Coração a mil enquanto eu corria, em um caminho sem fim. Eles vão me alcançar? Não sei a resposta, só sei que eles estão aqui.
Eles voltaram, e não param de me observar. A força aumentou, e quando digo isso me refiro a eles, pois eu já estou em pedaços novamente.Abri os olhos, despertando de mais um pesadelo. Mas não estava cedo e a janela, antes aberta, agora estava fechada. Eram exatamente três horas da manhã e eu estava tremendo muito, mas não era de frio.
Fui até a janela, com um pouco de dificuldade e abri a mesma, sentindo o ar gélido da noite bater em meu rosto.
Me virei, um pouco mais calmo, e dei as costas á janela, o que foi uma péssima ideia.
Um bicho quadrúpede, peludo e com olhos amarelos me encarava, rosnando e deixando seus dentes a mostra.
O seu rabo, metade couro e metade pelos, balançava de um lado para o outro, e repetia o movimento, cada vez mais lentamente.
Eu estava tremendo muito e suando frio, mas não era medo. Bom, não exatamente.
Os olhos, com fendas escuras como as de um gato, me encaravam em ameaça. Os pelos que nasciam no topo da cabeça e desciam até a metade das costas se eriçaram.
E eu dizia a mim mesmo que tudo aquilo era imaginação e que eu deveria apenas voltar a dormir, mas eu fiz algo que eu nunca tinha feito quando eu dava de cara com uma alucinação.-E-eu não vou te machucar.- Disse, com lágrimas nos olhos. -E eu realmente espero que você não me machuque também.
E então a criatura avançou e por impulso eu desviei. Caí no chão e me virei, notando que aquilo estava em cima do meu guarda-roupas.
Ele rosnava, com seus olhos fixos em mim.-Vai embora, por favor.- Sussurrei, sem conseguir fechar os olhos e contar até dez.
Ele estava se preparando para pular em cima de mim novamente e eu só consegui me levantar e ir até o meu abajur.
Ouvi os barulhos das garras tocando na madeira do chão e então eu ascendi o abajur.
Me virei dando de cara com...Nada. Sim, exatamente. Nada. Tinha ido embora, como todas as outras alucinações.
Suspirei de alívio e deixei que meu corpo fosse de encontro com o chão. E então deitado e olhando para o teto, pude ouvir o meu coração batendo rápido e forte contra o meu peito.
Eu dormi com o abajur ligado, ou tentei dormir.../--/
-Posso adivinhar o que é isso?- Perguntou Aloy, que tinha aparecido do além.
-Não vai conseguir acertar.- Respondi, concentrado no meu desenho.
-Qual é, quero tentar.- Disse, se sentando ao meu lado. -Por favor!
-Hm, ta.- Deixei que ela tentasse acertar o que era aquilo.
Eu estava na biblioteca da escola, pois já tinha acabado a aula a muito tempo. E Aloy decidiu ficar comigo na biblioteca.
Ela estava olhando os livros e tentando escolher um para levar para casa, mas parou ao me ver desenhar o bicho que apareceu no meu quarto ontem.
Ou melhor, alucinação.-Hm...Felino?- Perguntou, me olhando.
-Pensei que você iria adivinhar o que é, não me perguntar o que é.- Falei.
-Ta, tudo bem, foi mal.- Disse e voltou a atenção para o desenho. -Com certeza é um felino, mas tem algo a mais.
-O que?- Perguntei.
-Traços de macaco.- Respondeu.
-Onde você viu traços de macaco nele?- Perguntei, franzindo o cenho.
-Qual felino tem cinco dedos tão compridos?- Perguntou, mas não deu tempo para que eu pudesse responder. -Isso mesmo, nenhum.
-Faz sentido.- Murmurei.
-Que cor é os olhos?- Ela perguntou.
-Amarelos, muito amarelos.- Respondi.
-Pelos?
-Não sei, acho que preto.- Respondi, e olhei para ela. -O que acha que é?
-Algum felino com macaco, mas a cor do pelo não ajuda em nada na resposta.- Murmurou e me encarou com um sorriso no rosto. -Desenho bonito.
-Obrigado.- Respondi e olhei de volta para o rascunho do bicho.
O que você é, alucinação, e por que a minha mente criou justamente você? O que você tem de especial? Vamos descobrir em breve.
...
Mais um, porque eu tô contente hoje.
Avisando que os primeiros capítulos são mais pequenos, mas vai aumentar mais pra frente.
É isso...
Bye ;3
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Hallucination
FantasyJacob é um adolescente com um transtorno mental, o que faz de sua vida um verdadeiro inferno. Em um dia normal, ele se depara com algo que ele nunca tinha visto na vida e logo pensa que aquilo era apenas uma alucinação, mas ele saberá que a tal aluc...