Chapter Eighteen.

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ALICE


Já não sei quanto tempo havia passado desde que ela havia saído por aquela porta, e eu ainda tinha o mesmo olhar incrédulo. Nem sabia explicar que diabos de mistura de sensações era aquela que me rodava de dentro para fora, mas não conseguia colocar a cabeça para pensar direito. Eu ainda não acreditava que ela tinha me largado ali daquele jeito.

— Amor?

Levantei a cabeça em direção à porta na mesma hora, esperança vaga de quem é acostumado a ser trouxa. E só leva balde de água fria na cara. Para variar.

Foi Diego quem veio em minha direção, fechando a porta atrás de si. Estava apoiada ainda na parede, e o observava enquanto andava.

— Eu estava te procurando, você tinha sumido. O que aconte... ?

Ele que me desculpasse, mas eu não queria conversar agora. Assim que chegou perto o suficiente, eu o puxei pela gola da camisa, puxando seu corpo contra o meu, que bateu com um choque muito maior do que antes. Ele era duas vezes o meu tamanho. Tive que ficar um pouco nas pontas dos pés para poder alcançar a boca dele, já que ele lerdou para entender o que eu queria.

— Alice... — falou contra meus lábios, com um riso nervoso — O que aconteceu? Está tudo bem?

— Não foi nada. — puxei seus cabelos, adentrando meus dedos na raiz dos mesmos — Só tranca a porta, e me beija.

Quando ele finalmente entendeu que eu não estava para conversas, foi mais fácil. Ele fez o que eu pedi, e foi atrás de ver se não tinha ninguém por perto antes de trancar a porta. E, quando voltou, me beijou com vontade, invadindo minha boca com a língua em um beijo molhado.

Molhado demais.

Por que, com homens, era tudo sempre "demais"? Mão demais, aperto demais, força demais, credo.

Mas ainda assim, deixei que ele fizesse o que ela não fez. Porque eu tinha dado liberdade para isso no momento em que passei a mão dele em mim, e não dava para voltar atrás depois. Mas no momento em que ele me tocou, meu corpo recuou na mesma hora. Porque não era ele quem deveria estar ali. Não era o toque dele que o meu corpo pedia.

A cada toque dele em meu corpo, a lembrança do toque de Catarina queimava mais forte, me fazendo considerar o quanto poderia ser errado estar ali com ele. Meu corpo o rejeitava dentro de mim, como se fosse um vírus e meu organismo lutasse contra ele. Eu o obriguei a aceitar. Mordi o lábio o mais forte que pude, engolindo a dor que sentia, enquanto ele aumentava o ritmo, pensando que os meus gemidos eram de prazer.

Quando não aguentei mais a dor, tive que apelar, me forçando a ir um pouco mais além. Angélica fazia uma brincadeira comigo sobre o quanto eu usava bem a boca, e se referia à comida, mas também tinha outros pontos; um oral com certeza me livraria daquilo mais rápido. Seus gemidos eram roucos e cada vez mais altos enquanto eu me esforçava o quanto podia para trazer o seu ápice, já que já tinha fingido o meu. A verdade era que ele nunca tinha me feito chegar lá. Excitar o corpo masculino era bem mais fácil do que o feminino. O segredo do oral era fácil. Variar entre chupões, usando não só a boca, mas também a língua. E manter a mão bem longe até que chegasse ao ápice.

Seu corpo pesava em cima de mim, e eu sentia o meu corpo arder. Mas não era o tipo de ardor que eu queria. Não do mesmo jeito que sentia antes. Alguns minutos antes. Era um ardor diferente, eu só sentia raiva. Era quase como um desejo de provar alguma coisa. Quase não, era um desejo de provar que eu estava certa. Queria esfregar na cara dela que não faria diferença ela estar ali ou não.

ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora