Capítulo 106

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O Gabriel se despediu dela com tchau e ela foi embora.

-Ela sabia que eu não era a Duda, não sabia? -eu perguntei olhando ele que deu risada-

-Sabia. A Duda não gosta dela. -ele disse-

-Será porque né?! -eu disse-

-Tá com ciúmes? -ele me olhou e eu revirei os olhos-

-Claro que não! -eu disse dando de ombros-

-Então eu sou seu namorado agora? -ele me olhou e abriu um sorriso-

-Você queria que eu dissesse o que? Que era meu amigo? Não mesmo. -eu disse-

-Tá com ciúmes. -ele repetiu-

-Já disse que não! -eu fiz bico e ele se aproximou de mim-

-Você fazendo essa carinha tá mais linda ainda. -ele disse-

-Ela te chamou de Biel. -eu disse cruzando os braços e ele riu ainda mais-

-Nem eu sei porque ela me chamou de Biel. A gente nem se fala direito. -ele disse me abraçando pela cintura- Não fica brava comigo. -ele beijou meu bico e eu não resisti, o abracei também-

-Não tô brava com você. -eu selei nossos lábios- Mas ela me provocou.

-Essa minha namorada anda muito brava. -ele disse-

-Ei eu não sou sua namorada. -eu disse rindo-

-Ah é sim! Falou tá falando! Eu já aceitei namorar com você. -ele disse e nós dois rimos-

-Mas você quem tem que me pedir em namoro. -eu disse entrando na brincadeira-

-Claro que não. Vivemos em um mundo moderno. E agora já era amor, somos namorados. -ele disse me olhando-

-Então tá bom namorado. -eu me aproximei dele e o beijei-

Gabriel Ferraz Narrando...

Deixei a Malu na casa da amiga dela e eu mais a Duda fomos para casa.

-Eu gosto dela Biel. -a Duda disse me olhando-

-Eu também. -eu disse dando risada e ela revirou os olhos-

-Você tá tão bem humorado ultimamente que tá chato. -ela disse-

-Ah obrigada pelo elogio. Eu só Tô feliz. -eu disse-

-E essa felicidade se chama Maria Luíza. Se você não se casar com ela eu te mato. -ela disse séria-

-A Malu é muito nova pra isso. E estamos nos conhecendo. Calma Dudinha. -eu disse-

-Você sabe que eu odeio todas as mulheres que você se relacionava. Mas eu adoro a Malu. -ela disse -

-Ah claro! Você tinha ciúmes delas. E não tem da Malu? -eu a olhei e ela riu-

-Não! Ela não é grudenta, não tem uma cara artificial e nem fica rindo ironicamente para mim.

-E o fato dela ter quase a sua idade?

-Aff Gabriel. Estamos no século vinte e um. Vocês fazem o que vocês quiserem. -ela disse e eu dei risada-

Ficamos conversando sobre coisas banais depois disso. Chegamos em casa, eu tomei um banho, vesti uma cueca é uma bermuda, jantei junto com a Duda mais a Lúcia, depois subi, conversei com a Malu no WhatsApp um pouco e fui dormir. O dia seria longo amanhã.
Acordei no outro dia com meu celular tocando. Era uma das secretarias me avisando que a Carla tinha deixado uns exames para eu assinar e que eu teria que passar na clínica. Perguntei se podia deixar para segunda mas ela disse que não.
Desliguei a ligação e fui me arrumar, que saco não queria trabalhar em pleno sábado, não é atoa que dou aula. Não queria desmarcar com a Malu nem deixar ela esperando, porque com certeza ela já tinha acordado. Decidi então, buscar ela primeiro.

Levantei, tomei um banho rápido, fiz minha higiene, vesti uma cueca, uma bermuda azul marinho, uma camisa branca, calcei meu tênis, arrumei meu cabelo, coloquei relógio, peguei minha carteira, a chuva do carro e a chave de casa e estava pronto. Desci e tomei café com a Lúcia, a Duda estava desmaiada ainda. Terminei de comi, me despedi dela e fui buscar a Malu.
Ela entrou no carro um pouco abatida, tava até meio pálida, mas logo ela ficou bem de novo. Avisei ela que teríamos que passar na clínica e ela não ligou. Ah, e ela estava linda. Tão simples, mas tão linda.
Chegamos no consultório a Malu me falou que uma amiga dela estava fazendo pré natal com a Carla. Que mundo pequeno.
Fomos para minha sala, eu comecei a olhar a papelada enquanto a Malu mexia em tudo. Era até engraçado o jeitinho dela.

