An Almost New Life

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3 anos depois...

    Estar sozinho pode ser agoniante ou bem confortável. Isso pode depender muito da sua situação.
    Quando os seus pais te deixam sozinho em casa, livre para fazer qualquer coisa, é um alívio. Mas ficar sozinho e ter consciência da solidão em que você se encontra é frustrante.
    Eu já me acostumei com a solidão. Aquela em que você se sente mal, como se estivesse doente.
    Eu já consegui lidar com esse fato...

    -Por que ainda está tentando fazer isso?- Perguntei, ouvindo o barulho do outro lado da ligação.

    -Eu sou persistente, Jake. Aliás, eu precisava de algo para me distrair e aqui estou eu.- Ela disse, me fazendo sorrir por um minuto.

    -Não sabia que fazer bolos poderia te distrair, Aloy.- Comentei, equilibrando uma caneta entre os dedos.

    -Mesmo que não fiquem os melhores bolos do mundo, eu gosto de fazê-los.- Admitiu.

    -Eu não estou acreditando que eu parei de trabalhar para falar com você.- Murmurei e ouvi seu protesto indignado.

    -Sou mais importante que qualquer trabalho do mundo! Você me ama!- Falou, com um tom convencido.

    -Sim, claro.- Concordei sarcásticamente. -Mas é sério, não posso ficar no celular o tempo inteiro.

    -Ah, Jacob! Você pode curar qualquer um com um estalar de dedos! Pare de se preocupar tanto!

    Revirei os olhos. Eu não deveria ter dito tanta coisa assim para os meus amigos.

    -Eu não posso fazer isso e você sabe o porque!- Murmurei, como se alguém pudesse ouvir a nossa conversa.

    -Tanto faz. Deixe de ser tão responsável, isso me enjoa.- Pediu, com uma voz entediada.

    -Você que é muito despreocupada com tudo. Vou desligar e depois nos falamos de novo.- Falei, ouvindo alguém batendo na porta da minha sala.

    -Se você encontrar Justin, diga a ele que eu estou com saudades. Tchau!- Disse por fim, desligando antes que eu pudesse se despedir também.

    -Entre.- Pedi para a pessoa do lado de fora da sala.

    Alguém entrou com desespero para dentro, fechando a porta e se encostando na mesma.
    Quando percebi quem era, dei um suspiro cansado.

    -Henry, o que foi dessa vez?- Perguntei para o loiro aflito.

    Eu não o via há muito tempo e agora que nos reencontramos, ele sempre pede alguma coisa para mim.
    Dependendo do caso, pode ser apenas um conselho, mas às vezes ele pedia dinheiro para fazer alguma coisa que eu não fazia ideia do que era.
    Ele não tinha mudado nada.
   
    -Me ajuda!- Falou, trancando a porta e correndo até mim.

    -De novo? Sério?- Perguntei e ele se escondeu atrás da minha cadeira, onde eu estava sentado.

    -Ela vai me matar, Jake.- Choramingou, se encolhendo atrás de mim.

    -Quem vai te matar?- Perguntei, não entendendo nada.

    -Henry, eu sei que você está aí dentro!- Gritou uma mulher do lado de fora da sala, batendo na porta.

    -É ela, né?- Perguntei, me virando para encará-lo.

    Ele concordou com a cabeça e eu escorreguei na cadeira, esgotado dos problemas que o garoto causava.
    Por mais que ele se pareça muito com outro loiro de olhos azuis que eu já tenha conhecido, seu comportamento era tão impulsivo e irracional que me dava nos nervos.
    A mulher que gritava do outro lado da porta era Jane, uma enfermeira bem sensata do hospital.
    Henry estava tentando conquistá-la, mas ela sempre o ignorava.
    Agora ela estava na porta da minha sala, gritando igual uma louca por causa do loiro que não pensou antes de agir.

HallucinationOnde histórias criam vida. Descubra agora