Já faz 15 minutos que estou esperando nesse inferno de secretária, se eu tivesse ficado na minha nada disso estaria acontecendo mas não tenho que bancar o herói do viadinho sofrido, droga! O Peter me paga!!!
Ouço passos pesados no corredor e sei a quem pertencem, a porta da secretaria é praticamente escancarada e meu pai adentra a sala que estou furioso.- Que merda você fez agora seu idiota ? - pergunta e eu o ignoro já que o diretor sai de sua sala e olha para meu pai meio receoso.
- Olá senhor Collins, queira vir a minha sala para discutirmos o incidente. Você também William, por favor me acompanhe.- diz e me levanto seguindo os dois para a sala do diretor, nos sentamos de frente para o mesmo.
- Minhas sinceras desculpas por ter que te tirar do trabalho mas...- Vai direto ao ponto diretor! -diz meu pai e o diretor se endireita na cadeira, envergonhado pela cortada grosseira de meu pai.
- Bom, houve uma briga no intervalo e seu filho estava envolvido. - diz e meu pai me lança um olhar fuzilante. - Ao que tudo indica William começou a briga e o outro aluno saiu bem machucado.
- Quem é o outro aluno? - pergunta meu pai.
- Peter Russou. - meu pai me olha com mais raiva mas, também intrigado. - Sei que ambas as famílias são amigas, achei estranho eles brigarem. - diz o diretor.
- Qual foi o motivo da briga diretor ? - pergunta meu pai se controlando para não avançar sobre mim ali mesmo.
- Pelo que eu entendi, Peter ofendeu outro aluno da escola o xingando de " viado " perdoe-me a linguagem, então seu filho Willian defendeu o garoto e eles acabaram na violência, já houve uma punição ao Peter e agora ao seu filho que ficará suspenso por 3 dias, espero que agora isso não volte a acontecer. - diz o professor e meu pai se levanta cumprimentando o diretor e se despedindo.
- Fique tranquilo, Willian nunca mais vai fazer isso de novo não é mesmo Willian ? - pergunta meu pai me lançando um olhar de fúria e eu apenas concordo com a cabeça. Saímos da escola e meu pai não deixa de me xingar um minuto sequer.
- Desgraçado pago essa merda de escola pra você ficar defendendo viadinho? - praticamente grita assim que entramos em seu carro. - Já era de se esperar né? Um viado defende o outro, a vergonha da família. E o pior com Peter um garoto exemplar, quem me dera se você ao menos se parecesse com ele. - fico calado o resto do caminho, não tenho um pingo de vontade de responder aos insultos desse velho, não vejo a hora de me trancar no quarto.
Chegamos em casa e eu saio do carro rapidamente, entrando em casa em seguida mas sou puxado bruscamente pelo meu pai.- Aonde você pensa que vai viado? - grita meu pai e eu sinto vontade de esmurrar a sua cara ali mesmo.
- Me solta seu filho da puta! - grito de volta não contendo a raiva e então meu pai arranca o cinto de sua calça e desfere sobre o meu rosto a primeira de muitas.
- Você vai ver o filho da puta seu viado!! - grita meu pai enquanto me bate novamente. Não saio do lugar nem mesmo avanço sobre ele, meu pai me joga no chão e começa a me chutar sem parar.
Ouço passos apressados em nossa direção e vejo minha mãe parada na soleira da cozinha nos encarando sem nem se mexer, gemo baixo por conta dos chutes e sinto uma dor incomparável quando ele chuta meu estômago, cuspo sangue no chão da sala e minha mãe tenta parar meu pai.- Você vai mata-lo. - ela grita segurando o braço do meu pai e ele para saindo de casa em seguida. Minha mãe sai da sala indo para a cozinha e eu me sento ignorando a dor insuportável por todo o corpo.
Fico apenas sentado por alguns minutos e então me levanto indo para o meu quarto, as lágrimas escorrem sem parar mas eu as ignoro, retiro minhas roupas e entro no chuveiro deixando que a água leve tudo.
Demoro mais tempo do que imaginei no banho e quando saio pego meu celular no bolso da minha calça, a tela está trincada mas tá funcionando. Tem uma mensagem de Felipe, Emma e Benjamin.Felipe: Obrigado por ter me defendido hoje, espero que não tenha problemas.
Apago a mensagem e leio a de Emma.
Emma: Foi muito ruim? Sinto muito Will, me responda assim que puder.
Resolvo responder Emma e então envio.
Willian: Nada que eu já não tenha passado, tô precisando beber.
Ela não demora a responder.
Emma: Passo ai as 20:00.
Respiro fundo e coloco o celular na cabeceira da cama, ligo pro Ben mais tarde. Pego água no freezer e tomo um remédio para dor, me deito na cama e fico pensando até cair no sono...
Acordo assustado e suando, meu celular está tocando então atendo.
- Tô aqui fora, cadê você? - olho pra tela do celular e vejo o nome da Emma, já são 20:15.
- Acabei dormindo demais, já vou descer. - digo e desligo. Tomo um banho rápido e me arrumo, desço as escadas apressado e saio de casa. Emma está encostada em seu carro fumando um cigarro, vou até ela que me olha com pena ela sabe o quanto odeio isso.
- Vamos logo. - digo e entro no meu carro para seguir o seu. Saímos rápido dali e não demora para Emma estacionar no bar que costumávamos ir antes. Assim que entramos vamos para o balcão beber e pedimos duas caipirinhas.
- Tô suspenso então posso encher a cara. - digo e ela da risada.
- Como se não estar te impedisse de alguma coisa. - diz Emma me encarando e eu sei o que ela quer saber.
- Não quero falar sobre isso Emma, vamos só encher a cara e pronto.- digo meio rude e ela assente.
- Ficou bravo por eu ter limpado a barra do Felipe? - ela pergunta.
- Não, você fez o certo. - digo e ficamos em silêncio de novo, Emma esta me olhando novamente. - Fala Emma.
- Não precisa me tratar desse jeito, você sabe que somos amigos. - diz Emma e eu a olho.
- O que ele fez? - pergunta Emma.- O de sempre Emma.- digo.
- Ele te bateu? - ela pergunta não contendo sua surpresa.
- Sim mas, já estou acostumado com ele. Não se preocupe. - digo para ela sorrindo forçado, Emma me encara mais um pouco e bebe da sua bebida.
- Não deveria estar acostumado Will, deveria sair daquela casa enquanto pode. - ela diz depois de um longo gole e eu faço o mesmo.
- Não posso Emma. - digo tentando parecer indiferente a tudo isso.
- Precisa tentar Will, podemos dar um jeito nisso. - diz Emma e eu vejo seus olhos se encherem de água.
- Não vamos começar de novo Emma, não quero ser rude com você. - digo com raiva e ela se cala, termino minha bebida e peço outra, Emma faz o mesmo.
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Você pertence a mim (ROMANCE GAY)
Teen FictionWillian Collins é um garoto de 18 anos cujo a rebeldia sempre foi uma válvula de escape. Com uma relação familiar conturbada Will cresceu sem muita demonstração de afeto tornando-o um garoto extremamente grosseiro. Will sempre foi muito possessivo...