Capítulo 57

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Manu

Ficamos ali por um bom tempo sem dizer nada, apenas sua mão em meus cabelos acariciando, eu me sentia bem melhor com ele ali do meu lado, confesso que não conseguia imaginar um mundo longe de Bruno. 

Bruno: você quer conversar? 

Manu: porque você fez isso com a irmã do JP? 

Bruno: eu era um moleque, infantil, eu sei que perder meu pai não foi motivo pra eu me tornar uma pessoa tão errada assim... – ele fez uma pausa e seu olhar ficou longe – ela era louca pra ficar comigo, menina de papai, eu cheio de tatuagem e todo rebelde querendo ou não chamava atenção, JP sempre teve maldade nas meninas de um jeito diferente,  eu sempre peguei todas, eu não me importava com ninguém a não ser comigo mesmo Manu – seu olhar encontrou o meu, não tirei os olhos dele – mas quando você chegou de certa forma me fez esquecer tudo, me fez ser quem eu nunca imaginei que pudesse ser, me fez fazer as pazes com a minha mãe que eu nem sabia que existia. Não tem como voltar atrás, não tem como eu fazer nosso filho voltar e eu vou me culpar pro resto da vida porque foi culpa minha, mas eu te amo e precisamos enfrentar juntos, sem você eu não consigo Manu. 

As lágrimas escorriam pelo nosso rosto, Bruno tocou em minha barriga e o soluço foi difícil de evitar, levei minha mão em seu rosto e acariciei, limpei tuas lágrimas e sorri quando ele me olhou. 

Manu: Eu te amo tanto tanto – fechei meus olhos e seus lábios encostou no meu –.

Bruno: você é a mulher da minha vida, eu juro nunca mais vou te decepcionar e vou recompensar tudo isso. 

2 semanas se passou... Saí do hospital e não havia contado nada para os meus pais, não queria levar preocupação pra eles e eu conheço bem a minha mãe, ela iria querer vim pra São Paulo na mesma hora. Estava no meu quarto deitada mexendo no notebook, era sábado e Bruno teve uma reunião na empresa e depois foi até uma consulta com Carol. Tirei um cochilo e acordei com vozes lá embaixo, olhei no relógio e já era 17h50, estava quase escurecendo. Levantei e joguei uma água no meu rosto, quando abri a porta do meu quarto ouvi a voz da minha mãe e senti meu corpo estremecer. 

Enzo: mãe, deixa ela descansar. Ela precisa, por favor. Se a Manu descobrir que eu te contei ela vai ficar... 

Manu: até que demorou Enzo –falei quando comecei a descer as escadas e os dois me olharam –.

Mia: filha – caminhou em minha direção e me abraçou, engoli o choro porque eu precisava ser forte, minha mãe precisava saber que eu não era aquela menininha de antes – Como você esta? O que fizeram com você filha? 

Manu: Mãe eu estou bem –segurei em tuas mãos e sorri para conforta-la – eu – respirei fundo – eu estava grávida, e perdi o bebê. Fui para uma festa, bebi um pouco a mais e acabei passando mal, mas não sabia da gravidez. 

Mia: e o Bruno? 

Manu: ele está arrasado também, se culpando mas ninguém sabia. Fui imatura, eu nunca fui assim mãe. 

Mia: quer voltar comigo para BH? Você sabe que consegue vaga em qualquer faculdade que você quiser, basta você querer filha.

Manu: eu não posso ir mãe, eu tenho o Bruno e ele precisa de mim tanto quanto eu preciso dele – ficamos em silêncio e ela sorrio, pra minha surpresa ela sorrio –.

Mia: você ama tanto ele, e isso me lembra tanto eu e seu pai. Você precisa lutar pelo o que você quer, e eu sei que já é uma mulher filha. Mas saiba que eu estarei sempre aqui, você não está sozinha – ela apertou minha mão e rimos –.

Manu: vamos sair para jantar então? Pena que o papai e Analú não vieram. 

Mia: seu pai esta com um estagiário novo e esta bem empenhado em treinar ele –rimos – e Analú no mundinho dela, espero que essa fase passe logo. 

Enzo: deixa ela aqui que coloco ela na linha. 

Manu: xerife – rimos – vou ligar para o Bruno e vou me arrumar então. 

Mia: vou fazer o mesmo, Enzo chame a Isabela preciso conhecer minha nora melhor. 

Enzo: ela vai amar – rimos –.

Subi para o meu quarto aliviada em ter minha mãe ali perto de mim, liguei para Bruno e ele estava indo pra casa se arrumar também. Tomei um banho não tão demorado e saí enrolada na toalha, passei meu hidratante e coloquei uma calça flear, um body aberto nas costas e um salto, deixei meu cabelo solto e me perfumei, fiz uma make bem básica e peguei minha bolsa, desci e Enzo havia ido buscar Isa e Bruno estava quase pra chegar. 

Manu: tão gata que nem parece que tem filhos – rimos –.

Mia: beleza é de família minha filha.

Bruno logo chegou e marcamos de encontrar Enzo e Isa direto no Outback, minha mãe e Bruno conversavam sobre tudo principalmente sobre advocacia e claro que ela amava. 

O jantar foi super agradável e minha mãe super amou a Isa, conversamos e comemos bastante. Confesso que fiquei aliviada em ninguém tocar no assunto da gravidez, estava começando a tentar pensar menos sobre esse assunto. Depois de comer muito resolvemos ir embora, estávamos parados em frente o Outback esperando trazer o carro quando desceu uma mulher loira, de início não reconheci até ouvir a voz, era Roberta, a mãe de sangue de Enzo. 

Roberta: como é bom encontrar a família toda, claro que o Henrique precisava estar também, afinal ele ajudou vocês acabarem com a minha vida. Principalmente você Mia, com essa carinha de nova, usa e abusa do dinheiro sujo do Henrique né? 

Mia: Ora, ora... você esta viva ainda Roberta? – minha mãe riu debochando – você está me confundido, não me chamo Roberta, sou independente e tenho minha própria profissão que aliás, foi graças a você que tentou ferrar com a nossa vida mas só ajudou. 

Roberta: cala a sua boca imunda, Enzo você precisa vim comigo, essa mulher te roubou de mim filho, preciso de você.
 
Enzo: por favor Roberta vai embora, não causa outra briga por favor. 

Roberta: me dá um abraço, eu só preciso disso depois eu sumo da sua vida, só preciso sentir o cheiro do meu filho –falou com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, minha mãe continuou fria olhando séria pra ela e balançando a cabeça –.

Mia: Enzo, não vai – falou baixo e em um tom leve –.

Roberta: não escuta ela filho. 

Mia: essa mulher é louca e você sabe bem disso, você a conhece bem que eu sei. 

Enzo: ela precisa ir embora, sumir de vez – falou baixo pra gente- se for um jeito dela deixar nossa família em paz eu vou fazer isso –.

Enzo se aproximou e Roberta olhava pra ele sem nem piscar, quando meu irmão chegou perto a mesma tirou uma faca grande da bolsa para ataca-lo mas minha mãe foi mais rápida, quando menos esperei ela estava com uma arma pequena cromada que havia acabado de tirar da bolsa, apontou para Roberta e atirou em sua perna, a mesma gritou de dor e Enzo se afastou rapidamente.

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