Capítulo 81

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Renan Lacerda Narrando..

Depois da faculdade encontrei com a Ju, deixei ela em casa e fui direto para casa. Bom, a Ju tem se tornado alguém muito especial pra mim. Eu contei pra ela toda a minha "história" com a Malu, não quero que embora a gente não tenha ficado, ela ache que eu estou querendo iludir ela. Longe de mim fazer esse tipo de coisa. Eu estava realmente curtindo o tempo que a gente estava passando junto. E se fosse para rolar alguma coisa, eu queria que ela soubesse de tudo.

Fiquei em casa o resto da tarde fazendo vários nada. Eu mal vi a Malu, só vi ela mesmo, na hora que ela desceu para comer, mas mesmo assim nem respondi quando ela cumprimentou. Eu estou magoado e é muito difícil se libertar desse sentimento quando você vê a pessoa todos os dias.

Lá pelas 21:00 eu fui me arrumar, subi pro meu quarto, tomei um banho demorado, vesti uma calça preta, camisa branca, calcei meu tênis, passei perfume, arrumei meu cabelo e estava pronto. Peguei meu celular e dinheiro e desci. O Thiago tava lá embaixo com o pessoal.

Cumprimentei todo mundo principalmente a Ju e nós ficamos esperando a Malu (que nunca se atrasava) descer. Depois de uns 15 minutos ela desceu, tão bonita, mas tão bonita que eu queria trancar ela dentro de casa para ninguém além de mim ver ela daquele jeito. Ela cumprimentou todo mundo, o Gusta apresentou ela pra Ju que foi super simpática com ela, dividimos os carros e nós descemos.

-O que aconteceu com a Maria Luíza que ela tá tão bonita hoje? -a Lu disse depois que nós entramos no carro-

-Ela tá lindona mesmo. - o Gusta disse- Pronta pro crime. -ele deu risada e a Lu deu um tapa na sua perna-

Eu e a Ju não falamos nada, eu porque não tinha nada pra comentar em voz alta. E a Ju porque não queria se comprometer. Logo a Lu mudou de assunto e nós entramos na conversa e eu fui me animando. Depois de uns vinte minutos chegamos balada, o Gusta estacionou, pegamos nossas entradas, ficamos um tempo conversando na fila e logo entramos indo direto para o bar.

Todo mundo pegou sua bebida, inclusive a Malu que pediu vodka. Por aí, eu já podia ver que ia dar merda mas fiquei na minha.

Depois que todo mundo se serviu, nós subimos para o camarote e ficamos conversando e zoando, a Lu ignorava a Malu e eu meio que fazia isso também. Tava dando para ver que ela não estava confortável ali, então ela resolveu sair de perto de nós.

Conversamos mais um pouco e começou a tocar sertanejo, adoro! Eu sem pensar duas vezes puxei a Ju pra dançar.

-Eu não sei dançar. -ela disse rindo-

-Eu te ensino. Sou quase um pé de valsa sertanejo. -eu disse e ela deu risada-

Primeiro tentamos alguns passinhos mas a Ju era muito dura e quase sempre pisava no meu pé e isso fazia ela rir muito.

-Eu sou um desastre Re. -ela disse se afastando um pouco de mim e eu dei risada-

-Não, vem cá. -eu puxei a mão dela de leve e ela se aproximou novamente- Deixa a música te guiar. -eu disse colando nossos corpos e dando um beijo de leve em seu pescoço.-

Eu pude ver que ela se arrepiou. Ponto pra mim!

Dançamos a música inteira e quando a música terminou ela se afastou de mim novamente, mas por um instinto, ou sei lá o que foi, eu a puxei de novo e a beijei.

Por que eu fiz isso? Também não sei. Bateu vontade de beijar ela é eu fiz. No início do beijo ela ficou assustada mas depois cedeu. O beijo dela era gostoso, calmo do jeitinho que eu gostava, mas faltava alguma coisa.

Não era aquela coisa que me fazia querer beijar ela pra sempre. Na verdade isso só acontecia com uma pessoa, mas acho que tá na hora de começar a seguir em frente.

Nos beijamos por alguns minutos, e quando nos faltou ar, eu encerrei o beijo com selinhos.

-Você não precisava ter feito isso. - a Ju disse me olhando e eu a abracei-

-Eu queria beijar você Ju. Na verdade queria beijar você desde ontem. -eu disse sem graça e ela me deu um selinho demorado-

-Vamos voltar lá para o povo. -ela disse se afastando um pouco de mim e me puxando-

-É Renanzinho, tu não é fácil não. -o Thiago disse assim que eu me aproximei com a Ju-

-Me deixa em paz cara. -eu disse rindo e eu pude ver que a Ju ficou sem graça-

Maria Luíza Narrando...

Sai de perto deles e fui até o bar, pedi mais uma caipirinha e sai dali antes que aquele chato do barman viesse falar alguma coisa. Me sentei em uma mesa afastada de todos no camarote e fiquei ali bebendo e mexendo no celular, ou melhor, fingindo que tava mexendo no celular.

-Ainda tá pensando nas suas chances de ser reprovada depois da prova de hoje? -uma voz masculina e grossa disse atrás de mim e eu virei de uma vez assustada.-

Era o meu professor. O bonitão filho da puta que deu aquela prova quase impossível hoje mais cedo.

-Se servir de ajuda, eu estudei demais para aquela prova. -eu disse desanimada-

-Uma DP não faz mal pra ninguém. -ele disse rindo e se sentou na cadeira de frente pra minha. Eu o encarei por alguns segundos, e logo voltei a fingir que estava mexendo no celular. -Por que você está aqui isolada?

-Porque minha vida tá uma merda. -eu disse com um sorriso forçado e ele riu. Ótimo! Além de mau, ele era engraçadinho.- E você, o que faz numa balada?

-Não é porque eu sou professor que eu não possa frequentar uma balada. -ele disse me encarando e eu o olhei arqueando uma sobrancelha-

-Eu não disse isso. -eu rebati-

-Vocês jovens, adoram rebater tudo que a gente fala. -ele disse tomando um gole da sua cerveja-

-Quantos anos você tem? -eu perguntei de uma vez-

-Tenho vinte e sete. -ele disse com um sorriso- E você tem dezoito, certo?

-Certo! -eu tomei um gole da minha caipirinha-

-Porque sua vida tá uma merda? -ele perguntou por fim e eu dei risada-

-Como você deve saber, eu sou lá do Sul, vamos dizer que eu não estou acostumada a conviver com muitas pessoas, e não sei lidar com essa cidade. -eu disse de uma vez-

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