Capítulo 104

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Maria Luísa narrando

Observamos tudo. Era bem grande e espaçoso. Não tinha nada! Eu ia precisar dar uma pintada também, para deixar com um pouco mais da minha cara.

-Tem tanta coisa pra fazer. -eu disse desanimada-

-Ah para! -ele disse me olhando- Se você quiser, acordamos bem cedinho amanhã, compramos as tintas e aproveitamos o final de semana para adiantar tudo por aqui.

-E você vai perder seu final de semana me ajudando a pintar apartamento? -eu disse o olhando-

-Se você tiver junto, nós podemos ficar um olhando para a cara do outro que eu não vou ligar. -ele disse e eu sorri-

-Você é um amor. -eu disse e ele riu-

-Frase errada Malu. Era: "Você é meu amor" - ele disse tentando imitar minha voz e eu dei risada-

-Você é um amor, bobo, mas um amor. -eu disse e ele segurou meu rosto-

-Fica aqui comigo esse final de semana? -ele disse me olhando-

-Não posso. -eu o olhei- Ja estou exigindo demais de você. Daqui a pouco você vai achar que eu quero abusar de você. -eu disse e ele riu-

-Você pode abusar de mim quando você quiser. -ele disse e eu dei um tapa em seu braço-

-ahhhh vai me bater agora? -ele disse fingindo estar indignado- Se eu fosse você, eu corria. -ele disse e eu achei melhor não arriscar-

Sai correndo igual uma louca no apartamento. Ele entrou na brincadeira e começou a correr atrás de mim. Nós riamos muito. Eu já estava sem fôlego de correr e rir e ele me segurou pela cintura e me encostou na parede.

-Isso é para você aprender a não fugir de mim mais. -ele disse colocando meu cabelo de lado e mordendo minha orelha- E isso é por você ser tão linda. -ele disse no meu ouvido e logo beijou meu pescoço dando uma leve mordida em seguida-

Eu já estava arrepiada. Esse Gabriel sabia como me deixar vulnerável com pouquíssimas palavras ou ações.

Depois disso, ele aproximou seu rosto do meu e me deu um selinho demorado e logo iniciamos um beijo. Era um beijo cheio de carinho, saudade é uma pitadinha de malícia. Ele segurava meu rosto enquanto eu fazia carinho em suas costas.
Só paramos o beijo quando nos faltou ar e ele ainda ficou um tempo fazendo carinho no meu rosto e me olhando.

-O que foi? -eu disse tímida-

-Gosto de olhar você. -ele disse sorrindo e eu fiquei ainda mais tímida- Gosto mais ainda quando você fica vermelha. -ele ainda me olhava-

-Para! -eu disse tapando meu rosto e ele riu-

-Deixa de ser boba. -ele disse tirando minhas mãos do meu rosto- É linda sim. Aceita que dói menos.

-Vamos terminar de olhar as coisas aqui. -eu disse mudando de assunto  e ele riu-

-Vamos sim. -ele disse passando um de seus braços em volta do meu pescoço-

Ficamos ali praticamente a tarde toda. Decidimos as cores que pintaríamos, fizemos uma lista com tudo que precisávamos comprar e o Gabriel fez muita gracinha. Ri até não aguentar mais com ele.
Ele não parecia ser essa pessoa doce, alegre e bem humorado dentro da sala de aula. E eu estava muito feliz de ter conhecido ele melhor.
Quando terminamos de organizar tudo que faríamos amanhã nós fomos até o apartamento dele, a Lúcia fez um lanche para nós e nós comemos. Depois buscamos a Duda que insistiu muito para eu dormir lá. Mas eu não aceitei. O Gabriel me deixou na casa da Alice, eu me despedi dele com um beijo e dei jm abraço na Duda e entrei dentro de casa.
Estava todo mundo lá, incluindo Luana e Renan. Eu cumprimentei eles com um oi e fui para o "quarto". Tomei um banho demorado, lavei meu cabelo. Depois vesti um pijama confortável, e fiquei lendo um livro até me dar sono. Eu não ia descer e ficar com a aquele povo. Não mesmo!
Eu estava com sono, mas eu também estava com fome. Que saco! Não queria ter que descer.
Tentei dormir, virei na cama várias vezes, mas a minha fome era maior que o meu sono.
Levantei com raiva, respirei fundo e sai do quarto. Desci as escadas devagar na intenção de que ninguém me visse. O que é claro que foi em vão. Assim que eu cheguei no andar debaixo a Alice me viu.

-Pensei que você não fosse descer nunca. -ela disse me olhando-

-Mas eu não ia. -eu sorri de lado- Só desci porque tô com fome.

-Nós pedimos pizza. Senta aqui com a gente. -o Gusta disse-

-Não se preocupa gente. -eu sorri- Obrigada! Vou só pegar alguma coisa na cozinha, tudo bem?

-A casa é sua. - a Alice disse- Mas pedimos sua pizza favorita. Se eu fosse você, ficava.

-É senta aqui pra gente conversar. - a Luana disse e eu estranhei. O que? Agora ela queria "fazer as pazes"-

-Tenho que acordar cedo para comprar algumas coisas pro meu apartamento. Mas obrigada pelo convite. -eu disse indo para a cozinha-

Tinha bolo de chocolate na geladeira, peguei o mesmo, me servi suco e sentei para comer.

-Malu, a gente pode conversar? -eu ouvi a Luana dizer da porta da cozinha e a encarei-

-Eu acho melhor não! -eu disse.-Tô tranquila e feliz. Lotada de coisas para fazer amanhã cedo, vamos deixar para outra hora.

-Deixa de ser chata Malu. Eu só quero conversar. -ela disse e eu revirei os olhos-

-Sorte que eu não me ofendo mais com as coisas que você me diz Lu. -eu disse me levantando-

Peguei um prato, coloquei dois pedaços de bolo, peguei meu suco e a encarei.

-Vou comer lá em cima. -eu disse saindo-

-Pra que tanto rancor? Eu tô tentando fazer as pazes. -ela também me olhava

-Oi? Você tá me chamando de rancorosa? -eu dei uma risada irônica- Olha, eu não quero mesmo discutir com você.

-Você tem medo de ouvir as coisas. Ai foge. -ela disse cruzando os braços-

-Não cara. Não faz a menor diferença para mim mais as coisas que você diz. Eu só não quero mais discutir com você. Para de me atacar a cada minuto.

-Eu não tô te atacando. Eu só quero conversar. -ela me encarava-

-Mas eu não quero, ok? Chega disso. Vamos curtir nossas vidas. Vai aproveitar sua vida com o Gusta, que é maravilhoso por sinal. Para de bancar a louca, seja mais leve, mais compreensiva. -eu disse-

-Você não pode dizer o que eu devo fazer Malu. -ela disse na defensiva-

-Esse papel é seu Luana. Você é quem diz as pessoas o que elas devem fazer. Eu só te dei um conselho. Agora se me der licença, eu vou subir. Boa noite para vocês. -eu dei um sorriso forçado e subi as escadas-

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