Capítulo 26

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  -Eu não sou tudo isso. -eu disse tímida- 

-Você podia ser modelo se quisesse. -ele pensou um pouco e abriu um sorriso- Inclusive, meu amigo ficaria maluco se te conhecesse. Ia querer você na campanha dele. 

-Sem chances. -eu disse rápido- Está fora de cogitação. Quero me dedicar inteiramente a medicina. -eu sorri de lado- 

-De qualquer forma, te apresento ele hoje na festa. -ele abriu um sorriso e eu revirei os olhos-

-Que festa? Quem disse que eu vou a alguma festa hoje? -eu disse como se fosse óbvio-

-Você é muito desinformada Maria. -ele me olhou-

-Maria? Ninguém me chama de Maria. -eu o encarei-

-Ótimo. Agora eu vou chamar. -ele disse e eu ri. Esse Gustavo...- A Calourada é hoje. Você é caloura, tem que ir. 

-Ouvi os meninos falando disso ontem mesmo. Pensei que fosse depois do feriado. 

-Não. É hoje. A Alice disse que compraria seu ingresso. Não desaponte minha maninha. -ele riu-

-Mas eu nem sabia. -eu disse- E se eu tiver algum compromisso? -eu arqueei uma sobrancelha-

-Nenhum estudante da faculdade tem compromisso no dia da calourada. É clássico. -eu revirei os olhos-

-Vou pensar. -eu disse por fim- Agora eu tenho que ir embora. Já enrolei demais com você aqui. 

-Vamos almoçar. -ele disse manhoso-

-Tenho que ir pra casa. Tomar um banho, tirar essa roupa de ontem. E como eu disse, os meninos devem está preocupados. 

-Então vamos fazer assim -ele me encarou- vamos almoçar e depois eu te deixo em casa. Assim ninguém sai perdendo. -ele disse e eu o encarei por um tempo- Vamos lá Maria. É só um almoço.-ele deu risada-

-Tudo bem. Não ia saber chegar em casa também. -eu dei de ombros e ele gargalhou-

-Vou só vestir uma camisa. -ele disse por fim e subiu as escadas correndo.

Ele não demorou nada e logo voltou para a sala. Desligou a tv, e saímos, com ele trancando a porta logo em seguida. Fomos até a garagem e entramos no carro.

-Onde você quer almoçar. -ele disse me olhando-

-Não sei. Como qualquer coisa menos japa. 

-Toca aí. Também não como japa. -ele disse fazendo uma cara de nojo e eu toquei na mão dele-

 -Aquele trem cru é nojento. -ele disse e eu ri do seu sotaque-

-Acho hilário o jeito que vocês conversam aqui. -eu disse mudando de assunto ao ouvir ele falar trem e ele me olhou-

-Por que hilário? -ele me encarou sério e eu ri-

-Vocês falam ''tujunto'', e tudo é trem -eu fiz aspas com as mãos dando risada- 

-Nós facilitamos o português. -ele disse dando de ombros-

-Ah claro. -eu disse irônica- Mas é extremamente sexy. -eu disse séria e ele deu risada agora-
-Tá falando que eu sou sexy? -ele disse parando o carro e dando uma piscada. Eu fiquei vermelha na hora.-

-Não. Estou falando que o sotaque mineiro é sexy. -eu disse tentando dar volta por cima-
-Nossa. Acabei de levar um puta fora. -ele riu- Pensei que me achasse sexy. -ele me encarou novamente-

-Deixa de ser bobo Gusta. -eu disse dando um tapa leve no braço dele e tentando tirar aquele clima- Você tem seu charme. -eu disse rindo e ele acabou rindo junto comigo- 

Ele acelerou o carro novamente e fomos conversando bobeira até o restaurante. Que por sinal, era uma churrascaria. 

-Eu amo churrasco. -eu disse e ele deu risada-

-Eu imaginei. Por isso te trouxe pra cá. -ele sorriu e nós entramos no restaurante-

Pegamos uma mesa em um canto mais reservado pra gente poder conversar mais a vontade e logo o garçom veio nos atender. Fizemos nossos pedidos que não demorou muito para chegar (bastante churrasco, amo!). Comemos muito, depois ainda pedimos sobremesa.

-Tô muito cheia. -eu disse terminando de comer minha sobremesa e o Gustavo deu uma risada alta-

-Nem me fale. Não cabe mais nenhum grão de arroz dentro de mim. -nós rimos-

-Comemos demais Gusta. -eu passei a mão na barriga-

-Você é magra de ruim. -ele sorriu- Mais é ótimo sair com garotas que não têm frescura pra comer.

-Ah qual é?! Não tem nada melhor que se entupir de comida e tirar um cochilo depois. -ele arregalou os olhos- Sério. Fazia isso direto em casa.

-E como não engorda? -ele me encarou triste- Se eu fizer isso, daqui a pouco peso 200 kg.

-Genética. -eu ri- Meu pai é personal. 

- Ah! Tá explicado. -ele riu- Agora pede ele pra me montar um treino cabuloso pra perder tudo que eu comi.

-Ah sem frescuras por favor. -eu revirei os olhos- Você tá ótimo assim. -eu sorri- O papo tá ótimo, mas eu tenho mesmo que ir embora. 

Ele revirou os olhos e eu ri. Levantamos juntos e pesados, tivemos uma breve discussão porque ele não me deixou pagar a conta e fomos pro carro pra ele me deixar em casa. Expliquei ele e o caminho e rapidinho chegamos, ele conhecia bem a cidade.

-Obrigada por tudo. -disse sorrindo quando ele parou o carro- Vocês são ótimos.

-Eu quem agradeço. Foi ótimo esse tempo que passamos juntos. -ele sorriu e eu dei um beijo em seu rosto-

-Manda um beijo pra Alice. -eu disse saindo do carro- 

-Pode deixar. Não esquece da calourada. 

-Eu acho que não vou. -eu disse pensativa-

-Te pego as 22:00. -ele disse sorrindo e arrancou o carro.  

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