Capítulo 137

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Gabriel Ferraz Narrando...

Eu estava contente por finalmente conseguir apresentar a Malu para os meus pais. Era muito importante para mim que eles soubessem e apoiassem a mulher pelo qual eu estou louco. Só que as coisas não saíram perfeitamente como eu planejei.
Só para começar, tenho certeza que a Malu odiou eu ter escondido dela que os meus pais estariam aqui. E depois, meus pais encheram ela de perguntas, uma mais constrangedora que a outra. Eu estava com vergonha por ela, mas não tive coragem de fazer meus pais parar. Por sorte, a Duda, que nunca liga pra nada e fala tudo que tem que falar na cara interrompeu eles e tirou a Malu de perto.
Assim que a Malu saiu junto da Duda, meus pais me encararam por alguns segundos.

-O que foi? -eu perguntei passando as mãos no cabelo. Eu estava começando a me chatear também-

-Como você consegue namorar uma garota da idade da sua irmã? -meu pai perguntou debochado-

-Eu amo ela. -eu disse sério-

-Ela é sua aluna Gabriel, você sabe o tanto de problemas que isso vai causar? Você sabe que talvez ela pode só estar te usando para conseguir se promover na faculdade, ou conseguir notas né?! -meu pai cruzou os braços e eu balancei a cabeça negativamente. Não acredito que estava escutando aquelas coisas-

-Vocês não conhecem ela. Parem de julgar. -eu disse mais alto-

-Ela tem dezoito anos Gabriel. Não preciso conhecer para julgar. É uma garota. O que ela tem para te oferecer? Você tá colocando em risco o nome da nossa família. Vale mesmo a pena? -minha mãe disse no mesmo tom que eu-

-Eu espero que ela não tenha ouvido nenhuma dessas palavras horríveis que vocês disseram. E sabe o que ela tem para me oferecer? Felicidade. Se vocês não sabem o significado disso, vão viver, porque eu estou aprendendo com ela. -eu disse saindo de perto deles-

-Volta aqui Gabriel. -minha mãe disse mais eu ignorei-

Decidi ajudar as meninas a tirar as malas do carro. Cheguei do lado de fora e estava as duas conversando e rindo. Minha cara com certeza não era das melhores, porque assim que cheguei e a Malu me olhou, ela desfez do sorriso.

-O que aconteceu? -ela perguntou séria. Eu podia ver que ela sabia o que estava acontecendo-

-Não é nada demais amor. -eu disse selando nossos lábios- Não esquece que eu amo você tá bom?

-Eu também amo você mô. -ela disse e seu olho já estava marejando. Eu não ia deixar ela chorar-

Antes que isso acontecesse a Duda começou a descontrair e falar da praia. A Malu não falou muito, mas ela já aparentava estar melhor. Nós tiramos tudo do carro enquanto conversávamos e levamos para os quartos. Eu e a Malu dormiríamos juntos.

Bia Alvarenga Narrando...

A festa de ontem à noite foi espetacular. Dancei e me divertir como eu não fazia a muito tempo. Embora algumas pessoas ainda comentassem eu não estava nem aí para o que elas falavam de mim. Eu estava grávida sim, e mesmo meu filho "não tendo um pai" eu estava feliz. Eu aprendi a lidar com toda aquela situação e nada mais me abalava.
Mesmo comigo não ligando para nada, acho que os homens tinham receio de tentar ficar comigo. Desde que eu voltei a frequentar a faculdade que não fico com ninguém e isso já está começando a me frustrar. Será que estou ficando feia?
Mesmo não ficando com ninguém, a festa foi uma das melhores que eu já frequentei.
Só ficamos bem preocupados com o Renan, que decidiu dar virote e beber pra mim, pra ele e pra todos que estavam na festa. Ele fez de tudo. Chegava a ser engraçado, já que ele era considerado um dos certinhos da faculdade.
Quando ele sumiu, depois de fazer de tudo, eu a Alice e o Gusta nós dividimos para procurá-lo e eu acabei encontrando ele perto da piscina, olhando pro nada. Ele estava muito ruim. Não pensei duas vezes e chamei o uber (que não demorou pra chegar) e fomos pra minha casa.
Ele fez muita pirraça para entrar em casa, mas eu o convenci com muita conversa. Nós subimos para o meu quarto com dificuldade. Eu o sentei na minha cama e eu tentei tirar sua camisa. Em vão.

-O que nós vamos fazer? -ele perguntou-

-Nada Renan. Vou te colocar debaixo daquela água gelada. -eu disse olhando ele-

-Mas eu quero. -ele fez manha-

-Quer o que? -eu dei ombros-

-Você. -ele disse e eu dei risada-

-Você tá ruim, chapado. Vai nem lembrar meu nome amanhã. Agora vem. -eu puxei ele para o banheiro-
Liguei o chuveiro e antes de colocar ele debaixo dele, ele vomitou. Sujando toda sua roupa.

-Eu não tô acreditando nisso. Eu vou matar você Renan. -eu disse brava e ele me olhou-

-Desculpa. Mas eu não consegui segurar. -ele disse embolado e colocando a mão na boca-

Abri a tampa da privada e ele voltou a vomitar. Ficou nisso por uns dez minutos.

-Acabou? -eu perguntei e ele fez que sim com a cabeça-

Ajudei ele e o enfiei debaixo d'água com roupa e tudo. Ele no impulso (ou não) me puxou pra água também.

-Já disse que eu quero você? -ele colou nosso corpo e acariciou minha cintura-

-Já. Agora me solta. -eu disse tentando me manter firme-

-Me beija vai. -ele disse meio embolado próximo ao meu ouvido-

Que droga! Eu estava carente. Era sacanagem uma coisa dessas. Ele segurou meu pescoço e aproximou ainda mais nosso rosto. E eu me lembrei da Luana. Eu não ia fazer isso. Sem contar que ele acabou de vomitar.
Eu mudei o rumo do meu rosto e depositei um beijo em sua bochecha.

-Pronto. Agora me solta. -eu disse firme-

-Não era isso que eu queria. -ele olhava com uma carinha fofa-

-Hoje não Renan, hoje não. -eu disse séria-

-Promete que eu vou ganhar beijo da próxima? -ele disse e eu revirei os olhos-

-Se você não tiver nesse estado sim. Agora sai dai. -eu disse-

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