Capítulo 124

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Rapidamente chegamos na casa da Alice.

-Muito obrigada pela companhia novamente. -ela deu um sorriso-

-Por nada. Agora quero ir em todas. Já me sinto tia dessa criança. -eu sorri também-

-Mas você já é tia dela, ou melhor, madrinha. Isso se você aceitar, é claro! -ela me olhou e eu fiquei muito surpresa-

-Aí meu Deus Bia. Como que recusa uma coisa dessas? -eu disse quase chorando e ela deu risada- É claro que eu quero ser madrinha do nosso baby. Você não tem noção do tanto que eu Tô feliz.

-Se não fosse por você, eu não sei o que seria de mim hoje. -ela disse- Não tinha pessoa melhor pra isso.

-Aí muito, muito, muito obrigada. -eu disse abraçando ela-

-E como eu tenho quase cem por cento de certeza que você e o Gabriel nasceram um pro outro, e por ele tá sendo ótimo comigo também, será que ele aceita ser padrinho? -ela disse e eu estava ainda mais surpresa agora-

-Que coisa mais linda Bia. -eu a abracei novamente- Tenho certeza que ele vai ter muito prazer em ser padrinho. Mas você tem certeza disso?

-Claro que eu tenho. Geralmente as pessoas escolhem alguém da família, mas quando eu mais precisei, vocês foram a minha família. -ela disse com lágrimas nos olhos-

-E nós sempre vamos estar aqui. -eu disse- Até quando o baby chorar as 4:00 da manhã. -eu soltei do abraço e ela começou a rir- O que vai fazer agora? -eu perguntei-

-Vou pra casa. Por que?

-Vamos entrar poxa. Você tem passado muito tempo em casa, sozinha.

-Ah, às vezes não sei se sou bem vinda. -ela disse-

-É claro que você é bem vinda. Anda depressa, vamos entrar. -eu disse e ela se deu por vencida.-

Ela estacionou o carro e nós descemos. Nós entramos na casa da Alice e eles estavam na sala: Alice, Thiago e a mãe da Alice. Cumprimentamos todo mundo e nos juntamos a eles. A mãe da Alice fez algumas perguntas pra Bia (acho que o Thi tinha contado da gravidez) e ela respondeu sem hesitar. Ela estava bem mais segura e a mãe da Alice, mesmo a achando nova, ficou super contente.
Acabou que ficamos ali todo mundo conversando e rindo muito. A mãe da Alice era uma piada e não parava de fazer a gente rir. Estávamos em um assunto muito descontraído.

-Mãe, a Dulce (empregada) pediu pra avisar que colocou a mesa do café. -o Gustavo disse chegando na porta-
Como todo mundo estava interagido no assunto, todo mundo olhou para a direção dele. E eu quase não acreditei quando vi o Renan ao seu lado. Tenho quase certeza que minha pressão baixou. E eu senti... medo. Medo de todo inferno começar novamente. Medo de ouvir tudo que eu ouvi dele de novo. O encarei por alguns segundos, tenho quase certeza que eu estava sem expressão alguma. A volta momentânea dele me abalou e não foi de um jeito bom, como eu queria que fosse.

-Malu, você tá bem? - a Mãe da Alice perguntou-

-Tô sim dona Fernanda, por que? -eu disse desviando meu olhar e olhando pra ela-

-Você tá pálida. Deve tá com fome. -ela disse- Vem, o café tá na mesa. Vamos comer.

A Alice me olhou junto com o Thiago, a Bia ainda estava um pouquinho por fora e me olhou meio confusa. Eu não sabia o que fazer, mas acabei me levantando e indo para a cozinha junto com eles. Me sentei e comi em silêncio, mal olhando para os lados. O Renan vez ou outra me olhava, eu podia sentir ele me olhar. Assim que terminei de comer, eu pedi licença e sai da mesa. A Alice veio logo atrás de mim.

-Por que você tá assim? -ela se aproximou de mim-

-Só estou um pouco assustada.-eu a olhei-

-Ele tá arrependido. Ele voltou para consertar as coisas.

-Eu queria muito olhar pra ele e sentir pelo menos um pouquinho do que eu sentia antes. -eu disse- Mas eu não consigo. Eu tenho tanto medo.

-Não precisa ter medo dele. Ele não vai fazer nada com você Malu. -ela disse-

-Eu sei. Mas não confio nele.

-Você tem direito disso. -ela disse- Ele não vai se aproximar de você, se você não quiser tenho certeza. -ela me olhou e eu dei um sorriso de lado-

-Vou subir. Tomar um banho, esfriar a cabeça. Qualquer coisa, fala com a Bia pra ir lá no meu quarto.

-Tudo bem. -ela sorriu- Fica bem.

Eu assenti e subi para o quarto.
O que eu faria agora? Resolveria essa história de uma vez por todas, ou seguia minha vida sem nem ao menos ouvir ele? Eu estava confusa. E com medo. Ao mesmo tempo que eu queria ouvir o que ele tinha a dizer, eu tinha muito medo dessas mesmas palavras. Tomei um banho frio e rápido, só para relaxar e colocar a cabeça no lugar.

Eu sabia que era certo ouvir ele, afinal, no começo eu era a errada. Mas eu não tinha certeza se queria fazer o certo. E eu não queria conversar com ele por medo de ter uma recaída ou coisa do tipo, não é isso, eu estava muito segura em relação aos meus sentimentos. Não era por ele que me coração palpitava, não mais. Eu só não queria que começasse tudo de novo.
Vesti uma roupa de frio, penteei meu cabelo, calcei chinelo e resolvi descer novamente. Um dia eu ia ter que encara-li de qualquer forma.
Quando eu desci ele não estava mais lá. Provavelmente já havia ido embora, ou tinha subido novamente junto do Gustavo.

-Cadê a Bia? -eu perguntei-

-Ela foi em casa. - a Alice disse- Combinamos de sair. Liga pro Gabriel, avisa ele.

-Isso é um convite? -eu arqueei uma sobrancelha-

-Não. É uma intimação. -ela disse- E antes que você pergunte, sim, o Renan vai.

-O Gabriel não vai gostar nada disso.

-Eu sei. Mas o Renan chegou hoje, não custa nada fazer uma gracinha pra agradar ele. -ela disse e eu dei risada-

-Como se ele merecesse né?! -eu dei de ombros-

-Não precisa de ir por ele. Vai pela Bia. Que mau sai de casa. -ela me olhou com uma carinha fofa-

-Agora você me convenceu. Vou ligar pro Gabriel. -eu disse e ela deu pulinhos de felicidade-

Nós subimos e eu fui até o meu quarto e ela até o dela.

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