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Capítulo 116

Gabriel Ferraz Narrando...

Depois de ontem, mesmo com uma "amiga" da Malu fazendo inferno, eu estava decidido a pedir ela em namoro. Queria oficializar as coisas. Já tinha até conversando com um dos diretores da faculdade.
Ele não gostou nada da ideia, mas como a Malu já estava fazendo a minha matéria, acho que eu só daria aula pra ela de novo daqui dois anos, e só Deus sabe o que vai acontecer até lá.
E por falar nela, hoje ela chegou atrasada. Mas toda linda. Eu amava aquele jeitinho espontâneo e tímido ao mesmo tempo. Ela me cumprimentou com o olhar e eu não consegui evitar e sorri pra ela. A sala inteira olhou ela em silêncio, tadinha. Ninguém mandou ser linda.
Depois da sala dela eu dei mais duas aulas e tive um tempo livre. Aproveitei para corrigir algumas provas de "recuperação" que eu tinha dado para os meus alunos irresponsáveis.

-Você anda tão sumido. -a    Isabela, uma professora que eu saia antes disse se aproximando de mim de uma vez. Eu até me assustei.-

-Nada! Apareço aqui sempre. -eu disse sem olhar ela que se sentou no meu colo-

-Tô morrendo de saudades de você. -ela disse próxima ao meu ouvido acariciando minha barriga por dentro da minha camisa. O que essa mulher tá arrumando?-

-Eu tenho namorada. -eu disse meio que empurrando ela de cima de mim e me levantando.

-A garota de dezoito anos? Quase da idade da sua irmã? Me poupe! -ela disse vindo atrás de mim-

-Não fala assim da Malu. -eu disse sério. Eu respeito ela-

-Respeita? Que bonitinho. Arrumou mais uma irmãzinha. -ela disse e eu fiquei com muita raiva-

-A Malu é muito mais mulher que você. -eu disse juntando minhas coisas e saindo da sala-

Eu e a Isabela tivemos um caso no começo do ano. Ela é bonita e boa de papo, mas é um grude e fica com todos os professores. Eu não sou assim, não gosto disso. Ou tá comigo ou não tá. É a melhor coisa que eu fiz, foi terminar com ela.
Passei na lanchonete, comprei um suco e fui para o estacionamento esperar a Malu. Ainda faltava um tempo, então fiquei mexendo no celular conversando com o Miguel.
Quando deu 12:40 eu mandei mensagem pra Malu avisando que eu já estava esperando-a. Ela logo apareceu, com uma carinha de sono, mas um sorriso lindo.
Eu chamei ela para almoçar comigo e ela topou, ninguém rejeita a lasanha da dona Lúcia. Fomos direto pra minha casa, a Duda não ia vir pra casa mesmo. Chegamos em casa rapidinho, conversamos um pouco com a Lúcia, comemos muito e eu chamei a Malu pra dormir um pouco. Eu até tinha que ir pro consultório. Mas eu tava muito afim de aproveitar minha Malu também. Então decidi não ir. Nós dormimos quase a tarde inteira, mesmo daquele jeito, eu amava ter a companhia dela.
Eu acordei antes dela, observei ela por um tempo e decidi acorda-la.
Me aproximei dela, coloquei seu cabelo de lado e beijei seu pescoço, bem de leve.

-Bom dia dorminhoca. -eu disse perto do seu ouvido e ela se mexeu na cama-

Dei mais alguns beijos pelo seu pescoço e colo e ela finalmente abriu os olhos, com um suspiro.

-Quero ser acordada assim todos os dias. -ela disse mexendo no meu cabelo-

-Só você dormir comigo todo dia. Aí, vou te acordar cada dia de um jeito diferente. -eu disse e ela riu-

Ela se levantou, prendeu seu cabelo novamente de um jeito que eu achava que ficava maravilhosamente sensual e foi até o banheiro. Ela não demorou muito e voltou, se deitando novamente bem próxima de mim.

-Agora sim eu tô acordada. -ela disse e eu ri-

-Se você dormisse mais meia hora eu ia ficar preocupado. Dormimos quase a tarde inteira. -eu disse-

-Eu ando tão cansada que estou dormindo atoa. -ela disse me olhando-

-Você podia olhar isso. Não faz bem esse sono todo. -eu a olhei preocupado e ela fez carinho no meu rosto-

-Eu Tô ótima meu amor. Só cansada. -ela disse-

-Eu fico preocupado com você. -eu disse abraçando ela-

-Não precisa amor. Você vai ver, depois que eu terminar de arrumar meu apartamento e me mudar, vai melhorar tudo e eu vou descansar muito. -ela disse enquanto brincava com meu cabelo-

-Falando no seu apartamento, eu terminei de pintar, quer ver? -eu disse e ela me olhou com um sorriso enorme-

-Quero sim. Não acredito que você fez isso Gabriel. -ela disse e eu dei risada-

-Não foi nada demais. -eu disse dando de ombros e ela segurou meu rosto-

-Eu ainda tô pensando em como que vou te agradecer por tudo que você tá fazendo por mim. -ela disse me olhando-

-Você me agradece ficando aqui do meu ladinho pra sempre. -eu disse olhando ela- Agora vamos lá.

-Vamos. -ela disse-

Eu me levantei da cama e ela se levantou logo em seguida, ela calçou seu tênis, foi no banheiro e depois nós saímos juntos. Eu estava bem tenso e nervoso. Eu não sabia qual seria a reação dela ao ver o seu apartamento, mas tudo que eu fiz (com a ajuda da Duda é claro) foi muito de coração.
Descemos até o andar que ela moraria e eu deixei que ela mesma abrisse a porta.
Ela entrou com cuidado, o apartamento estava todo escuro, bem do jeito que ela queria. Ela tentou acender a luz mas foi em vão.

-Acho que não tá funcionando. -ela disse e eu queria rir por dentro-

-Por que você não vai dar uma olhada nos outros cômodos? Vou arrumar a luz aqui. -eu disse fechando a porta atrás de mim-

-Não precisa mexer com isso hoje Gabriel. Para de trabalhar só um pouquinho. -ela disse-

-É só uma luz Malu. -eu dei de ombros- Vou gastar nem cinco minutos.

-Você é teimoso demais menino. -ela disse e eu segurei ela pela cintura e beijei seu pescoço em seguida-

-Vai lá, vai. -eu disse em seguida. Ela "bufou", me deu um selinho demorado e saiu andando, se dando por vencida-

Era hora. Eu estava preparado para isso, bom, pelo menos eu acho que estava preparado para aquilo. Eu precisava arriscar. Ela é diferente, ela é mais que tudo que eu sempre esperei pra mim. Respirei fundo nervoso, liguei a lanterna do meu celular e comecei a acender as velas que eu mais minha irmã havíamos colocado ali. Espalhei as pétalas pela sala, peguei as flores que eu havia comprado pra ela, me posicionei no lugar que eu havia combinado com a Duda, respirei fundo algumas vezes, eu estava hiper nervoso, minhas mãos suavam, contei até dez e tomei coragem.

-Malu, me ajuda aqui rapidinho. -eu disse alto e ela logo apareceu na sala.-
Assim que ela chegou na sala e viu as velas, ela parou por alguns minutos olhando tudo.

-O que tá acontecendo aqui? -ela disse alto, aparentemente nervosa também-