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Capítulo 115

-Abre a porta pra mim Malu. -a Alice disse e eu dei risada abrindo pra ela logo em seguida-

-Desculpa, tava terminando de arrumar minha cama. Tava uma bagunça isso aqui. -eu disse assim que abri a porta-

-Por um momento eu pensei que você estivesse dormindo-

-Tava não! Entra aí, eu sei que você quer bater papo. -eu disse e ela me abraçou de lado-

-É a única hora que tenho pra falar com você. -ela fez uma cara triste- Você vive com o Gabriel, passa mais tempo na casa dele que aqui. -ela disse e eu dei risada novamente-

-O Gabriel tá sendo um amor comigo. -eu me sentei na cama e a Alice se sentou logo em seguida- Trabalhamos ontem o dia inteiro no meu apartamento. Acho que em breve vou poder me mudar.

-Não tá precisando de ajuda não? -ela disse- Posso te ajudar a planejar algumas coisas, vai ser até bom por causa da faculdade.

-Se você quiser, você pode me ajudar sim. Tem muita coisa pra comprar ainda. Podemos dar uma passada lá amanhã depois da aula para você ver.

-Claro que vamos! Vai ser ótimo. -ela disse animada- Agora mudando de assunto, me explica uma coisa, o que tá rolando entre você e a Bia? -ela perguntou curiosa-

-Entre eu e a Bia? Nada! -eu dei de ombros-

-Nada? Me poupe Malu, vocês se odiavam há uns meses atrás, agora até se cumprimentam com beijinhos. -ela disse cruzando os braços-

-Não tá rolando nada. Eu só encontrei com ela um dia desses quando eu tava voltando da aula, antes de sair de casa ainda, aí nós conversamos e nos acertamos. -eu disse-

-A Luana disse que ela tem passado mal direto, e ela falou alguma coisa com você antes de sair correndo para o banheiro. Não mente pra mim Malu. -ela me encarou séria-

-Vocês estão ficando todos loucos. Se tivesse acontecendo alguma coisa com Bia seria mesmo pra mim que ela contaria? -eu arqueei uma sobrancelha-

-Então por que você correu atrás dela daquele jeito?

-Alice, vou ser sincera com você. Eu não tenho nada a ver com o que tá acontecendo com a Bia.

-Mas você sabe de algo então? -ela perguntou e eu fiz que sim com a cabeça- Por que você não me conta? Eu tô curiosa, sou sua amiga.

-Exatamente. Você é minha amiga. Não posso sair falando da vida dos outros por aí Alice. Só digo uma coisa, não é nada demais. -eu dei de ombros e a Alice revirou os olhos, o que me fez dar risada-

É claro que todo mundo já desconfiava que a Bia está grávida, ainda mais agora, porém, não vai ser da minha boca que eles vão saber.

-E o Renan?-eu perguntei depois de ficarmos alguns minutos em silêncio-

-Sabia que você ia perguntar. -ela riu- O Thiago conversou com ele, ele disse que ama você.

-Ele não me ama. -eu disse quase num sussurro-

-Ele ainda mexe com você? -ela me encarou-

-Não! -eu disse- Não sei se é pela situação, ou se é por não termos dado certo, mas eu não sinto nada quando ele me olha.

-Então porque você fica mal? -ela disse-

-Se coloca no meu lugar Alice. Vocês me colocam muito como errada. -eu disse e ela ficou em silêncio-

-Ele foi pra casa. Passar um tempo com os pais. Concordo mesmo que ele estava precisando. -ela disse se levantando da minha cama- Não tô falando com você por mau. É só que às vezes eu acho que ainda tem alguma coisa.

-Não tem não. -eu disse séria- O que eu sinto pelo Gabriel é inexplicável. Não sei se você me entende, mas é algo que me faz prender a respiração só de ver ele se aproximar de mim. -eu disse sorrindo-

-Desculpa ter me metido nisso. -ela disse- Vou dormir, boa noite amiga.

-Boa noite Alice. -eu disse depositando um beijo em seu rosto-

Ela saiu do meu quarto, eu fechei a porta e me deitei. Eu estava muito cansada. Novidade! Eu vivia cansada desde que me mudei. Precisava de férias, urgente!

Acordei no outro dia com mais sono que o normal, e o pior de tudo é que eu estava atrasada. Levantei correndo, tomei um banho super rápido, fiz minha higiene, vesti uma calça jeans, blusa da faculdade, blusa de frio por cima, calcei um tênis, prendi meu cabelo, peguei minha mochila e sai de casa correndo. Tive de ir de uber para não me atrasar ainda mais. Cheguei na faculdade com menos de 30 minutos, entrei correndo, implorando para o Gabriel ter se atrasado e quando eu finalmente consegui chegar na sala, ele já estava lá, todo lindo, do jeitinho que eu gosto, dando aula.
Eu respirei fundo umas quatrocentas vezes e tomei coragem de entrar na sala. Bati na porta e pedi licença. Assim que ele me viu, ele sorriu e eu fiquei vermelha. A sala inteira me olhava curiosa! Eu abaixei a cabeça e andei até o meu lugar, me sentei e fiquei quieta, sem olhar muito pro Gabriel (o que era quase impossível) e nem para os lados.

As aulas foram um tédio, todas elas, eu estava exausta. Meus olhos quase se fechavam. Nem sai da sala no intervalo. O lado bom, é que eu já tinha terminado quase todas as matérias e então, eu só estava tendo aula na parte da manhã.
As 12:40 minha aula acabou e o Gabriel me mandou mensagem dizendo que já estava me esperando do lado de fora. Juntei minhas coisas, e fui ao seu encontro.

-Oii. -eu disse me aproximando dele do lado de fora-

-Bom dia amor. -ele disse me dando um selinho- A Lúcia fez lasanha de almoço. Ela pediu para avisar você.

-A Lúcia é um amor. Eu amo lasanha. -eu disse com um sorriso-

-Então vamos comer lasanha. -ele disse e nós entramos em seu carro-
Tinha um pouco de trânsito, mas rapidinho chegamos na sua casa. Hoje ele não buscou a Duda, que ia almoçar na casa da amiga dela. Segundo ele era tradição, cada semana uma almoçava um dia na casa da outra. Vai entender essas meninas. 

O almoço da Lúcia estava uma delicia. Comemos até não caber nem ar dentro de nós e depois fomos dormir um pouco.