47.

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- Como assim trancados? - pergunto já indo em sua direção, ou melhor em direção a porta, ele se afasta um pouco e eu tento abri-la sem sucesso.

- É o que estou dizendo, estamos trancados. - diz Felipe respirando fundo e se afastando um pouco mais de mim quando eu me viro para olhar para ele.

- Explica. - digo e procuro pela cama o meu celular, olho pelo quarto todo e nada também. - Vai Felipe, fala. - incentivo e sigo para o banheiro, vasculhando minha bermuda para ver se acho, ao que só encontro minha carteira.

- Emma me pediu para vir aqui pegar um remédio pra ela por que estava com dor de cabeça, ela disse que o remédio estava na primeira gaveta do seu guarda-roupa, mas quando eu entrei comecei a procurar e não achava, então resolvi ir lá mas a porta fechou e trancou. - diz Felipe quando eu volto ao quarto, ele está sentado na cama evitando me olhar. Bufo em resposta, Emma só pode estar brincando comigo.

- Me dá seu celular. - digo um pouco mais agressivo do que gostaria, Felipe me analisa e passa a mão pelo bolso de sua bermuda.

- Não tá comigo, deixei na sala antes de vir para cá. - diz Felipe sem jeito. Respiro fundo e abro o guarda-roupa, retirando uma garrafa de whisky do fundo, abro a garrafa e tomo um gole.

- Ainda bem que tem bebida aqui, já que vou ficar preso. - digo dando outro gole, e me concentro em Felipe, lhe ofereço a garrafa na qual ele pega com relutância e dá um gole, fazendo careta em seguida. Felipe me devolve a garrafa e fica mudo, sem dizer absolutamente nada, até que me olha.

- Não vai colocar roupa? - pergunta todo vermelho e me olhando de cima a baixo, passo a mão no cabelo e sigo de volta ao guarda roupa deixando a garrafa lá, pego uma bermuda e a visto sob o olhar de Felipe. Me sento na cama ao seu lado e Felipe se levanta instantâneamente indo para a porta, onde de encosta de frente para mim, me levanto e o prendo na mesma.

- William...

- Vai me ignorar até quando? - pergunto rude, minhas mãos estão em sua cintura.

- Não estou te...

- Está sim, será que dá pra gente conversar Felipe? - pergunto afrouxando o aperto em sua cintura, ele suspira.

- Não temos nada para conversar William. - diz Felipe tentando se soltar mas eu o prendo mais a mim.

- É claro que temos, você sabe disso para de complicar. - digo irritadiço e Felipe me olha com raiva.

- Por favor, tire suas mãos de mim. Já disse que não tenho nada para falar com você. - diz rude.

- Então é isso? Você prefere me ignorar e não conversar sobre o que aconteceu com a gente? - pergunto alto e ele balança a cabeça em negativa.

- Me diz, sobre o que quer falar? - pergunta Felipe me olhando nos olhos.

- Sobre nós, sobre o que sentimos um pelo outro. - digo suplicando e ele me olha com estranheza e se solta de mim, indo pro outro lado e sentando novamente.

- Poderiamos começar falando sobre como você me humilhou nos primeiros dias em que estudei naquela escola, o que acha? - pergunta Felipe me fazendo virar e encarar ele, Felipe está sério como nunca vi.

- Eu não queria fazer aquelas coisas aquilo com você...

- Ainda assim fez. - Felipe me interrompe e eu me aproximo dele, ele levanta a cabeça para me olhar, sinto um aperto no peito.  - Nunca, em nenhum momento eu fiz absolutamente nada para você e ainda assim você me perseguiu e tornou minha vida um inferno lá. - completa ainda me encarando.

- Felipe... Eu me odiei por aquilo, todo santo dia eu me odiei. - digo sincero e ele me olha atento, me abaixo para ficar de frente pra ele e pego em sua mão mas esse a afasta.

