Capítulo 150

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Fomos conversando até o aeroporto. Eu estacionei e nós descemos do carro.

-Você tá todo arrumado, tem certeza que não ia sair? -ela perguntou desconfiada e eu ri-

-Relaxa Malu. Eu vim ver sua mãe uai.

-E desde quando minha mãe precisa dessa recepção toda? -ela deu de ombros e eu ri-

-Minha ex sogra merece. -eu disse sarcástico e ela ficou sem graça. Que gracinha era ver ela daquele jeito.- Relaxa Maluzinha eu tô brincando. -eu passei um de meus braços em volta do seu pescoço e ela me olhou ainda envergonhada-

-Não fala disso com minha mãe. -ela disse-

-Uai, ela não sabe do namoro não? -eu perguntei sem entender-

-Não. Lembra da última vez que eles estiveram aqui? -ela perguntou-

-Lembro sim. Quando você se mudou. -eu disse-

-Isso! Então, disse para minha mãe que a gente tinha ficado e ela quase me matou. -a Malu disse e eu gargalhei- Não é pra rir.

-É claro que ela quase te matou. Eu também te mataria se fosse sua mãe.

-Ah qual é?! -ela deu de ombros-

-Ele só tem quase trinta anos e é seu professor. Só isso. -eu disse irônico-

-Essa desculpa não cola. Não existe idade para essas coisas. -ela ficou séria e eu ri-

-Não é isso. -eu disse olhando ela e ela acabou me olhando de volta-

-Então é o que? -ela perguntou quase irônica também-

-Eu só acho que ainda sou um melhor "partido" que ele. -eu fiz aspas com as mãos e ela me encarou muito sem graça por alguns minutos-

Eu jurava que eu ia perder minha dignidade hoje. Mas não. Estava adorando deixar a Malu sem graça com minhas brincadeiras. Ela ficava vermelha frequentemente e ainda me olhava com uma cara de brava. Não tinha imagem melhor que aquela.

-Meus pais devem ter chegado. -ela mudou de assunto depois de alguns minutos e nós fomos rumo à área de desembarque-

Maria Luíza Narrando...

Eu juro que não sei onde eu estava com a cabeça quando peguei meu celular e pedi o Renan (justo o Renan) uma carona para buscar meus pais no aeroporto.
Acontece que Thiago mais Alice, Gusta e Duda iam sair. Bia não estava disposta e a merda do uber não chegava por nada.
Eu podia muito bem ter ligado para o Gabriel e falado com ele. Mas o meu orgulho foi bem maior dessa vez. Eu amava ele, amava tudo nele, já estava com saudades. Mas não ia ceder. Não dessa vez.

Então, por esses motivos só sobrou o Renan (não é que só sobrou, é caso de coragem mesmo).
Ele me buscou em menos de 15 minutos depois que eu liguei pra ele. Todo lindo, arrumado, parecia que ia sair (embora só tivesse faltado ele jurar que não tinha compromisso nenhum).
Eu vesti só uma calça jeans, um tênis e um moletom. Prendi meu cabelo, passei perfume e esperei ele na porta.
Fomos o caminho inteiro conversando, embora ele jogasse algumas indiretas pra mim às vezes, eu sempre tentava contornar e mudar de assunto. Mas aquele era o Renan, ele sabia me deixar sem graça.
Chegamos no aeroporto depois de quase meia hora, esperamos uns minutos e o voo da minha mãe foi anunciado. Esperamos ela na sala de desembarque e eu logo a vi, com uma cara não muito boa pra mim. Vish! Fodeu!

-Malu minha filha, como você emagreceu. -meu pai disse vindo ao meu encontro e me abraçando-

-Vou levar como um elogio. -eu abracei ele de volta- Que saudade você.

-Eu também tava com muita saudade.
Minha mãe, assim que viu o Renan abriu um sorriso. Por que ela não podia sorrir assim pro Gabriel? Que saco!

-Oi mãe, que saudade de você também. -eu disse e abracei ela logo em seguida-

-Também minha filha. -ela me abraçou apertado mas logo me soltou- Renan meu querido.

