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Capítulo 71

Renan Lacerda Narrando...

Eu não sabia o que estava acontecendo com a Malu. Sério! Agora ela me tirou do serio. Eu não fiz exatamente nada para que ela terminasse comigo. Pelo contrário, fiz tudo para que ela me amasse pelo resto da vida dela. Mas quer saber? Cansei! Não vou correr atrás dela mais. Meus sentimentos não são de brinquedo. Eu fiz TUDO que eu podia fazer por ela. Eu dei porrada do Luiz por causa dela. Eu não forcei a barra com ela. Que droga! Agora eu concordo com o Matheus! Mulher gosta é de homem que não dá valor.
Porquê eu dei o mundo para a Maria Luíza e ela não fez nada por mim.

Sai do quarto da Malu arrasado e entrei no meu batendo à porta com força. Peguei meu telefone e liguei para a única pessoa que podia me ajudar a entender o que estava acontecendo: Luana.

~Início da Ligação~

-Isso é hora de ligar? Eu estava ocupada. -ela disse e eu dei risada-

-Se você tiver com o Gustavo eu ligo outra hora- eu disse-

-Tô te zoando bobão. -ela riu do outro lado da linha- Eu estava indo dormir. Mas por que devo a honra dessa ligação?

-Tô precisando conversar com alguém que vai me entender. E que vai me ajudar a entender o que está acontecendo. -eu disse passando a mão livre pela cabeça-

-Acontecendo? Como assim? -ela disse parecendo surpresa- Não me diz que a Malu terminou com você. -ela disse gritando-

-Sim! Ela terminou comigo. Pra que isso Lu? Você sabe de alguma coisa? -eu perguntei de uma vez-

-Eu não devia te falar nada porque querendo ou não, não tenho nada a ver com a relação de vocês. -ela disse- Mas, Maria Luíza passou dos limites agora. E eu não aguento mais esse joguinho de vocês. É um saco!

-Tá! Agora me explica! -eu disse nervoso- O que aconteceu? Ela conheceu alguém?

-Hoje ela veio com um papo esquisito. Disse que estava confusa e preocupada com algumas coisas da faculdade. E que não queria atrapalhar a sua vida fazendo você ficar com ela sem ela ter tempo para você. O que eu não entendi. Já que vocês moram na mesma casa.

-Que droga! Eu cansei Lu, namoral! -Eu disse mas ela me interrompeu-

-E ela disse que não se sentia preparada para fazer outras coisas com você. E que estava com medo de você arrumar outra. -ela disse e eu pirei. O que é que está passando na cabeça da Maria Luíza?-

-Eu não acredito Lu! Que caralho! -eu gritei- Cara, eu fiz tudo por ela. Nunca Lu, nunca forcei ela a nada. Sempre tratei ela da melhor maneira possível, sempre demonstrei meus sentimentos para ela. Sempre me joguei aos pés dela. Ontem, falamos coisas bonitas um para o outro e eu quase disse que a amava. Mas não disse porque não queria assustar ela. -eu estava muito nervoso e a Lu me interrompeu-

-Renan! Calma! Ficar histérico não vai resolver nada. -ela disse tentando me acalmar-

-Eu ia pedir ela em namoro porra. -eu gritei. Queria mais que ela escutasse mesmo.- Eu liguei pra mãe dela. Pedi dicas, tava organizando uma coisa bonita pra que? Pra ser chutado duas semana antes! É pior, por um motivo tão ridículo que é quase impossível de acreditar. -meus olhos já estavam lacrimejando-

-Renan, você quer que eu vá até aí? - a Lu disse. Ela me pareceu preocupada.-

-Não precisa! -Eu disse me sentando na minha cama e respirando fundo- Vai dormir. Vou tentar descansar também. As coisas ainda estão muito confusas. Amanhã a gente se fala na faculdade. -eu tentei parecer o mais calmo possível-

-Tem certeza que você vai ficar bem? -ela disse ainda desconfiada-

-Tenho sim Lu. Vai dormir, vai! -eu disse já calçando meu tênis e colocando um moletom-

-Boa noite Re. Não faz besteira não! Amo você chatinho. -ela disse e eu sorri-

-Também amo você chatinha. -eu disse desligando logo em seguida-

~Fim da Ligação~

Terminei de me "arrumar" peguei a chave do carro, e sai de casa batendo à porta atrás de mim.

