21.

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Recuo lentamente e não saio do carro, sinto o olhar de William em mim e fico com vergonha por ele sempre me olhar assim, tão diretamente.  

- Quer falar alguma coisa? - pergunta William sem rodeios, desligando o carro.  

- O... Obrigado William. - digo o encarando nos olhos e por um instante vejo em seu olhar um misto de alegria e raiva mas, logo desaparece e William me olha de forma rude.  

- Vou avisar Emma, saia do carro Felipe. Eu preciso ir. - diz e liga o carro novamente. Desço do carro e assim que fecho a porta William arranca com o carro, cantando pneu.  

Entro em casa e subo para meu quarto atônito ainda, retiro minhas roupas assim que adentro meu quarto, vou para o banheiro e tomo um banho quente. Saio do banho e apenas coloco uma cueca, me deitando na cama em seguida, minha mente está a mil.  

William me ajudou! A forma como ele bateu no Peter! Porque?  

Adormeço logo, algo me diz que o dia de amanhã será intenso.  

William narrando...  

Aquele desgraçado está de volta! Merda! Eu não teria parado se não fosse o Felipe.  

Dirijo até minha casa e entro rapidamente, subo para o meu quarto e tranco a porta, pego meu celular e Emma visualizou a mensagem. Bom, pelo menos ela já sabe. Me deito na cama e fico perdido em meus pensamentos por um bom tempo, até finalmente cair no sono.  

                       ~~~ 

Acordo com batidas na porta, me levanto rapidamente. Vou em direção a porta e a abro, meu pai me encara com seu olhar de ódio.  

- Você está um lixo, vá se arrumar. Temos visita! - diz e eu fecho a porta sem nem o responder, vou para o banheiro e tomo um banho. Visto uma roupa qualquer, pego meu celular e as chaves do carro e desço as escadas me deparando com a última pessoa que eu queria ver na minha frente.  

- Eai meu amigo, eu estava com saudade de você. - diz Peter sarcástico, me controlo para não dar um murro em sua cara ali mesmo, que por sinal está bem marcada pelos murros de ontem. Seus pais estão ao seu lado e sorriem para mim.  

- Eai. - digo somente e meu pai se aproxima me olhando com raiva mas, disfarça na frente da "visita”

- Vamos para a sala de estar, querem beber alguma coisa? - pergunta meu pai se dirigindo ao pai de Peter que assente.  

- Como nos velhos tempos, um whisky cairia muito bem meu caro. - diz Maicon, pai de Peter. Meu pai faz um sinal para a empregada que sai rapidamente, minha mãe e Elisa mãe de Peter vão para a cozinha, então seguimos para a sala. Peter o tempo todo me encara desafiador e eu retribuo com arrogância, ele não me intimida.  

- Então Maicon, quando vocês voltaram? - pergunta meu pai assim que nos sentamos.   

-Ontem mesmo, eu não podia esperar para essa visita. - diz Maicon e a empregada chega com a bebida, entregando para eles.   

- Que bom, pretende ficar? - pergunta meu pai.    

- Na verdade não, mas, Peter está querendo ficar aqui. - diz Maicon e Peter sorri irônico.    

- Ah é? Que bom Peter, William fica muito feliz com isso. - diz meu pai e Peter me encara.    

- Tenho certeza disso. Sabe como é, está cidade anda muito interessante, então eu vou ficar. - diz mais para mim do que para meu pai, cerro os punhos, mas, não avanço.    

- Imagino, o que são esses hematomas em seu rosto? - pergunta meu pai para Peter que sorri.    

- Fui a uma festa ontem e bom, uma vadia safada deu em cima de mim, pelo que parece ela tinha um namoradinho nervoso. - diz descontraído e todos dão risada, continuo a encara-lo com raiva.  

- O sujeito deve estar bem pior que você então? - comenta meu pai e Peter ri.  

- Eu não sou muito chegado a brigas, mas, quando é preciso eu sei machucar muito bem. - diz me olhando diretamente e eu percebo a maldade por trás daquilo, me levanto e meu pai me lança um olhar mortal mas eu não recuo.  

- Vou sair. - digo e meu pai se levanta me barrando. 

- Estamos com visita William. - diz se controlando.  

- Tenho trabalho pra fazer, tenho que ir agora. - digo e Peter se levanta.  

- Deixa ele ir tio, você sabe como o William é aplicado nos estudos. - diz e solta uma risada descontraída, meu pai abre passagem ainda me encarando e eu me retiro da sala.  

Sigo direto pra garagem e pego meu carro, saio cantando pneu sem rumo. É claro que ele iria querer ficar! Isso não vai ficar assim!  

Paro meu carro na frente da casa do Ben e entro o chamando, Ben aparece e assim que percebe meu olhar me encara.  

- O que tá pegando? - pergunta.  

- Por que você não me avisou que a festa era dele Benjamin? - pergunto rude.  

- Cara, eu não queria te grilar com isso, ele vai embora amanhã já. - diz e eu solto uma risada sarcástica.  

- Não, não vai. Ele achou uma peça interessante e não vai embora até joga-la. - digo e Ben me olha sem entender. - Felipe. - digo apenas.  

- Como assim? - pergunta.  

- Ontem Peter tentou violentar o Felipe, quando eu percebi o que estava acontecendo, parti pra cima dele, agora ele tem com o que brincar Benjamin. - digo e Ben se senta.  

- O Felipe tá bem? - pergunta.  

- Sim, eu o levei pra casa. - digo.  

- Graças a Deus. - diz Ben e eu o olho cético.  

- Graças a mim, você que deixou o Peter sozinho com o Felipe cara, você é um idiota. - digo rude.  

- Não é assim também cara, como eu ia saber que isso ia acontecer? O Peter não é assim Mano. - diz Ben.  

- Você é cego demais Benjamin, depois do lance com a Krista, eu sei bem o tipo de pessoa que o Peter é, ele faz de tudo pra me atingir de alguma maneira. - digo e Ben me encara.  

- Porque ele conseguiria te atingir machucando o Felipe? Que eu saiba você não o suporta. - diz Ben e eu afirmo com a cabeça.  

- Não mesmo, só que depois de ontem ele acha o contrário. - digo pensativo

Você pertence a mim (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora