Permita-se |

Capítulo 84

Rolei na cama e procurei meu telefone por alguns minutos. Eu tinha esquecido de colocar ele no silencioso. Que saco! O pessoal conversava no nosso grupo sem parar e eu vi que eles tinham colocado a Ju no grupo também. 

Abri a conversa e vi que ia rolar social aqui em casa hoje. Social. Conheço esses meninos. A social deles, era quase a faculdade inteira. Igual da outra vez. Se nós formos expulsos, posso garantir uma coisa: eu mato esses meninos. 

Tinha também uma mensagem da Bia no privado. Na verdade, várias mensagens da Bia. Fiquei preocupada e resolvi responder. 

~Início da Conversa~

Bia💋: Malu, eu sei que você não tá nem aí pra mim, e eu sei que eu te disse coisas horríveis quando você estava tentando me ajudar. Mas eu tomei uma decisão.
Eu vou abortar!
Eu não posso ter esse filho!
Meus pais vão me matar, o Thiago vai me matar.😭😭😭😭😭
Maria Luíza 🤓: Bia do céu, você não pode fazer isso. Pode acontecer alguma coisa com você, pode ser que dê errado. Não vou deixar você abortar.
Bia💋: Mas Malu, eu sou muito nova. Não posso estudar e cuidar de uma criança.
Maria Luiza🤓: Olha, nós vamos dar um jeito nisso. Eu vou te ajudar. Você pode contar comigo para qualquer coisa.
Bia💋: Porque você tá fazendo isso por mim? Eu nem se quer gosto de você.
Maria Luíza🤓: Mas eu não odeio você. Eu cresci na igreja, junto com a minha avó, e eu aprendi a disseminar o amor. Você não precisa gostar de mim, eu só quero te ajudar. Pelo menos até você contar pra mais alguém que realmente queira te ajudar.
Bia💋: Você tem me ensinado muita coisa. Desculpa pelas coisas que eu te disse e por ter ajudado a Clara. Ela não vale nada.
Maria Luiza🤓: Fica tranquila. 😉
Bia💋: Vou ter que marcar uma consulta então. Você viria comigo?
Maria Luíza🤓: É claro que eu vou! Só você me falar o dia e a hora que eu faço questão de ir.
Bia💋: Certo então! Eu te aviso direitinho. Obrigada por tudo Malu.

Maria Luíza🤓: Por nada! Pode contar sempre! 😘

~Fim da Conversa~

Renan Lacerda Narrando...

Eu não sei explicar direito o que estava acontecendo comigo. Mas eu andava sentindo muita raiva, principalmente da Malu. Eu sei que pode tá parecendo que eu estou agindo feito criança, mas tudo me aborrece. Ver ela toda bonita, toda doce na minha frente me deixa puto.

Ontem quando ela chegou e se juntou a mim mais a Ju na cozinha, eu dei uma má resposta nela e eu vi que ela ficou chateada. Mas o que eu posso fazer? Estou tentando me manter longe, do jeito que ela queria. 

A Ju dormiu comigo, não rolou nada. Eu nem estava afim também. Nós apenas conversamos e rimos bastante durante a madrugada. Era bom ter ela por perto, mantinha minha cabeça ocupada. 

Acordamos tarde no outro dia, eu estava com preguiça de descer para fazer almoço então combinei com a Ju da gente almoçar na churrascaria, mas acabamos ficando em casa mesmo, adivinha quem fez o almoço? Sim! Ela mesma! Deve está querendo me testar. 

Almoçamos em "paz". Eu não conversava com ela, mas ela fingia que tava tudo bem. Depois do almoço eu mais o Thiago fomos jogar videogame e as meninas foram arrumar cozinha.

-Porque você tá tratando a Malu desde jeito? - o Thiago disse me encarando- 

-Ela terminou comigo sem mais nem menos. -eu disse ligando o jogo- 

-Ela tá arrasada. -ele disse ainda me encarando- Chorou até na cozinha comigo. Você desfez dela ontem, a Lu só fica jogando indireta. Deve ser muito fácil conviver com isso né?! 

-Me poupe Thiago! Eu também estou magoado. Muito magoado. Não consigo olhar pra ela sem querer ficar junto com ela. 

-Ela gosta de você. -ele disse- 

-Se ela gostasse ela não teria terminado comigo. 

-Para de agir feito babaca. -o Thiago disse- Vocês moram dentro do mesmo teto. E você se viajar uma hora tem o colo da sua mãe. A Malu não é coitada, mas ela tá perdida. Eu entendo o tempo que ela quer. -ele disse e eu revirei os olhos- Quer saber? Não quero jogar mais. -ele disse saindo de perto de mim e subindo as escadas-

Fiquei sentado no sofá uns vinte minutos com cara de idiota. Será mesmo que eu estava sendo tão duro assim com a Malu? Mas eu estou tão chateado com ela, que não sei se consigo me abrir novamente. 

Estava perdido nos meus pensamentos até a Ju aparecer na sala e estalar seus dedos na minha frente. 

-Tô falando com você tem uns cinco minutos. -ela disse com um sorriso- 

-Desculpa, viajei aqui. -eu disse e ela riu-

-Eu percebi. -ela disse e eu ri- Tenho que ir embora. Tô com a mesma roupa de ontem até agora. Quase vencida. -ela disse rindo- 

-Eu te levo. -eu disse dando um selinho nela- 

Nos levantamos, eu peguei a chave do carro, nós saímos, eu tranquei o apartamento e nós descemos até a garagem. Entramos no carro e eu dei partida. 

-Eu conversei com a Malu. -ela disse depois de um tempo em silêncio- E eu pude ver que ela não tá feliz. 

-Vocês têm que parar de sentir pena dela. -eu disse- 

-Não estou com pena dela. Muito pelo contrário. Sentiria pena dela se ela tivesse me maltratado ou sido grossa comigo. -ela disse me olhando sem entender agora-

-E sobre o que vocês falaram? -eu perguntei fingindo interesse. A última coisa que eu queria era ouvir falar mais da Malu- 

-Sobre tudo. Nós temos algumas coisas em comum e ela mesmo na bad me fez dar risada. Gosto dela. -ela disse e eu a encarei- O que foi?

-Nada! -eu disse rindo.-Ela não é essa pessoa que você conheceu. 

-Você fala no bom ou mal sentido? -ela perguntou sem entender- Porque ela não me pareceu falsa.

-Não vamos falar sobre isso. Por favor. -eu disse estacionando o carro- Tô com você agora. Vamos deixar a Malu pra lá.

-Tudo bem. -ela disse séria- Tenho que ir. -ela me deu um selinho rápido e desceu do carro-
Ótimo! Perfeito! Maravilhoso! Agora até a Juliana está contra mim.