Capítulo 117

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Maria Luíza Narrando...

Acordei com o Gabriel me chamando, todo bonitinho como sempre, nós conversamos um pouquinho e ele me chamou para ir ver meu apartamento que ele tinha terminado de pintar.
Eu já estava começando a me sentir culpada pelo Gabriel fazer tanta coisa por mim e eu não retribuir em praticamente nada. Chegava a ser constrangedor. Eu sei que ele não estava me cobrando, nem nada, mas eu me sentia culpada.
Eu me levantei, calcei meu tênis, fui até o banheiro escovei os dentes e nós descemos.
Eu abri a porta do meu apartamento e estava tudo escuro, deu até um arrepio na espinha. Tentei acender a Luz e foi em vão. Droga, mais uma coisa para arrumar.
O Gabriel disse que ia arrumar enquanto eu olhava o resto do apartamento, eu tentei convencer ele a não mexer com isso, mas foi em vão. Revirei os olhos com a teimosia dele e fui batendo os pés olhar o resto do apartamento.
Ele realmente tinha pintado tudo, tava perfeito. Das cores que eu queria. Fiquei reparando tudo, até ouvir ele me chamar, parecia que ele estava precisando de ajuda. Eu quase corri até a sala e quando cheguei na entrada não acreditei no que eu vi. Eu paralisei, minhas pernas congelaram, eu tremia, meus olhos já estavam cheios de lágrimas.
A sala estava perfeitamente decorada. Cheio de pétalas de rosas pelo chão junto de várias velas e perto da porta de entrada, ele estava parado, segurando um buquê maravilhoso.
Minha respiração acelerou. O que ele estava fazendo?

-O que tá acontecendo aqui? -foi tudo o que eu consegui dizer-

Ele me olhou com um sorriso lindo e eu ainda o encarava surpresa.

-A maioria das pessoas dizem que eu tive muita sorte na vida. Médico, professor de uma das mais renomadas faculdades federais do Brasil, tenho uma clínica, tenho uma irmã que é um doce, tenho tudo que eu preciso para ter uma vida perfeita não é mesmo? -ele perguntou dando um passo pra frente e eu fiz que sim com a cabeça- Não! -ele disse- Nada que eu conquistei até hoje preencheu o vazio que eu sentia. Tive algumas namoradas, mas nada que me fizesse ter as famosas borboletas no estômago. Minha vida era basicamente, faculdade, clínica, cuidar da Duda, sair às vezes com o Miguel pra essa vida noturna, chata e monótona. Eu vivia de mal humor, xingava meus alunos, era grosso, quase uma pedra, aí eu conheci você. -ele disse e eu não consegui controlar minhas lagrimas mais- Pra falar a verdade, eu sempre te observei em silêncio, até eu finalmente tomar coragem de falar com você. Naquele dia eu me senti como um pré adolescente indo atrás da garota que "gosta".

-Gabriel... -eu tentei dizer em meio às lágrimas mas ele me interrompeu-

-Minha vida tava uma merda. Eu estava a ponto de juntar as minhas coisas e voltar para a casa dos Meus pais. Até eu conhecer você. Você estava sentada, triste, fingindo que mexia no celular e eu finalmente tomei coragem de falar contigo. E desde quando sorriu pra mim pela primeira vez, naquela noite, eu sabia que era você. Eu sei que você tem os seus problemas com o Renan e com seus "amigos",sei que vamos ter problemas por causa da idade, sei que vamos ter problemas na faculdade e muito provavelmente com seus pais, mas não tem nada no mundo que eu queira mais que poder chamar você de minha. Minha Malu, meu amor, minha namorada. -ele se aproximou de mim e eu já estava chorando descontroladamente. Não conseguia dizer mais nenhuma palavra.-
Ele me olhou por alguns segundos e me entregou as flores, que por sinal eram maravilhosas.

-Eu sei que talvez possa parecer meio cedo pra tudo isso. Mas eu não quero esperar mais. Eu quero encarar o mundo, e quero fazer isso com você. Namora comigo? -ele disse tirando uma caixinha do bolso-

Eu respirei fundo, limpei minhas lagrimas (em vão), e o encarei por alguns segundos.

-Eu juro que estou muito surpresa. Eu nunca me imaginei nessa situação. Jamais passou pela minha cabeça que alguém, algum dia fosse gostar de mim de verdade a ponto de fazer algo assim por mim. -ninjas lágrimas voltaram a cair- Eu sou uma chorona, desculpa. Você tem sido um anjo na minha vida. Nunca vou cansar de te agradecer por tudo. Você despertou sentimentos em mim, que eu nem sabia que existiam. E... -eu parei para limpar meu rosto novamente- é claro que eu aceito namorar você. -eu disse depois de alguns segundos e ele abriu aquele sorriso maravilhoso

Gabriel Ferraz Narrando...

Eu não consigo acreditar que ela disse sim. Eu sabia que sentíamos algo um pelo outro, mas não esperava essa reação da Malu. Ela sempre foi um pouco fechada em relação aos sentimentos dela e eu estava um pouco inseguro. Mas ela se emocionou muito com tudo que eu disse, acho que ela sentiu a verdade nas minhas palavras e eu estava verdadeiramente feliz.
Ela me disse coisas bonitas também e finalmente aceitou namorar comigo. Eu respeitei aliviado e me aproximei dela ainda mais.    Peguei a aliança dentro da caixinha e coloquei em seu dedo, e ela fez o mesmo comigo.
Eu a abracei e a beijei logo em seguida. Esse foi o beijo mais verdadeiro, mais cheio de sentimento que eu já dei em toda a minha vida. Ele era calmo, cheio de carinho, ternura e amor. Nos beijamos por vários minutos até ela terminar com selinhos e me abraçar.
Eu a abracei também é fiquei fazendo carinho em seu cabelo.

-Eu amo você. -eu disse quase num sussurro e ela me olhou-

-Eu também amo você. -ela disse no mesmo tom que eu e eu sorri-
Ficamos ali juntos, apenas um curtindo a presença do outro por um tempo. Não precisávamos dizer mais nada.

-Quando você decidiu fazer isso? - ela perguntou curiosa e nós nos sentamos no chão encostados na parede-

-Eu já tava pensando há um tempo, mas decidi mesmo ontem na hora que cheguei da casa da Alice. -eu disse-

-Não acredito que você ficou a noite mexendo com isso. -ela disse surpresa e eu ri-

-Na verdade, eu contratei um pintor. A nossa pintura tinha ficado bem feia. -nós demos risada- Eu a Duda só organizamos como ia ser.

-A Duda também tem sido um amor comigo. -ela disse-

-Ela gosta de você. Me ajudou em tudo, me deu muitos conselhos. Se fosse outra pessoa, ela não tinha movido um dedo.

-Eu também gosto muito dela. Já é quase uma irmã pra mim. -ela me olhou com um sorriso-

-Agora é cunhadinha. -eu disse e ela deu risada-

-Você é o homem mais maravilhoso do mundo.

-E você é a mulher mais maravilhosa. -eu disse a beijando novamente-

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