CAPÍTULO: 107
Camz: Não tem ninguém do lado dela, vovó.
Luiza: Claro que tem, Camila. Está Lua, Lorena e seu avó.
Camz: O vovô morreu. Acho melhor a senhora descançar - se levantou da cama e veio até mim.
Luiza: Vocês nasceram uma para a outra.
De repente a miramos. Como? O que ela estava falando? Ninguém sabia daquilo.
Laur: O quê?
Luiza: Vocês são almas gêmeas, Lauren e Camila. Só que não podem viver esse amor. Não agora, minhas queridas.
Camz: Então quando vamos vivê-lo?
Laur: Camila! - me levantei. Ela estava dizendo a ela.
Luiza: Eu sei que se amam, mas não fiquem juntas. As coisas nem sempre são como esperamos.
Laur: Camila, do que ela está falando? - me virei para Camila.
Luiza: Boa noite, queridas - se ajeitou na cama, e fechou os olhos.
Laur: Vovó? - chamei-a - Vovó, acorde - peguei na sua mão e a sacudi - Vovó? - sussurrei. Ela não estava respondendo.
E então Camila me puxou pela cintura e eu gritei. Não. Ela não poderia ter morrido na minha frente. Depois de tanto tempo sem vê-la, não era possível que morresse na minha frente. Senti minha garganta queimar e gritei. Segundos depois, todos entraram no quarto, e Camila me tirou de dentro dele. Me abraçou e eu comecei a chorar em seu ombro. Não, não. Aquilo não era possível.
Laur: Chega - a empurrei e saí dali.
Camz: Lauren... calma. Nós sabíamos que isso ia acontecer - seguiu-me até a frente da casa.
Laur: Não Camila. Chega disso que temos, não dá mais - escondi meu rosto nas mãos e fiquei de costas para ela.
Camz: Como assim?
Laur: Isso é uma loucura. Chega, chega... - solucei, tentando segurar o choro.
Camz: Por que isso agora? Só por que ela disse que não é para ficarmos juntas?
Laur: Ela está certa, Camila. Não podemos, é impossível.
Camz: Você está abalada. Não ia dizer isso que não estivesse na TPM e se isso não tivesse acontecido.
Laur: Não, Camila. TODOS ESTÃO CERTOS. Selena está certa. A vovó estava certa. Não podemos ter nada.
Camz: Por quê, Lauren?
Laur: EU NÃO QUERO TER 80 ANOS, E VIVER FRUSTADA POR QUE NÃO TIVE FILHOS - desabafei, mirando-a.
Camz: Então é isso?
Laur: Não quero, não posso viver com você. Eu quero me casar, eu quero ter filhos, eu quero ter alguém pra dizer pro mundo que é meu amor... E não minha irmã.
Camz: Isso muda as coisas - mordeu o lábio.
Laur: Vou embora. Vou arrumar alguém e você tem que arrumar alguém por que... por que sim.
Camz: Ok, Lauren, se você quer assim. Com licença - abaixou a cabeça, como se fosse uma reverência e saiu dali.
Olhei para minhas mãos e elas tremiam. Me encostei na parede e me abaixei. Uma tia minha veio até mim, perguntando se eu queria algo, mas não respondi nada. Eles achavam que eu estava assim por causa da minha avó. E por partes... era! Após a morte da minha avó, tudo desmoronou. Primeiramente começando pelo estado de ânimo da minha mãe. Ela não se conformava de que aquilo tinha acontecido.
No começo, fiquei muito tocada por ela ter morrido na minha frente, e de uma forma tão natural. Depois de um tempo, coisas piores me machucaram. Camila e eu havíamos nos acertado, mas não estavamos mais com todo aquele amor que tínhamos antes. Nossa relação estava fria.
Não conversavamos, não fazíamos sexo - na maioria das vezes -, nos beijavamos raramente. Estávamos juntas somente para dizer que estávamos. Mas o pior de tudo foi quando eu parti. Não quando foi partir de verdade, mas quando parti para dar um resultado final naquilo. Estava na minha mão se eu ficava ou não com Camila. Tudo era decisão minha. E eu só teria que assinar a um papel.
Cristina: Como está, querida? - me abraçou, após eu sair do portão de desembarque.
Laur: Estou bem - sorri.
Cristina: Está ansiosa?
Laur: Hm... estou - menti. Ela não precisava saber que eu não estava - Quando vamos assinar os papéis?
Cristina: No final da semana. Um dia antes de você ir embora. Por enquanto vamos te explicar todo o procedimento e...
Laur: Ok, ok - a interrompi - Conversamos depois, estou cansada. Gostaria de ir pro hotel.
Cristina: Claro, querida. Vamos - sorriu.
Era óbvio que não queria ouvir o que ela tinha a dizer. Não tinha nem certeza se queria estar ali.
ara minha infelicidade a semana não passou nada rápido. Eles me apresentaram a cada pessoa, e me mostraram cada canto de onde eu iria trabalhar. Me mostraram a casa que eu iria morar, e até o carro que me aconselhariam comprar.Tentava fingir intusiasmo, mas era óbvio que eu não tinha nenhum. Evitei falar com qualquer um de casa. Evitei até falar com Shawn. Só para não me lembrar da decisão que eu estava tomando. O que não era possível, óbvio. Quando o dia de assinar os papéis chegou, eu não queria saber de mais nada.
Enquanto estava sentada e ouvindo aquelas pessoas falando e falando, eu só conseguia pensar em uma pessoa: Camila. Mas ao mesmo tempo que pensava nela, eu pensava que eu tinha que dar uma oportunidade a ela. Mas uma oportunidade de ser feliz. Eu tinha que parar de ser egoísta, eu tinha que ver que eu não o tinha somente para mim.
Ela tinha o direito de viver um amor de verdade tanto quanto eu. Por mais que fossemos sofrer no começo, eu sabia que no final, anos depois, eu ia receber o convite de seu casamento e quando chegasse lá, ela iria me abraçar e iríamos rir de tudo o que aconteceu conosco.
Por que eu sabia, que ficando em casa ou saindo, eu ia abrir mão de alguém ou de algo. E então, foi por aqueles motivos, que tomei minha decisão definitiva
Cristina: Lauren, querida?
Laur: Perdão - mirei-a - Estava
distraída. Onde estávamos?Cristina: Aqui - me entregou a caneta.
Laur: Ah, obrigada - sorri, pegando a caneta.
Olhei para o papel e dei um sorriso de canto. Com meu punho e letra, escrevi aquele nome que eu conhecia tanto. Suspirei e larguei a caneta. A decisão havia sido tomada.
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•Cᴀᴍʀᴇɴ• √ 💊 D̾N̾A̾ 💉
Fanfiction11 •𝐂𝐨𝐧𝐜𝐥𝐮𝐢𝐝𝐚• √ ɴãᴏ ᴘᴇʀᴍɪᴛo ᴀᴅᴀᴘᴛᴀcᴀo √ ➪ ᴅᴇ ᴍɪɴʜᴀ ᴀᴜᴛᴏʀɪᴀ √ ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs ᴘᴀʀᴀ ᴄᴀᴘɪsᴛᴀ ➪ Umapessoaai2 / CamzLolo /pattyteodorot S͎I͎N͎O͎P͎S͎E͎ (...) E a única coisa que nos mantinha separados era o maldito 𝘿𝙉𝘼. Por mais que quiséssemos...