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    O quão raro eu poderia ser para ser literalmente caçado? Não é possível que não há mais nenhuma besta com os mesmos poderes que eu.
    A minha regeneração é mais "potente", digamos assim. É isso, mas apenas isso.
    Talvez o controle de sistemas nervosos venha com a concentração de cada um. Não é tão difícil quanto parece, é?
    Não é como se Kyro me tratasse de um modo único como aquele caçador louco. Não é como se todos me tratassem diferente, pois eu continuo sendo o mesmo cara.
    Certo?

    A troca de mensagens entra eu e Justin foi efetiva, pois agora estava vindo alguém para ajudar na complicação do hospital.
    Enquanto eu pensava nisso, não demorou muito até que eu chegasse em uma das salas de camas, onde seria bem provável a estadia da garota.
    Ao entrar e passar pelas alas separadas por cortinas, acabei achando-a, lendo um livro pacientemente.
    Ela desviou o olhar calmo até mim, fazendo com que esse olhar se moldasse em uma expressão surpresa. Pude ver um sorrisinho acolhedor em seu rosto, mas não houve tempo de retribuir...

    -Não faça isso de novo, entendeu?- Kyro tinha deixado sua forma invisível ao identificar minha presença.

    Ele me envolveu em um abraço inesperado, com seus braços firmes pela minha cintura. Não devolvi o aperto na hora, pelo susto que levei, mas depois eu coloquei levemente as mãos em suas costas e esfreguei, tentando acalmá-lo.
    Sua voz estava carregada de irritação, mas não chegava ao nível da raiva. Era apenas um sentimento que incomodava o fundo do peito, com algumas alfinetadas.
    Era uma irritação preocupada e ansiosa, e isso havia me surpreendido.

    -Pode me soltar agora.- Pedi, mas não fui respondido.

    Ele demorou um pouco para que me soltasse, mas o fez, em razão ao meu pedido.
    O olhar que analisava a cena era pesado e fixo, como se estivesse se entretendo com o abraço repentino. Realmente a garota estava pretendendo olhar sem chamar atenção, mas falhou quando percebeu que eu a encarava de volta.

    -É bom saber que você está bem.- Comentei, ignorando Kyro ao meu lado.

    -Completamente bem eu não estou.- Devolveu de forma irônica, olhando para os aparelhos ao lado da cama. -Mas estou viva.

    Senti um arrepio não apreciado subir pelo meu corpo, mas disfarcei a sensação, desviando o olhar. Queria saber mais sobre ela, sobre o que ela tem ou pode ter.
    E, se possível, curá-la sem que haja suspeitas.

    -Onde está seu jaleco?- Kyro chamou minha atenção.

    Eu tinha dobrado-o e escondido por debaixo da outra roupa que eu tinha colocado. Tirei-o de lá e mostrei para Kyro, que analisou preocupado o rasgo nas costas do tecido.

    -Ele te atacou?- Perguntou em alerta.

    -Já me regenerei.- Murmurei, tentando acalmar seu tom de voz.

    -Regenerar?- A voz incrédula da garota tirou a atenção de nós dois.

    Vi Kyro revirar os olhos e soltar um ruído parecido com um ronronar de um gato. Era inconsciente, como o ser humano resmungava em resposta a algumas situações.

    -Não se envolva, Julie.- Ele reclamou.

    Julie era o nome dela e era bom saber disso. Agora eu poderia chamá-la pelo nome.

    -Certeza que está bem?- Ele direcionou a pergunta para mim novamente.

    -Você tá perguntando isso pra mim? Sério?- Respondi, com uma sobrancelha levemente arqueada.

HallucinationOnde histórias criam vida. Descubra agora