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Capítulo 8

Duas semanas depois...

Minha vida continua praticante a mesma, vou para faculdade, evito ao máximo almoçar em casa e almoço sempre no campus. Me aproximei um pouco do Gustavo, a gente se fala sempre e as vezes almoçamos juntos. Ele é beeeeeem popular, também né?! Bonito, simpático e divertido, quem não o queria como amigo? Eu e o Renan também nos aproximamos bem, na verdade ele me persegue (de um jeito bom), a gente sempre se esbarra, sempre ri de coisas idiotas e gostamos das mesmas séries, nos damos bem assim, do nada.
Tenho conversado muito com a Bia mais a Luana, elas são muito engraçadas e não ligam para nada. Converso também com a minha mãe mais meu pai todos os dias pelo celular.
Hoje é sexta feira, os meninos fazer uma social AQUI EM CASA! Se eu concordei? É claro que não! Mas sou uma mera moradora e tivemos uma votação (muito injusta no meu ponto de vista) mas como é uma democracia eu perdi. Mas, fiz os meninos me prometerem que não convidariam mais que 20 pessoas.
Tomei um banho demorado, vesti uma roupa simples, afinal tava em casa, passei uma make bem leve, só pra disfarças as olheiras mesmo, calcei uma sapatilha e desci. Se os meninos tinham cumprido a promessa? É CLARO QUE NÃO!
O nosso apartamento estava lotado, tinha umas 50 pessoas. Eu estava preocupada que a minha próxima casa seria embaixo da ponte, já que eu tinha CERTEZA que seríamos expulsos do prédio depois daquela festa. A sorte, é que como morávamos na cobertura, tinha tipo uma área em cima que dava pra aproveitar. Fui até lá e procurei o Renan no meio daquele tanto de gente e não o encontrei então procurei pelo Thiago, que o encontrei com uma menina, acho que era do nosso curso. Cumprimentei a mesma e olhei brava pro Thiago.

-Desculpa eu interromper. Mas você pode me emprestar o Thiago só um minutinho? -eu sorri tentando ser simpática e ela me encarou-

-Se ele quiser ir, pode ficar a vontade. -eu revirei os olhos e puxei o Thiago até um canto que não tinha ninguém e eu ia poder xingar ele a vontade.

-O que vocês estão pensando? 20 pessoas, eu falei 20 pessoas. Não que eu mande em alguma coisa, mais parece que eu sou a única que entende que moramos em apartamento e podemos ser expulsos por fazer uma festa sem avisar. Pelo amor de Deus Thiago, o que você mais o Renan têm na cabeça? -eu disse brava, o Thiago me encarou por um tempo sem me dar respostas- Me responde. - eu disse já alterando meu tom de voz e ele não me respondeu, o que ele fez, foi muito mais inesperado.

Ele me beijou. No começo, eu me debati e tentei me afastar dele, mas ele era bem mais forte que eu e então eu resolvi entrar na dele. Cedi o beijo, ele beijava bem, colava cada vez mais nossos corpos, parecia que tinha... urgência nesse beijo. Brinquei com a língua dele e quando ele deu a brecha perfeita, eu mordi o lábio dele com força e me afastei dele.

-Você me machucou. -ele me olhou e colocou a mão na boca que sangrava um pouco

-Isso foi pouco. O que deu em você? -eu estava com muita raiva- Quem você pensa que é? Me ignora, não fala comigo e quando fala me trata como se eu fosse um nada e aí vem me beijar? Eu não sou essas garotas da faculdade. Como eu já disse, você não me conhece e eu quero que você fique longe de mim. -eu já estava me afastando mais ele puxou meu braço

-Desculpa. -ele me encarou e segurou meu rosto- Desculpa por tudo. Eu sou um idiota.

-Exatamente! Você é estúpido. Deve tá acostumado com todas te querendo né?! -eu o encarei-

-Malu. -ele acariciou meu rosto- Me ouve.-eu respirei fundo.

-Você tem dois minutos. -eu me afastei um pouco dele e respirei fundo várias vezes, tentando me acalmar.

-Malu. -ele se aproximou de mim novamente e eu arredei pra trás- Não foge de mim. -ele sussurrou e eu dei um ultimo passo pra trás e esbarrei na parede. Maldita parede. - Você é mimada, chata, irritante, mandona e me irrita só por respirar. - eu o olhei sem entender. Ah claro, eu dou pra ele a oportunidade de se explicar, e ele vem me insultar? Ah qual é?!- Mas em compensação... -ele parou, me olhou e segurou meu rosto- você é a garota mais bonita, dedicada, espontânea e simples que eu conheci. Você tem um sorriso que mesmo sendo raro aparecer, é capaz de parar o mundo. E eu tô muito afim de você. -ele acariciava meu rosto e eu não sabia o que dizer. Mesmo ele ridículo, ele morava na mesma casa que eu e eu gostava dele, mas não do jeito que ele queria. -

Eu não o respondi, na verdade, não sabia como responder ele. Embora o beijo dele fosse bom, eu não tava afim dele. Ele segurou meu rosto e veio para me beijar de novo, mas eu virei o rosto e não deixei. Ele abaixou a cabeça e eu a levantei e o encarei.

-Ei. -eu disse baixo, praticamente pra mim, mas acho que ele era capaz de ouvir- Eu não posso fazer isso. -agora eu praticamente sussurava- Não vamos fazer isso com a gente. -eu o olhei acariciei seu rosto e saí dali.

Eu não queria ter que dar o fora nele, mas é complicado quando o sentimento não é recíproco. Eu nunca me apaixonei, sempre me mantive fechada o suficiente para não precisar sofrer. Mas, com a minha vinda para BH, as coisas estavam começando a mudar.
   Passei pelo Renan, ele estava abraçado com uma menina, se eu não me engano, acho que a Bia já me falou dela. Ele me olhou e sorriu, e eu balancei a cabeça negativamente e fui para o meu quarto. A minha raiva já tinha passado, por mim que fôssemos expulsos, eu só queria sair dali.