3.

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Tem algo mais.
E com esse pensamento durmo...

- Acorda dorminhoco, já esta na hora de jantar. - diz mamãe me chacoalhando na cama. Me levanto sonolento e lavo o rosto.

- Pronto, estou de pé. - digo sorrindo.

- Vamos descer por que seu pai vai acabar comendo as panelas. - diz mamãe quando saímos de meu quarto. Chegamos na cozinha e meu pai já esta na mesa.

- Que demora vocês em, quantos filhos temos? - pergunta fingindo estar bravo, e logo da risada.
Nos sentamos e começamos a comer.

- Eai Lipe, como foi o primeiro dia de aula? - pergunta meu pai me olhando.
- Ah, foi legal até. Conheci uma garota.

- Ótimo, que bom que já fez amizades por lá. - diz mamãe.

- E nenhum garoto? - papai diz com deboche.

- Tava demorando né.

- Eu só quero saber quando é que terei um genro. - diz papai.

- É eu também filho. Você ainda não trouxe nenhum namorado pra gente conhecer.

- Será que é porque eu nunca tive namorado? - pergunto.

- Nem um ficante? - meu pai pergunta pensativo.
- É assim que fala né Amor?

- Acho que é amor. Fala filho, você sabe que na nossa casa não temos preconceito. - mamãe e papai me olham com amor.

- Eu sei, e eu não conseguiria expressar com palavras o quão feliz eu sou por vocês terem me aceitado.

- Que história é essa Felipe? A gente não tinha nem o direito de te aceitar ou não. A única pessoa que tinha que aceitar a sua sexualidade é você mesmo.

- Filho, olha para mim. - diz mamãe e eu a olho com lágrimas nos olhos e ela também. - A gente te ama independente da sua sexualidade. Se preciso enfrentarmos o mundo por você a gente faz.

- Eu amo vocês. - digo e vou abraca-los. Conversamos um pouco na mesa e vamos pra sala assistir um filme. Optamos por uma comédia ja que meu pai não gosta de drama como eu e mamãe. Colocamos o filme e mamãe se joga no sofá. O filme mal tinha começado e percebemos que ela dormiu. Então meu pai tenta pegar ela no colo para subir para o quarto.

- Ei! O que está fazendo? Eu to assistindo o filme amor. - mamãe diz sonolenta e eu e papai rimos.

- Vamos subir, você ta babando no sofá da sala Susy. - minha mãe abre os olhos e revira as órbitas me olha e sorri. Os dois me dão um beijo.

- Boa noite filho. - dizem juntos e sobem.

Fico na sala mais um pouco para assistir o filme. Apesar de ser uma comédia, era até legal. Desligo tudo no andar de baixo e subo as escadas para o meu quarto, me jogo na cama assim que passo pela porta. Mas, não consigo dormir rapidamente. Pensamentos me atormentam por um tempo, uma única frase não sai da minha mente ''Eu escolhi você e farei da sua vida um inferno". Com um frio na barriga e um pouco de medo sobre como será a escola amanhã, eu durmo.
Acordo um pouco antes do despertador tocar, então fico deitado esperando dar a hora de levantar.
O despertador toca e eu me levanto, vou direto pro banheiro, ligo o chuveiro na água quente e isso é relaxante. Termino meu banho me seco, faço higiene bocal e saio para o quarto. Coloco minhas roupas, hoje o tempo mudou estranhamente, está meio frio então eu coloco um moletom. Desço as escadas e já sinto o cheiro de bolo, meu estômago ronca só de imaginar o bolo. Adentro a cozinha e mamãe está tomando café da manhã.

- Bom dia mamãe! - digo e beijo sua testa e ela retribui.

- Bom dia Lipe. Hoje você vai ter que ir de ônibus pra escola. Seu pai foi pro trabalho um pouco mais cedo.

Você pertence a mim (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora