Eu estava preso por correntes e alguém passava suas mãos pelo meu corpo, algo que era desconfortável ao meu ver.
A pessoa se aproximou mais e eu soube pela respiração próxima a minha. Eu não tinha coragem de abrir os meus olhos, nem de me mexer.
Senti algo macio tocar meus lábios...
Mas eu soube de imediato que era apenas um sonho...Acordei com um pulo e senti uma mão em meu peito, como se não quisesse que eu me levantasse.
-Respira fundo, foi apenas um sonho.- Ele disse.
Olhei para ele. A mesma expressão vazia estava estampada em seu rosto, mas havia algo ali, algo que eu não conseguia enxergar, mas que estava ali.
-Você tem aula, então se arrume.- Falou e se levantou da cama.
Quando ele sumiu de vista, eu pensei na possibilidade de que talvez ele dormiu ao meu lado na minha cama.
Eu logo descartei essa ideia, óbviamente./--/
-BOM DIA!- Gritou Aloy.
-Para de ser escândalosa.- Pedi, encarando-a com um olhar de tédio.
-Vocês que são um bando de desanimados!- Afirmou, fazendo bico.
Revirei os olhos e apenas segui em frente até o meu destino: sala de aula, vulgo cemitério.
Não porque era uma sala quase vazia, mas muito pelo contrário. Tinha muita gente morta...de sono.
E bem no canto da sala estava ele. Justin, com os seus típicos fones de ouvido brancos. Ele estava me encarando, então eu apenas desviei o olhar e fui até a minha mesa, sem coragem alguma para ir falar com ele./--/
Cheguei em casa, notando a ausência da minha mãe. "Ótimo", pensei.
Fui até o meu quarto e abri a porta, encontrando Kyro sentado na beirada da cama.
Ele estava mexendo em algo que eu reconheceria em qualquer lugar.-Larga isso!- Mandei, e ele me olhou, confuso.
Fui até ele e tomei o objeto de suas mãos.
-Qual o problema? É apenas um colar.- Disse, intrigado para saber do que se tratava aquilo.
-Pra você, pode ser um simples colar, mas pra mim não é, entendeu?- Falei, irritado.
-Como quiser, princesa.- Disse, dando um sorriso sacana que só ele conseguia fazer.
-Pare de me chamar assim.- Murmurei.
-Assim como?- Perguntou inocentemente, aumentando o sorriso.
-Você sabe como, baka.- Falei e sentei ao lado dele, mas não tão perto.
-Se você pode me chamar de baka, eu posso te chamar de princesa.
Olhei para ele, que estava fitando a parede. Percebi que ele pensava em algo, algo profundo demais para que eu soubesse.
-Não sou uma princesa.- Neguei, empurrando-o pelo ombro.
Ele soltou uma pequena risada e simplesmente respondeu.
-E eu não sou um baka, princesa.
Revirei os olhos, cansado da pequena discussão desnecessária.
-Tudo bem, eu sou uma princesa...- Desisti, e ele riu. -Mas eu não sou como as princesas da Disney, que ficam cantarolando sem parar, ok?
-Como quiser...- Repetiu e se aproximou, sussurrando em meu ouvido. -Princesa.
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Hallucination
FantasyJacob é um adolescente com um transtorno mental, o que faz de sua vida um verdadeiro inferno. Em um dia normal, ele se depara com algo que ele nunca tinha visto na vida e logo pensa que aquilo era apenas uma alucinação, mas ele saberá que a tal aluc...