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Capítulo 111

[...]

-Cadê o Renan? -o Thiago perguntou e todo mundo olhou pra ele-

-Entrou no carro e saiu igual um louco. -eu disse sem me importar-

-Vamos fazer assim. -o Thiago disse- Gabriel você leva todo mundo pra casa e eu vou atrás do Renan, pode ser?

-Pode sim cara. -o Gabriel respondeu-

O Thiago deu um selinho demorado na Alice, a Luana pediu para ir com ele, mas ele não deixou. O Gusta entregou a chave do carro pra ele e ele saiu em disparada atrás do Renan. Só espero que nada aconteça com nenhum dos dois.

-Vamos embora gente? -eu disse- Minha cabeça tá doendo.

-Vamos sim. - o Gusta disse- Já deu tudo que tinha que dar hoje.

-Verdade. -a Luana abraçou o Gusta- Não esperava que o Re fosse chegar a esse ponto.

-Por isso não devemos defender cem por cento as pessoas né Luana? -a Alice disse e a Luana a encarou-

-Namoral, vamos embora. -o Gusta disse ao ver o climão entre as meninas-

O Gabriel se levantou e me ajudou a levantar, nós fomos até o carro dele e entramos. Ele ligou o som baixinho só para não ficar muito silencioso. Ao mesmo tempo que eu estava arrasada, eu estava muito preocupada.
Fomos o caminho inteiro em silêncio, só com o som do carro tocando. Deixamos a Alice o Gusta em casa e a Luana ia dormir por lá também. A Alice quase implorou para eu ficar lá também, mas eu não queria dar mais explicações para eles. Ainda mais eles. Depois de muito custo, eles entraram e o Gabriel deu partida. Fomos até o apartamento dele em silêncio também. Ele estacionou e nós subimos juntos. Só a cachorra da Duda estava por lá. Mexi com ela um pouquinho e subi para o quarto junto com o Gabriel.

-Gabriel. - eu disse sentando em sua cama-

-Oi- ele me olhou enquanto vestia uma calça de moletom-

-Minha bolsa ficou no seu carro. -eu disse e ele riu.-

-Não vamos descer agora. Te empresto uma camisa minha e amanhã cedo eu pego suas coisas pode ser? -ele me olhou-

-Pode sim. -eu disse e ele se aproximou de mim se ajoelhando na minha frente e me olhando-

-Você tá bem? -eu fiz não com a cabeça-

-Eu não sou a vadia que dorme com professores Gabriel. -eu disse começando a chorar de novo- Todo mundo que vê a gente junto pensa isso de mim. Eu não quero ser vista assim.

-Malu calma. -ele segurou meu rosto-

Ninguém te acha uma vadia porque você está comigo. Algumas pessoas comentam sim quando estamos juntos, mas é porque isso tudo é muito recente. E desde quando você se importa com isso?

-O Renan me perguntou se minha mãe sabe se eu durmo com professores.

-Ele não sabe o que diz Malu. Tenho certeza que ele vai se arrepender de cada palavra que disse a você hoje. -ele fez carinho na minha bochecha limpando minhas lágrimas- Você é linda Malu, por dentro e por fora. E você não deve deixar ninguém te fazer se sentir inferior. Porque você não é.

-Eu não sei como agradecer você pelas coisas que tem feito por mim. -eu disse dando um sorriso mais sincero possível-

-Você não precisa me agradecer por nada. Só me chama de amor de novo. -ele disse e eu dei risada- Ótimo, já ganhei meu dia com esse sorriso lindo.

Ele se levantou, foi até o guarda-roupas e pegou uma camisa pra mim. Eu tirei minha roupa e me vesti. Fui até o banheiro, lavei meu rosto para tirar o resto da maquiagem e voltei para o quarto.

-Trouxe um remédio para você. Lembro que disse que está com dor de cabeça. -ele me entregou o copo com água e o remédio e eu tomei-

-Obrigada de novo. -eu disse- 
Ele se aproximou de mim e beijou minha testa.

-Vamos deitar. -ele disse  e eu concordei-

Arrumamos a cama, fechamos tudo e nos deitamos. Eu me virei de frente pra ele e fiz carinho em seu rosto.

-Amor.. -eu disse manhosa e ele deu aquele sorriso-

-Oii -ele disse me olhando-

-Obrigada por se importar comigo. -eu disse e me aproximei dele colando nossos lábios-

Depois me virei de costas para ele e ele me abraçou. Não sei como, mas eu apaguei.

Gabriel Ferraz Narrando...

Só para começar, eu ainda estou tentando entender o que aconteceu essa noite. Eu e a Malu saímos para jantar e acabamos na balada, no lugar onde nos conhecemos.
A primeira hora foi de completa paz, embora o idiota do Pedro (amigo do Miguel) não parava de olhar a minha Malu. Mas as coisas ficaram confusas quando quem chegou? Sim, ele mesmo, Renan.
Um minuto que eu distrai para avisar o Miguel que íamos lá para a frente ver o show, a Malu já tinha sumido com aquele idiota. A Alice chegou desesperada perto de mim, falando que a Malu mais o Renan estavam brigando e que provavelmente estavam do lado de fora da balada. Nem me despedi do Miguei e eu, Alice e os amigos dela saímos correndo até a saída da balada. Porém, os seguranças custaram a deixar a gente sair. Não sei porque, mas eles disseram que não tinham permissão para liberar ninguém por enquanto.
Eu estava quase matando eles. Ficamos uns 15 minutos esperando e quando eles finalmente nos liberaram eu saí correndo.
Encontrei a Malu sentada no chão, chorando de soluçar. De um jeito que eu jamais havia visto antes. Ela parecia tão frágil, tão insegura, tão desprotegida. Tudo que eu queria era cuidar dela e fazer ela sorrir. Porque o sorriso dela, era capaz de iluminar o mundo.
Corri até ela e a abracei, o Renan não estava por lá mais. Melhor assim. Conversamos um pouco e ela disse que queria ir embora, para a casa dela, mas eu não deixaria isso acontecer. Não mesmo.

O Thiago foi atrás do idiota e eu fiquei por conta de levar o resto dos "amigos" dela. Deixei todo mundo na casa da Alice e levei a Malu para minha casa. Ela já aparentava estar um pouco melhor, mas eu duvido muito.
Entramos, conversamos um pouquinho, e enquanto ela foi lavar o rosto eu desci e peguei um calmante para ela. Pelo menos ela dormiria mais tranquilamente.
Conversamos mais um pouquinho, ela me agradeceu várias vezes, mal sabia ela, que ela já ocupava meu coração, de um jeito que eu jamais pensava que ele fosse ser ocupado.
Ela dormiu rapidamente. Eu fiquei pensando um pouco. Ninguém merece passar por essas coisas. Ninguém é vadia por dormir com alguém que gosta, seja a pessoa seu professor, seu médico, seu dentista.

Abracei ela por trás e fiquei fazendo carinho nela, no meu amor, até adormecer também.