Eles se abraçaram, conversaram alguns minutos. Meu pai também cumprimentou ele.
Eu peguei o Renan pegou a mala da minha mãe meu pai levou a dele até o carro. Fomos o caminho inteiro conversando, meus pais mais o Renan se davam super bem e o que não faltava com eles era assunto. Eles conversaram sobre tudo durante o caminho, até o assunto virar a mãe do Renan. Aí meu Deus!

-E sua mãe, já conhece a Malu? -minha mãe perguntou e eu abaixei a cabeça implorando a Deus pro Renan mudar de assunto-

-Ainda não. -ele disse entrando na onda da minha mãe- Ainda não tive a oportunidade de levar a Malu lá.

-Morro de saudades da Marília. -minha mãe disse-

-Se vocês quiserem, podemos ir lá no final de semana. Minha mãe fala muito de vocês e ela é louca pra conhecer a Malu. -ele disse me olhando com um sorrisinho e eu quase cavei minha cova ali mesmo-

-Aí meu Deus, vai ser um prazer. -ela respondeu eufórica-

-Não sei se vai dar pra mim ir... -eu disse e o Renan me encarou-

-Por que não Malu? -ele perguntou-

-Porque tenho outros compromissos. -eu dei de ombros-

-Não custa nada Malu. -meu pai disse e eu quase dei um soco na cara do Renan-

-Eu vou olhar direitinho e dou uma resposta pra vocês. -eu disse e eu pude sentir o Renan rir-

Logo chegamos na minha casa. Meus pais convidaram o Renan pra subir e ele aceitou. Claro!
Ficamos um tempo conversando, pedimos comida, comemos e quando o Renan descuidou ir embora já era de madrugada.

-Leva ele lá embaixo Malu. -minha mãe disse e eu revirei os olhos. Não precisava disso-

-Não precisa. -ele disse depois de ver minha cara-

-É claro que precisa. Malu não seja mau agradecida.

-Vamos Renan, eu desço com você. -eu disse depois de respirar fundo pra não brigar com minha mãe-

Não é que eu esteja fazendo desfeita com o Renan, é só que eu moro no mesmo prédio que o Gabriel, nós brigamos hoje, aí ele ainda me vê com outro homem (sendo que esse outro homem é o meu ex)? Não ia pegar bem e só atrapalhar ainda mais tudo.
Eu e o Renan entramos no elevador e descemos em silêncio. Um silêncio, que se fosse antes, não seria tão constrangedor igual foi.
Chegamos na garagem e ele se aproximou um pouco de mim.

-Obrigada. -eu disse sem olhar ele-

-Não foi nada. Você sabe que eu adoro seus pais. -eu o olhei e ele sorriu- Não esquece que vamos visitar meus pais no final de semana hem?! -ele disse e eu ri-

-Você sabe que eu não vou. -eu disse-

-Ah qual é Malu?! Nós somos amigos uai, ou não?

-Somos sim Renan. Mas você ia gostar se fosse com você? -eu disse e ele me encarou-

-Isso não ia acontecer. Porque eu nem ia terminar com você. -ele disse e eu revirei os olhos bem sem graça. Quando ele ia parar? -

-Nós não terminamos oficialmente. -eu dei de ombros- E agora eu tenho que subir.

-Adoro ver você sem graça.

-Eu não tô sem graça. -eu disse brava e ele riu- Tchau.

Ele se aproximou um pouco mais de mim e beijou meu rosto, entrou no carro e saiu. Idiota!
Subi de novo pensando na vida. Depois ajudei meus pais a arrumar o quarto pra eles e fui dormir. Esse dia tinha sido longo demais pra mim.

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Oi pessoallll! Estou aqui pra agradecer vocês por acompanhar a gente nesse novo projeto, é uma coisa totalmente nova pra mim e eu estou amando!

Amanhã dia 01/01 não teremos capítulo novo, mas dia 02/01 (quarta), voltaremos com um capítulo por dia

Feliz Ano novo!


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