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Capítulo 138

Ele saiu debaixo do chuveiro e eu entreguei ele a toalha. Ele estava mal se segurando em pé. Ajudei ele a chegar no quarto sem pisar na bagunça que ele mesmo fez. Ele tirou sua roupa com bastante dificuldade, eu apenas observei, ele tinha que no mínimo se virar um pouquinho. Depois dele tirar a roupa, eu peguei elas no chão, arrumei a cama e ele deitou, dormindo logo em seguida.

Aproveitei que ele dormiu, fui até o banheiro limpei toda bagunça que ele fez. Aquilo me deixou bem enjoada, juro que mato o Renan. Tomei um banho rápido, vesti minha roupa íntima e meu pijama. Desci e coloquei as roupas do Renan para lavar. Comi uns pedaços de bolo que estava na geladeira e subi de novo. Fiz minha higiene e o dia já estava amanhecendo e eu estava morta de sono, mas não iria dormir na mesma cama que o Renan. Fui até o quarto da Lu e bati na porta. Ela não ia me negar isso. Demorou um pouco e ela veio abrir a porta para mim. -O que você quer uma hora dessas? -ela perguntou me olhando com a cara amassada-

-Deixa eu dormir com você? -eu perguntei e ela me encarou sem entender- -Uai, dorme com quem você trouxe pra casa. Cama não foi feita só para transar não. -ela disse e eu a encarei-

-Eu não posso dormir com ele. É uma longa história. Só me deixa dormir aqui. -eu disse- Não posso dormir no sofá.

-Você devia ter pensado nisso antes de trazer homem pra casa. -ela disse e eu revirei os olhos-

-É o Renan tá satisfeita? Por isso não quero dormir lá, porque eu não quero dormir com ele. Que droga Luana. -eu disse já com raiva-

-Eu não tô acreditando nisso. –ela me olhou séria- Vai dormir no sofá. –ela bateu a porta na minha cara-

-Luana pelo amor de Deus, deixa de ser infantil. Eu não fiz nada com o Renan.

-É muito engraçado que na hora de me julgar ninguém pensou duas vezes, agora, porque é você... Ah você pode ficar com o ex encubado da Malu. –ela disse do outro lado e eu revirei os olhos-

-Eu não tô ficando com ninguém. –eu gritei e ela abriu a porta do quarto dela, saiu andando furiosa, abriu a porta do meu quarto. Por azar, o Renan estava desmaiado na cama, de cueca apenas-

-Então o que ele tá fazendo só de cueca na sua cama? –ela disse no mesmo tom que eu- Vai mentir pra sua ‘’amiguinha’’ Maria Luíza, pra mim não.

-Eu não tô mentindo pra ninguém. Não rolou nada entre eu e o Renan.

-Eu estou pouco me fodendo para o que você diz. Eu só quero ver, se a amizade vai continuar quando seus amigos souberem. –ela disse voltando para o seu quarto e batendo a porta em seguida-

-Luana, pelo amor de Deus, deixa de ser criança. Eu sei dos seus sentimentos pelo Renan e sei que ele ainda sente alguma coisa pela Malu, você acha mesmo que eu faria isso? –eu perguntei-

-Acho! –ela disse-

Quer saber? Ela que se dane. Eu tentei conversar, mas juro, ultimamente anda impossível falar com a Luana. Ela precisa se tratar, ou vai morrer de stress. Eu estava com a minha consciência limpa. Ela podia falar o que quisesse, fazer o que quisesse que minhas mãos estariam limpas.
Respirei fundo algumas vezes, fui até o meu quarto, peguei um travesseiro e umas cobertas e desci. Deixei o sofá o mais aconchegante que eu consegui, fui até a cozinha, tomei um pouco de água para me acalmar e me deitei no sofá. Mandei mensagem para o Thiago e Alice avisando que o Renan estava comigo e acabei dormindo.

Maria Luíza Narrando...

Tiramos todas as malas do carro e entramos de volta na casa. O clima alí dentro não era nada agradável. Seus pais conversavam baixo. Nós entramos direto e fomos para o quarto. Coloquei minhas coisas em um canto e me sentei na cama.

-O que tá acontecendo? –eu perguntei e o celular do Gabriel começou a tocar, ele olhou no visor quem era e me olhou de volta-

-Eu preciso atender. –ele disse e eu apenas assenti- Se você quiser ir desfazendo sua mala enquanto isso.

-Tudo bem. –eu disse-

Abri minha mala e comecei a separar minhas coisas. Quase uma hora depois, eu já tinha arrumado tudo e nada do Gabriel sair do telefone. Me levantei e decidi ir atrás da Duda. Fui até o quarto dela e bati na porta.

-Duda, sou eu. –eu disse e ela abriu a porta pra mim-

-Pensei que você mais o Gabriel tivessem saído e me deixado para trás. –ela disse fazendo cara feia e eu ri-

-Gabriel tá preso no celular. Deve ser alguém da faculdade. –eu disse-

-Então pelo visto vamos ficar aqui sem nada pra fazer. Não vim pra praia pra isso. –ela disse ainda emburrada-

-Vamos dar uma volta na praia? –eu perguntei- Assim nenhuma de nós fica aqui trancada. –eu disse e ela se animou-

-Claro que vamos. Vou só vestir meu biquíni.

-Certo! Também vou trocar de roupa e já te chamo. –eu mandei beijinhos pra ela e voltei para o ‘’meu quarto’’-

Peguei um biquíni e um short de cintura alta, fui até o banheiro, vesti o biquíni e o short, prendi meu cabelo, coloquei algumas coisas na bolsa, avisei o Gabriel que apenas assentiu com a cabeça e voltei para o quarto da Duda.

-Tá pronta? –eu perguntei-

-Tô sim. Bora! –ela disse saindo do quarto toda animada-

Nós descemos, os pais do Gabriel estavam na cozinha, a Duda apenas gritou um tchau, ignorando sua mãe que perguntava onde a gente ia. Andamos um pouquinho e chegamos na praia.

-Sua mãe vai matar você quando voltar. –eu disse e ela riu-

-Não tenho tanta afeição por eles como o Gabriel tem. –ela disse- Eles desistiram de mim.

-Como assim Duda? –eu perguntei curiosa enquanto a gente caminhava pela praia-

-Faz três anos que eu moro com o Gabriel. Meus pais simplesmente me mandaram pra cá porque não queriam ter que lidar com uma adolescente de quinze anos. Não perguntaram se eu queria, não deixaram eu opinar. Minhas amizades de anos ficaram pra trás. Eu quase entrei em depressão porque não conseguia me adaptar aqui. O Gabriel me acolheu, temos essa proximidade e pra mim, ele é meu pai. –ela deu de ombros-

-Mais Duda, não acredito que eles te mandaram pra Bh em vão. Talvez o Gabriel estava sozinho demais aqui. –eu disse-

-Na verdade, eles queriam alguém pra vigiar o Gabriel e ter certeza que ele se casaria com a Carla. Mas eu odeio aquela mulher. Me poupe... –ela disse e eu a encarei-