Do nada, do nada mesmo, a Carla apareceu, veio com um papinho esquisito de Biel, me abraçou e para piorar perguntou se a Malu era a Duda, o que eu não entendi já que as duas se conheciam e a Malu é muito diferente da Duda.
Mas a Malu não abaixou a cabeça pra ela. Disse até que era minha namorada (e eu não ia ligar se fosse). Era engraçado ver a cena. Eu não sabia o que fazer. Por fim, a Carla foi embora, a Malu ficou um pouco brava, acho que ela estava com ciúmes, linda demais. Mas nós logo fizemos as pazes.
Eu terminei de assinar os exames e nós fomos comprar as coisas.

Compramos tudo que ia precisar para dar uma cara nova para o apartamento, aproveitamos para comprar algumas besteiras para comer e fomos embora.
Chegamos no "condomínio", o porteiro ajudou a gente a subir com as coisas e eu fui chamar a Duda, já que ela queria tanto ajudar.

Ficamos a manhã inteira pintando casa. Era muito engraçado ver as meninas mexendo com isso. A Malu mais a Duda já estavam toda sujas e tinha mais tinta na roupa delas do que na parede. Elas pelo menos estavam se divertindo.
Almoçamos na minha casa e eu mais a Malu voltamos para o trabalho. A Duda foi para o salão, já que ela tinha o aniversário para ir.
Quando deu umas 18:00, eu mais a Malu estávamos mortos. Sentados no chão da sala da casa nova dela.

-Eu nunca imaginei que isso seria tão cansativo. -a Malu disse apoiando a cabeça dela no meu ombro-

-E olha que você mais a Duda ficaram mais de brincadeira que tudo. -eu disse e ela riu-

-Pensa pelo lado positivo. Eu pintei uma parede. -ela disse dando de ombros

-Tem tinta até no seu cabelo. -eu disse e nós rimos-

-Vou precisar de um super banho. -ela fazia carinho no meu braço-

-Eu também. E amanhã tem mais. Temos que terminar de pintar para poder começar a mobiliar.

-Não sei o que eu vou fazer. Eu não tenho nada. E não quero ficar dependendo tanto dos meus pais. Às vezes eu sinto como se eles tivessem fazendo demais por mim. -ela disse me olhando e eu fiz carinho em seu rosto sujo de tinta-

-Eu pensei como você tá pensando durante cinco anos e morei com uma mulher e suas amigas que me esnobavam. -eu a olhei- Você vai retribuir, formando em medicina e adorando a sua profissão.

-Mas às vezes eu acho que é demais. -ela disse pensativa- Meu deus. Eu tenho o dinheiro da campanha da mãe do Luiz.

-Campanha? Como assim? -eu perguntei sem entender e ela deu risada-

-Eu fiz umas fotos, para a coleção de primavera/verão da mãe de um amigo. Deixa eu te mostrar. -ela disse se levantando-

-Onde você vai? -eu perguntei-

-Procurar meu celular. Me liga. -ela disse e eu ri-

Quando ela achou seu telefone ela voltou a se sentar ao meu lado. Ela procurou alguma coisa no celular e me mostrou as fotos. E meu deus que fotos. Não parecia a Malu meiga e doce de 18 anos. Ela parecia uma mulher.

-UAL Malu, você tem talento. -eu disse ainda olhando as fotos-

-Minha carreira como modelo começou e terminou com essa campanha. -ela disse-

-Mas porque? Olha essas fotos. Merecem ser divulgadas.

-Mas algumas dessas vão. Eu já assinei contrato, já liberei o uso da minha imagem antes de fotografar. Daqui a pouco você me vê por aí. -eu disse- Tá meio cedo ainda. Mas vai me ver.

-Vou ficar com ciúmes. -eu disse- Todo mundo vai babar em ti.

-Não precisa. -ela abriu um sorriso lindo- Estou só com você. -ela me deu um selinho demorado-

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