49.

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Felipe narrando...

Estamos a caminho da escola e para mais uma das inúmeras surpresas que estou tendo, William não solta a minha mão nem por um segundo, assim que estacionamos o carro em frente a escola, pego minha mochila no banco de trás e Felipe me segura antes que eu desça do carro.

- Oi? - pergunto o encarando.

- Nem um beijinho? - pergunta fazendo bico, o que me faz rir, ele me puxa e eu lhe dou alguns selinhos, satisfeito nós descemos do carro, do outro lado na entrada estão, Ben e Kaio, aparentemente eles ainda não nos viram, caminhamos juntos mas sem nos tocar é claro, William fica tenso rapidamente e quando vejo, Peter está junto com Ben e Kaio, ambos conversam animados, William pega em minha mão, o que me deixa sem graça, me puxa para dentro da escola, vejo de relance Kaio sorrir em nossa direção.

- Calma William. - digo me soltando dele e parando no corredor, William se vira pra mim e passa as mãos repetidamente pelos cabelos.

- Não tenho paciência com aquele desgraçado, pior que meus "amigos" estão junto dele. - diz William irritadiço fazendo aspas na parte dos amigos.

- Não fica assim, vamos pra sala e você se acalma um pouco. - digo e seguimos pelo corredor, noto o olhar de algumas pessoas na gente, imagino que deve ser estranho nos ver próximos um do outro, é estranho para mim também. Entramos na sala, ainda tem poucos alunos então procuramos um lugar, William prefere ficar na parede e me puxa para eu me sentar à frente dele, tiro meu material da bolsa tentando parecer um aluno normal, William me puxa fazendo com que eu me vire para ele.

- Está mais calmo? - pergunto assim que o olho, ele dá um sorriso maroto.

- Estaria se você me beijasse. - diz baixo me fazendo corar de vergonha.

- Sabe que não podemos. - digo e ele afirma com a cabeça, por um instante seu olhar se torna frio mas ele logo sorri sem humor algum.

- Não podemos mesmo. - diz me olhando sério e pega sua bolsa retirando seu material, me ignorando totalmente, viro pra frente sem saber o que fazer, e faço algumas anotações em meu caderno, e aos poucos a sala começa a encher, Kaio, Ben e Peter não demoram a entrar na sala, me concentro em meu caderno, e eles se sentam do outro lado da sala, evito me virar para ver o rosto de William... Estou meio chateado. A professora entra e começa a aula, assim segue a manhã, nas duas primeiras aulas William não me chamou ou falou nada pra mim, fiz o mesmo e me concentrei nos estudos, quando estávamos no meio da terceira aula sinto William me cutucar, viro o pescoço parcialmente apenas para ouvi-lo.

- Desculpa baby, eu não quis falar daquele jeito com você. - sussurra William se debruçando sobre sua mesa, me limito a afirmar com a cabeça e volto a atenção a aula. Quando finalmente o sinal toca começo a guardar minhas coisas como de costume, os alunos saem apressados e percebo William sem se mover em sua carteira, ele me olha atento.

- Está bravo comigo? - pergunta quando eu já me levantava.

- Não! - digo, por que realmente não estou.

- Parece que está. - ele diz e se levanta também, sigo para a saída da sala e William me acompanha deixando seu material de qualquer jeito na mesa.

- Mas, não estou. - digo novamente e ele anda ao meu lado em direção a cantina, mantendo uma certa distância que me deixa magoado. Ele não diz mais nada, vamos até a fila para comprar lanches e William acaba por pagar para nós dois, nos sentamos em uma mesa sozinhos. A cantina toda parece nos olhar, o que me incomoda, entretanto nem tanto quanto incomoda ao William, no qual está evidentemente tenso.

- Pode ir se sentar em outro lugar William, você não precisa se sentar com o gay. - digo o que estava martelando em minha cabeça, ele me olha rapidamente e dá uma mordida em seu lanche.

- Quero me sentar com você. - diz assim que termina de mastigar, mordo meu lanche e apenas me concentro nele. O clima mudou, está pesado e denso... Poderia até mesmo cortá-lo, porém acontece ao contrário... O clima que parece me cortar por dentro. Acabo nem terminando o lanche, o deixo pela metade e me levanto dando uma última olhada em William, desta forma seguindo em direção ao banheiro. Ele não demora a surgir dentro do mesmo, William tranca a porta e vem em minha direção, estou lavando as mãos e o encaro pelo espelho.

- Baby... - cochicha quando chega perto do meu pescoço... Sinto um arrepio involuntário e suspiro. - Eu realmente gostaria de dizer que estou pouco me fodendo para o que pensam de mim, mas estaria mentindo. Só que eu não quero que isso estrague o que estamos criando um com o outro. - completa William e me dá um beijo na nuca.

- Quer que eu fique as escondidas com você é isso? - pergunto áspero e ele me olha pelo espelho.

- Eu não disse isso. - responde rapidamente, passando a língua nos lábios.

- Foi o que deu a entender. - digo voltando meu olhar para o seu.

- Vamos com calma, preciso de um tempo pra digerir isso tudo. - William diz isso olhando para mim, sua expressão é contida, mas vejo todo seu medo ali.

- Eu sei disso, só não quero que fiquemos nos escondendo para sempre William. - digo o olhando.

- Não vamos, só um tempo até eu me resolver. Depois disso eu grito aos quatro cantos que sou apaixonado por você baby. - William diz sorrindo, o que me faz sorrir de volta. William me abraça por trás, encaixando seu corpo ao meu me fazendo suspirar, ele dá pequenos beijos eu meu ombro e pescoço me causando uma euforia repentina, engulo em seco ao sentir uma leve mordida na orelha, me viro rapidamente desconcertado com sua ereção repentina, tento me afastar um pouco mas, William me segura firme, sinto seus lábios nos meus e fecho os olhos me entregando ao seu beijo cheio de desejo, nos beijamos com vontade e paixão, sinto meu corpo esquentar com seus toques, de repente escutamos conversas no corredor e nos afastamos, estou ofegante e ele também, William me olha aflito. Volto para a pia e lavo as mãos novamente, William destranca a porta e sai do banheiro me deixando sozinho, não demora e dois garotos entram conversando e rindo, eles me olham rapidamente, sei que estou corado. Seco as mãos demoradamente e saio do banheiro voltando para a sala, assim que entro encontro William de cabeça baixa na sua mesa, me sento e ele logo passa a mão em meu braço como que pedindo novamente desculpa.

Você pertence a mim (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora