Capítulo 152

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-Meu Deus! -eu disse abismada e o Gusta tapou minha boca-

-Não faz barulho. Acho que eles não viram a gente. -ele disse tentando me segurar-

-Não faz barulho o caralho. -eu disse me soltando do Gusta que me segurou novamente- A sua amiga, tá traindo o meu irmão.

-Calma! A gente não sabe o que aconteceu e nem porque eles estão aqui. -ele disse tentando me acalmar-

-Eu sei. Mas olha, você acha que o Renan é idiota? -eu disse brava- E a Malu tá tímida, quero matar ele. MATAR! -eu quase gritei e o Gusta deu risada-

-Acho que ele quem foi com ela no aeroporto buscar os pais dela. Ela me ligou, mas eu já tinha combinado com você e não ia desmarcar. -ele disse sincero-

-Foda-se. Por que diabos ela não chamou o Gabriel? -eu perguntei ele me encarou sem entender-

-Aí nem eu sei. A Alice não me falou nada. Eles estão brigados?

-Sim!

-Então foi por isso que ela não chamou ele uai. -ele deu de ombros e eu quase soquei ele-

-Mas o Gabriel é namorado dela e não Renan. -eu disse-

-Olha, eu sempre fico por fora dessas histórias. Vamos fazer assim. -ele me olhou e eu deixei ele prosseguir- Não vamos nos precipitar. Amanhã de manhã você vai na Malu e conversa com ela. Descobre o que aconteceu é só depois conta pro Gabriel. Até onde sei, eles estão passando por coisas demais já.

-Mas o Gabriel é meu irmão.

-Eu sei. Mas pensa na gravidade que vai ser contar sem saber o que tá acontecendo. A Malu não vai mentir pra você. Você sabe disso. -ele disse e eu me dei por vencida-

-Eu gosto muito da Malu. Ela trouxe luz pra vida do Gabriel. Eu espero mesmo que não esteja acontecendo nada. -eu disse e ele segurou minha cintura e colou nossos corpos-

-Relaxa. -ele disse beijando meu pescoço e acariciando minha cintura-

Eu já estava arrepiada e de coração acelerado quando ele me beijou.
Dessa vez o beijo dele era cheio de desejo e malícia. Suas mãos percorriam a lateral do meu corpo enquanto eu bagunçava seu cabelo.
Ficamos assim por um tempo, nessa pegação. E quando as coisas começaram a esquentar eu empurrei ele de leve.

-Aqui não Gusta. -eu disse manhosa e ele beijou minha orelha e meu pescoço me deixando vulnerável novamente-

-Não tem ninguém aqui. -ele disse depois que eu o empurrei novamente-

-É sério. Hoje não. -eu disse e ele se afastou um pouco de mim- Desculpa mesmo.

-Não precisa se desculpar. -ele acariciou meu cabelo- Agora sobe que a Malu já foi. Antes que eu me arrependa de ter te soltado também.

Nós demos mais alguns beijos, mas eu logo subi. Não ia tranzar com ele ali. Na verdade, por enquanto, eu não ia tranzar com ele em lugar nenhum.
Cheguei no meu apartamento, entrei e estava tudo escuro e silencioso. Passei no quarto do Gabriel e ele estava desmaiado. Fui para o meu quarto, mandei mais uma mensagem pra Malu falando que precisava conversar com ela, vesti um pijama, arrumei minha cama, me deitei e apaguei.

Maria Luiza Narrando...

Acordei no outro dia com a minha mãe me gritando (praticamente). Ainda estava cedo e se dor olhar a situação em que eu me encontrava, eu só queria dormir até essas férias acabarem. Mas, como nem tudo na vida é do jeito que a gente quer, eu me levantei arrastando, tomei um banho, vesti uma roupa de frio qualquer, prendi meu cabelo num coque frouxo e fui pra cozinha

-Bom dia. -eu disse para os meus pais que estavam tomando café-

-Bom dia minha querida. -meu pai disse depois de depositar um beijo em minha testa-

-Bom dia filha. -minha mãe disse me olhando- Uma garota esteve aqui te procurando.

-Que garota mãe? Era a Bia, Alice? -eu perguntei curiosa-

-Uma bonita, meio loira, que deve ter mais ou menos a sua idade. Acho que ela mora aqui no prédio, porque estava de pijama.

-Ahhh é a Duda. Irmão do Gabriel. -eu disse entusiasmada e minha mãe me olhou feio. Só então eu percebi a burrada que havia acabado de falar- O que ela queria?

-Você ainda mantém contato com esse garoto Malu? -ela perguntou séria e eu revirei os olhos-

-Sim! -eu dei de ombros-

-Eu já te avisei. Não vou falar de novo Maria Luiza.

-Meu Deus do céu, deixa a Malu viver. -meu pai disse. Obrigada pai!-

-Você está dizendo isso, porque ia achar lindo ver sua filha de caso com o professor dela. -minha mãe disse
irritada- a Malu é uma criança.

-Ah me poupe. -meu pai disse no mesmo tom- O que está acontecendo com você? Você era amável, doce e compreensiva. Agora você anda amargurada e tudo , TUDO você reclama.

-Você tá jogando a culpa das besteiras que sua filha anda fazendo em mim? -ela disse com uma cara nada boa-

- Não tô jogando a culpa de nada em ninguém. Mas o engraçado é que você não tá seguindo os próprios conselhos que dá para suas clientes. -ele disse alto e eu revirei os olhos-

-Eu vou trocar de roupa, vou ir falar com a Duda e na hora que eu voltar, eu espero que vocês estejam em paz. -eu disse saindo da cozinha e indo para o meu quarto batendo a porta atrás de mim.

Eu pude ouvir minha mãe gritar: ''Viu só o que você fez?'' O que está acontecendo com esses dois?
Eu sei que eles são meus pais e que eu devia estar lá agora, mas eu não consigo. É um saco ver eles brigando, sem contar que de qualquer forma, qualquer coisa que eu fosse falar, ia ser voltado contra mim. O que me deixou mal, é que eu havia causado todo aquele transtorno. Tudo por que eu citei o nome do Gabriel. E aí eu tive certeza, que mesmo que eu o amasse, o momento não nos favorecia nem um pouco.

Fiquei no meu quarto pensando por alguns minutos, depois, peguei meu celular, respondi todo mundo no whatsapp, chamei a Duda pra ir tomar café comigo, pra gente conversar. Ela perguntou se eu queria ir até a casa dela, mas fiquei com um pouco de receio. Acho que ainda não estava completamente preparada para ver o Gabriel sem poder beijar, abraçar, e chamar ele de meu. E o pior, é que eu nem sabia se havíamos terminado.
Só aceitei ir até a casa do Gabriel quando a Duda me deu certeza que ele tinha ido trabalhar. Nem troquei de roupa, só peguei meu celular e minha chave e saí. Meus pais ainda brigavam na cozinha.

Desci até o andar da Duda e ela já me esperava na porta. Ela me abraçou, mas parecia tensa. Não sei se era impressão minha, mas tinha quase certeza que alguma coisa estava acontecendo. Nós entramos e fomos direto para o quarto dela.

-Passei na sua casa, mas sua mãe me disse que você estava dormindo. -ela disse-

-Pois é, tava cansada. Eles chegaram ontem, fomos dormir super tarde, eu tava bem cansada.

-Eu imagino. -ela disse me olhando e eu fiquei sem entender

-Aconteceu alguma coisa? -eu perguntei

-Aconteceu sim Malu. -ela me olhou séria- Você sabe que mesmo que eu te conheça a pouco tempo, eu tenho uma consideração muito grande com você, não sabe?

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