Desci em disparada pela escada mesmo e entrei no meu carro batendo a porta dele também. Eu estava angustiado, triste, chateado, mas eu também estava com muita, muita raiva. Eu não vou ser mais o garoto bobo apaixonado que faz tudo pela mulher. A Malu vai ter que aprender e vai implorar por mim.

Dirigi alguns quilômetros. Dirigir me acalmava muito e eu estava precisando.

Parei um pouco em uma quadra onde eu costumava jogar bola com os meninos, me sentei em um banco, coloquei meus fones e deixei as musicas rolarem.

A primeira pessoa que veio na minha cabeça foi a Maria Luíza. Com aquele jeitinho meio e inocente dela. Com a voz calma e um sorriso capaz de mudar o mundo. Aqueles grandes olhos verdes que costumavam me encarar com tanta segurança.
Por mais que eu tentasse, eu não conseguia esquecer o que a Lu havia me contado. Eu não conseguia acreditar que a Malu tinha terminado comigo por algo tão mesquinho. Eu seria incapaz de trair ela. Sexo é bom. Mas não é a coisa mais importante do mundo. Meus pais me ensinaram valores. Valores do qual, eu tinha muito orgulho de ter.

Mas quer saber? Tá na hora de deixar isso pra lá. Talvez não fosse para ser com a Malu. Ou talvez a nossa hora ainda não tenha chegado. Ou talvez devíamos ter estabelecidos regras quando ela veio morar comigo. Ou eu, simplesmente devia ter proibido o meu coração de se apaixonar por ela.
Fiquei ali, sentado naquele banco. Perdido nos meus pensamentos.

Quando dei por mim já estava amanhecendo e estava fazendo um puta frio. Depois de mais ou menos uns quinze minutos, eu finalmente criei forças e me levantei dali. Eu ainda estava atrasado. De um jeito que nem a minha ex (a de Araxá) conseguiu me deixar.

Entrei no carro e fui pra casa.

Chegando lá fui direto pro meu quarto,tomei um banho muito demorado por sinal, vesti uma calça jeans, uma camisa qualquer e um moletom. Calcei meu tênis, peguei minhas coisas da faculdade e desci. A Malu e o Thiago estavam tomando café. Passei por eles sem nem dar bom dia e sai de casa batendo a porta atrás de mim. Passei na padaria que ficava próxima a faculdade e comprei pão de queijo e café. Comi tudo ali mesmo, pedi mais um café para eu levar pra sala e fui para a faculdade. Assim que pisei no campus, dei de cara com Luana. Eu não estava nos meus melhores dias, mas era a Lu. Eu não podia ignorar ela.

-Bom dia chatinho. -ela disse me abraçando-

-Bom dia Lu. -eu disse tentando ser o mais simpático possível-

-Onde você se meteu essa noite Re? -ela disse me encarando-

-Eu tava em casa. -eu disse dando de ombros e ela deu uma risada irônica-

-Não tava não! Eu te liguei dez milhões de vezes e você não me atendeu. Liguei para a Malu e ela também não me atendeu. Pensei que vocês tivessem feito as pazes. Aí como eu sou curiosa, liguei para o Thiago que falou que a Malu tava dormindo e você não estava no seu quarto. -ela disse cruzando os braços- Onde você estava?

-Eu saí Lu. Precisava pensar, espairecer, tomar um ar. -eu disse passando a mão no cabelo- Olha, você sabe o tanto que eu gosto de você. Mas não tô bem hoje. Tô virado magoado é muito irritado. Vou pra sala, depois a gente se fala pode ser? -eu disse olhando ela que fez uma cara triste-

-Tudo bem Re. Mas eu não quero ver você assim. Eu adoro a Malu mas ela tá agindo como idiota. E você tem que desencanar. -ela disse me olhando-

-Geralmente é a mulher quem faz esse papel né?! -eu disse e ela deu uma risada gostoso - Deixa eu ir agora. Amo você chatinha. -eu beijei seu rosto-

-Também amo você chatinho. -ela disse e eu fui pra sala-