa saudosa Cassia Eller "Os meus olhos vidram ao te ver, são dois fãs um par".

Nesse momento ela já está chorando, a mãe dela também, a minha então está prestes a desidratar.

- Desde aquele dia, fico me perguntado quanto tempo será que demora pra o amor acontecer? Essa resposta nunca vou ter, só sei que nós já nos conhecemos de muito antes, minha alma esperava pela sua. Hoje eu entendo porquê nunca deu certo antes.

E no meio de todo aquele clima de emoção, as palhaças irmãs M&M maia a Dona Marília, começam a desenrolar uma faixa no meio da galera, nela estava escrito "Agradecemos a Santo Antônio e Santo Expedito pela graça alcançada". Todo mundo caiu na risada. Aquelas duas são foda.

- Tb amo vocês vai ter troco meninas!

- Gazi meu amor, mais uma vez eu te pergunto, você quer se casar comigo?

Vou em direção a ela, minha cunhada está ao seu lado quase que amparando ela para que não caia no chão. Me ajoelho e abro a caixinha com o anel:

- Sim, eu quero compartilhar todos os momentos da minha vida ao seu lado.

Me levanto, nos beijamos loucamente na frente de todos, só escuto a voz do meu sogro ao fudo:

- Segura a emoção rapaz, noivado não é lua de mel.

Todos caíram na gargalhada novamente. De repente um avião começa a soltar pétalas de rosas sob as nossas cabeças, as meninas me avisam que foi presente da Ivete, que não pode comparecer. E pra terminar de arregaçar Jorge e Mateus começam a cantar.

Cara na boa, depois desta festança, não faço ideia do que vou ter que fazer pra surpreender a noiva o dia do casório:

- E vamos recomeçar a festa, quem tem que ir trabalhar vá e volte, pq essa festa só termina amanhã.

Eu não sei como vamos alojar esse povo todo aqui, mas quero que se foda, quero mais é comemorar.

Já era noite quando a Grazi chega no meu ouvido e diz:

- Vou te raptar daqui!! Cansada de dividir o meu noivo com tanta gente.

Corremos para o uninho dela sem ninguém perceber e fomos para um hotel.

De salto no asfalto (Concluído).Onde histórias criam vida. Descubra agora