De salto no asfalto (Concluído).

Cap. 19

Grazi

Mais ou menos meia noite e meia acordo e percebo que estou sozinha na cama, mas escuto o som do violão que já começa a se tornar algo tão familiar para mim. Me levanto, visto uma camisa dele e vou seguindo a música.. chego de mansinho por trás dele que está jogado num sofá e beijo seu pescoço, que imediatamente coloca o violão de lado e me puxa para o seu colo:

- Eu não queria te acordar, me desculpa.

- Acordei da forma mais gostosa possível, escutando você tocar.

- Não era você a moça que não gostava de sertanejo?

- Ainda sou, mas posso abrir uma exceção quando se trata de um certo cantor particular que eu tenho. rs.. 

- Nós temos só mais dois dias de "particularidade'. Preparada para o tumulto que é a minha vida?

- Eu não sei, mas vamos tentar fazer isso juntos.

Me aninho ali no colo dele, que fica fazendo carinho na minha cabeça por uns minutos:

- Com fome?

- Um pouquinho, vamos pedir alguma coisa?

- E perder a chance de cozinhar para você??? Jamais.

- Além de linda, gostosa, também sabe cozinhar? Essa eu quero ver.

- Deixa eu ver o que tem nessa geladeira!

Pulo do colo dele e vou em direção a geladeira:

- Bom, diante de tudo que vi temos algumas opções:

- Pudim de pinga, Bolo de cerveja ou mousse de vodka. Qual você prefere? Kkkkk

- Puts, é que eu só voltaria pra casa da quinta, então as meninas ainda não tinham cuidado da dispensa.

- Tudo bem, amanhã a gente vai ao mercado e resolve isso.

- Acho difícil eu conseguir entrar num mercado, mas podemos tentar.

- Ahhh vdd né. Eu dou um jeito. Fica tranquilo.

- Vamos descer, aqui em baixo tem uma barraquinha que vende comidas típicas, a tia trabalha a noite toda, o pessoal sai da balada e para pra comer.

- Vamos tentar pedir alguma coisa pra comer, hoje quero você só pra mim.

- Humm melhor ainda.

Fizemos o pedido e enquanto esperávamos pedi para usar o computador dele, queria ver se a minha matéria subiu no site, quando ligo o computador todos os sites de entretenimento falam de nós, me assunto, tem foto até da minha casa:

- Que loucura é essa aqui? Corre ver.

Ele olha, observa tudo atentamente em silêncio, leio frases como "ganhou na loteria", "dormiu pobre e acordou rica", não consigo controlar e ele percebe quando meus olhos enchem de lágrimas:

- Bem vinda ao meu mundo. Eu não queria que você descobrisse como é assim tão rápido, mas você é da imprensa e save tão bem quanto eu como estas coisas são.

Ele diz isso e me abraça, eu fico preocupada é com o pai e com a mãe, poxa até foto da nossa casa:

- As pessoas são cruéis, mas nós sabemos a verdade e isso que importa.

- Eu já imaginava que algo assim poderia acontecer, afinal me expus bastante nos últimos dias. Por isso antes de qualquer coisa fiz questão de primeiro ir falar com seus pais.

- Nossa, deixa eu dar uma olhada no meu celular.

Tinha várias ligações/mensagens da Dri e de umas amigas.. "Olha na internet", "A famosinha de Cravinhos", "miga não liga é tudo recalque" e uma específico da minha mãe, ela gravou um áudio para mim:

- Fia deixa o povo falar, não se preocupe e fique firme ao lado desse rapaz, enquanto ele estiver te tratando bem e te fazendo feliz. O resto é poeira de estrada.

Escutar a voz da minha mãezinha me tranquiliza tanto. É isso o resto passa:

- Mais calma?

- Minha escolha é não dar importância, prefiro focar em você!!

- Boa garota. Por aqui só mensagens da Jéssica.

- Nossa você ainda não tinha conversado com ela?

- Não achei legal fazer isso por telefone, então ia falar antes do show na quinta.

- Me explica melhor o relacionamento de vocês, me ajuda entender até pra eu me preparar pra quinta.