Capítulo 2

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Acordei bem cedo no sábado, mais precisamente às 4:30 da manhã já que meu voo era as 6:30 e Belo Horizonte era tão longe quanto a Disney (ok eu exagerei mesmo). Vesti uma calça jeans rasgadinha, calcei um vans, coloquei uma blusa de frio não muito quente porque fiquei sabendo que em minas o calor é infernal, prendi meu cabelo num rabo de cavalo e estava pronta.
Desci com as minhas malas e meus pais já estavam prontos também. Meus pais iriam hoje só para conhecer o apartamento e me ajudar a comprar minhas coisas e voltariam amanhã cedo, pois eles trabalhavam na segunda. Tomamos café juntos e conversando. Juntei todas as coisas do café enquanto meu pai colocava minhas malas no carro. Seguimos rumo ao aeroporto, chegamos lá as 6:00. Fizemos check-in e ficamos esperando a hora do voo.

...

Chegamos em BH por volta das 10:00 eu estava cansada e irritada (como sempre). Mas senti uma energia muito boa naquela cidade e comecei a ter um pouco de esperança de que algo mudasse na minha vida.
Pegamos um taxi do aeroporto até a Pampulha (que era o bairro onde ficava o campus e o apartamento do tal garoto). O bairro era bem bonito e parecia que só pessoas ricas moravam por lá. Chegamos no tal prédio, meu pai pagou o taxi e nós descemos junto com minhas malas (que por sinal, eram muitas).
Entramos no saguão do prédio e porteiro nos atendeu. Ele era um senhor muito simpático por sinal. Informamos que estávamos procurando pelo Renan e ele logo ligou pra ele.

- Ele disse que vocês podem subir. Ultimo andar, primeira porta à esquerda. -eu assenti, meus pais agradeceram ele e nós pegamos o elevador até o apartamento do tal Renan. Meu coração estava acelerado. Eu não sabia o que a vida tinha planejado para mim. E eu esperava de coração que o tal Renan não fosse um maluco psicopata e que  desse festas todos os dias.
  Assim que saímos do elevador, eu respirei fundo umas quinhentas vezes e tomei coragem para bater na porta.

-Já vai! - uma voz extremamente sexy, que me deu arrepios até a espinha gritou lá de dentro.

Olhei para os meus pais e eles sorriram para mim como forma de incentivo. Uns dois minutos depois, um rapaz muito bonito abriu a porta para mim. Ele era meio loiro, tinha um corpo atlético e me olhou de cima a baixo o que me deixou completamente constrangida.

- Bom dia! -ele me encarou e sorriu- Eu sou o Thiago! Moro aqui com o Renan. Você deve ser a Maria Luíza, certo?

- Malu! -eu forcei um sorriso- O Renan está?

- Tá sim! Ele tá tomando banho. Mas podem entrar, fiquem a vontade a casa é toda sua. - ele me "comeu" com os olhos de novo e eu balancei a cabeça negativamente.

Entramos no apartamento, e era bem agradável, a sala era grande e bem decorada. A cozinha era conjugada com a sala. Tinha uma escada que devia levar para os quartos. Bom, acho que gostei do lugar.

-Então. - O Thiago disse me tirando do transe- Você vai cursar o que?

- Medicina. -eu o encarei e respondi séria- E você?

-Também! -ele sorriu- Acho que vamos ser colegas de turma. - ele riu e eu revirei os olhos-
Acho que ele percebeu que eu não queria muita conversa e puxou assunto com meus pais.

Eles ficaram conversando e rindo. Pareciam que se conheciam a anos. Enquanto eu ainda não estava acreditando que meus pais me colocaram para morar com dois homens.
Alguns minutos depois, o Renan desceu. Ele era muito bonito também  e estava descalço, com uma bermuda e uma camiseta regata.

- Bom dia gente. -ele sorriu- Desculpa a demora. Acho que eu perdi hora.

-Ah não tem problema. Nós também chegamos cedo. -minha mãe disse toda feliz - Você é a cara do seu pai.

- Muita gente fala isso mesmo. - ele riu- Minha mãe falava muito de você.

-Sua mãe e eu aprontamos muito na faculdade. Mesmo de cursos diferente, éramos inseparáveis. -eles riram

-Aprontaram né?! Depois quero saber mais dessa história. -meu pai disse divertido e todos riram- Eles ficaram conversando mais um tempo. Eles ajeitaram direitinho as coisas como despesas e depois meus pais foram para o hotel me deixando sozinha com aqueles dois malucos.

-Malu, vem vou te mostrar seu quarto. -ele me olhou e eu assenti.

Subimos as escadas e ele abriu a porta do quarto para mim. Era até bem grande, tinha tipo um closet, uma cama e uma escrivaninha.

-É bem grande. -eu olhei tudo e sorri-

-É sim. Você pode ficar a vontade. Mobiliar como quiser. -ele se sentou na beirada da cama

- Pensei que não tivesse mobília. Pra mim já tá ótimo.- eu sorri

- Minha mãe fez questão de mobiliar tudo quando comprou o apartamento.

- Ah, entendi! É bem bonito. -eu sorri sem graça- Então, vou descer para pegar minhas malas.

-Eu te ajudo. Aliás, tem bastante mala lá embaixo. -ele disse rindo e eu o encarei-

-Tudo bem. Aceito sua ajuda. -eu disse séria e nós descemos.

Ele e o Thiago me ajudaram a subir com minhas malas e depois me deixaram sozinha para que eu pudesse arrumar minhas coisas.
Fiquei bastante tempo desfazendo malas e arrumando coisas. Almocei com os dois e eles por sinal cozinhavam até bem. Eu não falava muito, não queria ter contato, não queria ser amiga, não queria me aproximar.
Na parte da tarde eu saí com meus pais para conhecer a cidade.                   
Compramos algumas coisas para terminar de arrumar meu quarto, minha mãe insistiu tanto e compramos mais umas roupas (contra a minha vontade) e depois eu voltei para o apartamento.

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