Já é domingo e depois da conversa com Ben, senti uma desconfiança da parte dele comigo, mas, não posso gastar meu tempo com isso.
Preciso conversar com o Felipe e logo, então resolvo mandar uma mensagem.
- Preciso falar com você. - aperto enviar e fico fitando o celular esperando a resposta que não demora.
- Quem está falando?
- William. - envio.
- Como conseguiu meu número? - reviro os olhos já sem paciência.
- Em 15 minutos estou aí. - envio e não espero uma resposta, saio de casa com meu carro e dirijo até a casa dele. Assim que estaciono o carro, penso em buzinar, mas, a porta da frente da casa é aberta e Felipe anda lentamente na direção do carro. Abaixo o vidro e o fito, destravo as postas para que ele entra, porém, ele continua parado olhando para o chão.
- Entra Felipe. - digo e ele me olha desconfiado. - Precisamos conversar Felipe, eu não vou machucar você. - digo e lentamente ele se senta ao meu lado, fitando suas próprias mãos no colo, então resolvo falar. - Vamos dar uma volta? - pergunta e ele me olha de relance, afirmando com a cabeça.
Ligo o carro e saio dali, resolvo parar em uma praça não muito longe. Desligo o carro e tiro meu cinto, ficando de frente para ele.
- Felipe, olha pra mim. - digo e ele me olha em seguida. - Eu preciso que você tome cuidado. - digo e ele parece não entender.
- Com o que William? - pergunta baixo.
- Peter. - digo sem rodeios.
- Por que... Ele quer me fazer mal? - pergunta assustado e eu acabo colocando uma mão em sua perna, mas, assim que noto seu desconforto a retiro.
- Ele vai fazer de tudo para me atingir, o fato de eu ter te defendido faz ele achar que eu sinto alguma coisa por você. - digo e ele me olha com aqueles olhos meio amedrontados.
- E... e você sente? - pergunta e parecia ter esperança em sua voz, mas, vou destrui-la. Eu não posso.
- Claro que não, só estou te avisando pra tomar cuidado. - digo automaticamente e ele suspira então, continuo. - Ele se matriculou na nossa sala então, toma cuidado. - digo e encerro o assunto.
Felipe não diz nada enquanto dirijo de volta a sua casa, sinto um vestígio de culpa, mas, não vou voltar atrás no que disse. Estaciono em frente à sua casa é sem dizer nada, aponto para a porta, Felipe me olha uma última vez antes de sair do carro, assim que ele fecha a porta, sem demoras saio dali.
No caminho para a casa sinto frustração e raiva. Raiva do Felipe, do Peter, do meu pai, raiva de mim mesmo por agir como um idiota.
Felipe narrando...
Ainda estou parado na frente de casa, o carro de William não está mais aqui nem ele. Resolvo entrar e então o faço. Por sorte meus pais haviam saído de manhã para resolver algumas coisas, então subo para meu quarto diretamente. A conversa com William martelando na minha cabeça. Como eu pude achar que ele se importava comigo? É óbvio que não.
Resolvo me deitar um pouco e tirar uma soneca, mas, tudo o que consigo é me remexer na cama até meus pais chegarem, não demora muito e minha mãe entra no quarto.
- Oi filho tudo bem? - pergunta sorrindo.- Claro mamãe, vocês demoraram para chegar. - comento já para mudar de assunto.
- Resolvemos passar no shopping para ver um filme, trouxemos comida chinesa. Está com fome? - pergunto e eu afirmo com a cabeça me levantando. Então, descemos as escadas e vamos para a cozinha.
- Hum, vamos comer então. - digo me sentando a mesa enquanto meu pai serve. Comemos tranquilamente enquanto meus pais contam coisas sobre o filme, fico feliz que eles estão se habituando a cidade. Terminamos de comer e eu me ofereço para lavar a louça suja, minha mãe reclama de estar com dor de cabeça e resolve subir para descansar, meu pai sobe em seguida me deixando sozinho.
Limpo a cozinha perdido em meus pensamentos. O que foi que eu fiz pro Peter? Se o William está dizendo a verdade sei que terei problemas na escola amanhã. Droga!
Subo para meu quarto, mas, não estou com sono então, resolvo ler um livro. Volto para a sala e ligo o abajur e perco a hora lendo, quando finalmente olho pro relógio arregalo os olhos, já são 1:00 da manhã. Resolvo subir para tentar dormir, não sei como será o dia de amanhã, porém, algo me diz que não será bom.
Acordo como de costume e me arrumo para a escola, Emma mandou mensagem dizendo que me busca então desço para tomar meu café da manhã. Meus pais já estão a mesa.
- Bom dia. - digo assim que adentro a cozinha, eles sorriem para mim.
- Bom dia filhão, você foi dormir tarde ontem? - pergunta meu pai.
- Um pouco, não estava com sono e acabei lendo um livro quase inteiro antes de me deitar. - digo e meu pai ri.
- Quer café meu amor? - pergunta mamãe e eu afirmo com a cabeça, então ela me passa uma xícara.
Pego um pedaço de pão e como calmamente, meu pai se levanta e se despede indo trabalhar. Logo ouço a buzina de Emma e termino minha xícara de café rapidamente. Dou um beijo na testa de mamãe e pego minha bolsa, saindo em direção ao carro de Emma.
- Bom dia Emma. - digo e ela me olha desconfiada.
- Bom dia Lipe, você me deu um perdido na festa de sexta em? - diz assim que saímos da frente de casa.
- Eu tive uns problemas. - digo.
- Que tipo de problemas? - pergunta.
- Peter tentou me forçar a fazer coisas então, William bateu nele e me trouxe para casa. - digo de uma vez só e ela para o carro brutamente.
- Peter tentou te... - ela não completa e eu afirmo com a cabeça, Emma arregala os olhos. - E o William te defendeu? - afirmo novamente.
- Eu só tô sabendo disso agora porque porra? Conversamos no sábado e você não me disse nada. - diz brava e volta a dirigir.
- Eu não queria te preocupar. - digo e ela bufa. - As coisas aconteceram tão rápido que nem eu entendi direito. - digo e isso realmente é verdade.
- Tá legal, quando eu ver o Peter de novo ele vai se ver comigo. - diz nervosa. - Ainda bem que aquele desgraçado vai embora. - diz assim que estaciona o carro na frente da escola.
- Esse é o problema, ele não vai embora. - digo e ela me fita. - Vai estudar com a gente o resto do ano.
- Como você sabe? - pergunta.
- William me disse. - digo e saímos do carro, indo em direção a escola.
- Que merda, vou ter que socar a cara dele aqui na escola mesmo. - diz e eu seguro seu braço.
- Por favor Emma, não faça isso. Não vai ajudar. - digo e ela bufa.
- Se ele mexer com você eu não posso garantir nada. - diz Emma convicta e eu suspiro assim que meus olhos avistam Peter com um grupo de garotos que eu não conheço bem mas, sei que são rudes. Emma fita na mesma direção que eu e me arrasta para a sala, assim que entramos meu olhar se cruza com o de William, em seguida ele olha além de mim e seu rosto é tomado por raiva. Olho de relance assim que me sento e vejo Peter caminhando na minha direção me encarando, me encolho na minha mesa e ele ri de mim, mudando de direção e se sentando perto de Emma, que vira a cara para ele.
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Você pertence a mim (ROMANCE GAY)
Подростковая литератураWillian Collins é um garoto de 18 anos cujo a rebeldia sempre foi uma válvula de escape. Com uma relação familiar conturbada Will cresceu sem muita demonstração de afeto tornando-o um garoto extremamente grosseiro. Will sempre foi muito possessivo...