Capítulo 105

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Maria Luísa narrando

Essa menina é louca. Eu quem não vou mais deixar ela me enlouquecer junto. Não quero conversa e pronto. Pra que isso? E eu que sou a chata ainda. Não vejo a hora de me mudar e ter liberdade dentro da minha casa. Morar com as pessoas é a pior merda.
Voltei para o quarto, liguei a televisão e comi meu bolinho com suco. Depois coloquei as coisas na mesinha de canto, não estava a fim mesmo de voltar lá embaixo. Fui até o banheiro, escovei meus dentes e voltei para o quarto, coloquei meu celular para despertar, apaguei a luz, desliguei a tv e dormir.

Acordei no outro dia com meu celular despertando. Era 7:00. Tinha combinado com o Gabriel as 8:00. Me levantei, tomei um banho mais ou menos rápido, fiz minha higiene, coloquei uma roupa íntima, vesti um short rasgadinho, uma camiseta, calcei meu chinelo, fiz uma make bem leve só para tirar a cara amassada e estava pronta. Peguei uma bolsa, coloquei minha carteira, celular e carregador e estava pronta. Desci com as coisas que eu havia sujado ontem à noite e vi o pessoal todo dormindo ali. Coloquei minhas vasilhas na pia e fui tomar café. Fiz um misto quente e um leite com toddy e me sentei para comer enquanto mexia no celular.

-Mas já vai sair dão cedo? -o Renan disse da porta da cozinha e eu assustei fazendo ele dar risada-

-Que susto! -eu disse colocando a mão no peito- Eu tenho um compromisso.

-Compromisso essa hora em pleno sábado? -ele me olhou-

-Sim. -eu dei de ombros e voltei a comer-

Ficamos em silêncio por alguns segundos. Eu não estava nem aí, continuei vendo minhas redes sociais e comendo enquanto o Renan me encarava.

-Você podia voltar pra casa. -ele disse-

-Não. Meus pais compraram um apartamento para mim. -eu disse ainda sem olhar pra ele-

-Vende o apartamento. Volta pra casa. -ele disse e eu ri-

-Não! Eu não quero! Quero morar sozinha, quero ter minha privacidade. Morar com os outros já me trouxe problemas demais. -eu disse terminando de comer e me levantando-

-Para de me tratar desse jeito. -ele disse e eu ri-

-Tô te tratando normal Renan. -eu disse-

-Não tá. Nem olha na minha cara. -ele disse e eu comecei a lavar as vasilhas- A gente pode não ficar junto mais, mas eu não quero perder contato com você. -ele disse e eu continuei lavando minhas vasilhas-

Quando terminei, sequei e guardei tudo.

-Você e a Luana resolveram fazer um complô? -eu disse- Ontem ela, hoje você. Porque querem fazer as pazes agora? Não estou entendendo.

-Não queremos mais brigas. -ele disse me olhando e eu o encarei também-
Quando eu ia responder ele meu celular tocou. Olhei o número e era o Gabriel. Encerrei a chamada e peguei minha bolsa.

-Eu tenho que ir. -eu disse e sai da cozinha-

Eu estava mal. Odeio tratar as pessoas assim. Eu havia sido rude com Re, acho que eu nunca o tratei tão mal quanto hoje.
Sai de casa quase correndo e vi o Gabriel abri um sorriso e entrei no carro.

-Bom dia. -eu disse ao entrar no carro-

-Bom dia minha linda. - ele disse me dando um selinho- Como você tá?

-Eu Tô bem e você? -eu disse olhando ele-

-Tô ótima. -eu disse e ele sorriu-

-Eu tenho que dá uma passadinha rápida no consultório, só para assinar uns exames que não deu tempo ontem, tem problema? -ele disse me olhando-

-Sem problemas. Só tô mal arrumada. -eu disse e ele riu-

-Você tá linda. -ele me olhou e acariciou minha perna- Se tiver alguém lá, é só a Carla. -ele disse e eu assenti-

Chegamos no consultório do Gabriel e eu conhecia aquele lugar. Se não me engano era o consultório que a Bia fez ultrassom quinta feira e eu comecei a rir.

-O que foi? -o Gabriel perguntou me olhando sem entender-

-Eu estive aqui quinta feira. -eu disse e ele arregalou os olhos-

-Você não... -ele me perguntou mas eu o interrompi-

-Você sabe que não. -eu dei risada- É a Bia, uma amiga que não era amiga mas agora é que está grávida.

-Não conheço nenhuma Bia. -ele disse pensativo-

-Ela é ou era a melhor amiga da Lu. Não sei o que aconteceu entre elas, mas acho que não conversam mais. -eu disse enquanto a gente entrava-

-Entendi. E você confia nessa Bia? -ele me olhou e eu ri-

-Não sei. Mas ela precisa de mim e eu estou disposta a ajudar ela. -eu abri um sorriso e ele fez o mesmo-

-Você nem tentando consegue ser má. -eles disse

Nós entramos na clínica e estava tudo silencioso. Não aparentava ter ninguém. Eu e o Gabriel fomos até a sala dele que era praticamente igual a sala da Dra Carla. Ele pegou uma papelada e começou a revisar algumas coisas.

-Pensei mesmo ter ouvido você aqui Biel. -a Carla disse entrando na sala e indo até o Gabriel. Perai, que intimidade é essa?-

-Você nunca vem dia de sábado. -ele disse olhando ela que o abraçou. Eu fiquei apenas observando.-

-Esqueci algumas coisas aqui. -ela disse finalmente soltando o Gabriel. A Carla era uma médica muito bonita. Loira, malhada, porém não tão nova.-

Essa é a famosa Duda? Que bonita sua irmã é.

-Ela não é a Duda. Essa é a Malu minha... -ele disse meio sem saber o que dizer-

-Namorada. -eu disse com um sorriso um tanto forçado-

-Não sabia que gostava de mulheres novas, você tem o que? Vinte anos?

-Dezoito. -eu disse e ela me encarou-

-Bom. Eu já estava de saída, depois a gente se fala Biel. -ela disse meio irônica e eu quis voar no pescoço dela. Nem eu chamo o Gabriel de Biel-

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