- Como acha que eu me senti? Como acha que eu lidei com as humilhações diárias? Você não pensou em mim quando fez aquilo. - diz Felipe um pouco mais baixo que antes.

- Vamos resolver as coisas? - pergunto e ele volta a me olhar.

- Estou cansado William, dos seus joguinhos, da maneira como em um dia eu pareço ser tudo pra você e no outro não sou absolutamente nada. - diz Felipe magoado, não consigo dizer nada. Felipe me encara esperando uma resposta mas ela não vem, seus olhos começam a marejar.

- Gosto de você, mas não vou aceitar a maneira como você me trata, se gosta de mim diga, se não me deixa em paz por favor. - diz Felipe e limpa uma lágrima.

- As coisas são complicadas... Eu

- O que é complicado William? Você não me conta, quer que eu adivinhe?! - diz Felipe se levantando bruscamente e indo até a porta tentando abrir a mesma, frustrado ele se vira e me encara.

- Não posso te contar Felipe. - digo e me aproximo, Felipe suspira e eu seguro seu rosto para que olhe para mim. - O que eu posso te contar é que eu quero você, sempre quis, desde o primeiro dia. Quero você de todas as formas humanamente possíveis, lutei contra isso e seria uma mentira dizer que ainda não luto, mas eu quero você. Por favor me dá mais uma chance, eu posso melhorar por nós. - digo olhando nos olhos de Felipe que chora, sinto uma lágrima escapar de meus olhos mas não a limpo, Felipe me encara, a boca entreaberta. - Por favor, por nós. - peço novamente, ele confirma apenas com a cabeça, e eu o beijo, delicadamente saboreando seus lábios, minhas mãos vão para a sua cintura onde eu aperto conforme intensifico os beijos, Felipe passa a mão pelo meu cabelo e para em minha nuca, sinto um arrepio no corpo e o aperto ainda mais, puxo Felipe para a cama sem parar de beijá-lo, mas ele me interrompe.

- Não. - diz puxando fôlego e eu faço o mesmo, pego em sua mão.

- Vamos só deitar. - digo sério e Felipe me acompanha, me deito e puxo Felipe para deitar comigo, subo em cima dele quando ele já está deitado e começo a distribuir beijos e chupões pelo seu pescoço, Felipe se arrepia e deixa escapar alguns gemidos baixos o que me deixa completamente duro, tomo sua boca para mim e o beijo com vontade e desejo, ele retribui e passa a mão pelas minhas costas. Não posso ultrapassar limites então, quando as coisas esquentam muito eu passo a beijar com mais calma, me afasto um pouco para olhá-lo e ele sorri em resposta, sua boca está vermelha e inchando já de tantos beijos, sorrio em resposta e dou um selinho casto em seus lábios, me deito ao seu lado e o puxo para deitar em meu peito, faço carinho em seu cabelo e ele passa a mão pela minha barriga, ficamos ambos em silêncio por um bom tempo, meus pensamentos vão e voltam para tudo o que eu preciso fazer para que a gente se certo, mas o medo ainda está aqui, sou tirado dos meus conflitos quando Felipe levanta a cabeça para me olhar, me concentro em seu rosto e sinto uma satisfação imensa.

- O que disse é verdade? - pergunta me olhando, seus olhos ainda estão vermelhos pelas lágrimas que eu fiz cair, sua boca inchada pelos beijos.

- Cada palavra. - digo o puxando para um beijo calmo, Felipe sorri e eu também. Ele se aconchega mais junto a mim e volta a deitar a cabeça em meu peito. Não sei descrever minha felicidade nesse momento, mas se tem um nome e se chama Felipe.
Sorrio novamente e faço carinho em seu cabelo calmamente, meus pensamentos voam. Eu gosto de você Lipe, gosto muito mais do que deveria gostar, me atrevo a dizer que estou apaixonado mas, você ainda não pode saber sobre tudo.

Você pertence a mim (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora