Chapter Forty Four.

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— Como assim era tudo mentira?! — Angélica repetiu pela terceira vez — Mentira, mentira?

— Mentira, mentira.

— Tudo?! — enfatizou.

Respirei fundo.

— Tudo.

— Então tu e Diego... — ela engasgou, depois afirmou a voz — Era mentira desde o começo?

— Não. — fui rápida — Não, claro que não. No começo, era... Não foi nada planejado. A gente se conheceu, ele me tirou da lama, eu me apaixonei por ele...

— Por ele ou pelo que ele fazia por tu?

— Oi?

— Ele te tirou da lama. — usou minhas próprias palavras — Na grande maior parte desses casos, a gente só repara no cavalo branco e na armadura brilhante, sem nem se importar com quem é o cavaleiro.

Mordi o lábio.

— Ele me fazia bem. Bem demais. — respirei fundo — E eu poderia sim, ter me apaixonado por ele de verdade.

— Se Catarina não tivesse voltado. — ela complementou.

Balancei a cabeça positivamente.

— Então ele sabia da Catarina?

— Desde o começo, não. No começo, era só eu e ele. E o sentimento que eu tentava matar dentro de mim, mas pense em um bichinho duro na queda. — tentei fazer piada, mas Angélica não sorriu e eu suspirei — Eu fiquei dividida entre o que estava me fazendo bem, e o que eu sabia que acabaria me fazendo mal, mas que era exatamente o que eu queria. E a minha cabeça ficava: para que você vai se meter nisso de novo? Está tudo tão bem aqui, por que voltar para esse caminho de confusão? — dei com os ombros — E em parte, minha cabeça tinha razão, sabe? Mas aí, quando teve o acampamento...

— O acampamento em que vocês sumiram, e que depois tu adoeceu? — apertou os olhos — Inclusive, onde vocês foram parar? Engraçado como a gente mal conseguiu conversar direito depois disso, porque parece que a rotina toda apertou de uma forma...

Mordi o lábio. Tinha esquecido o quão grande era o "tudo" que ninguém sabia.

— Bom...

— Alice!!! — ouvi a voz no final do corredor e virei o rosto rapidamente.

Aline se aproximava em um passo rápido, ainda com o telefone na mão.

Fiz sinal de silêncio para ela.

— São 6h da manhã. Quer acordar os vizinhos?

— Foi mal. — abriu um sorriso tímido — O papai acordou.

— É mesmo?! — falei rapidamente — E como ele tesá?

— Está bem. Disse estar sentindo dor, apenas. Por causa do exame lá, que fizeram.

— É, é um procedimento chatinho. — passei a mão no rosto, sentindo um alívio dos grandes ao menos por um segundo — Você falou com ele?

— Bem rapido. A mamãe passou o telefone, mas ele não podia falar muito. Mas ainda assim, está bem melhor.

— Isso é bom. Ela falou mais alguma coisa?

— Não. Só perguntou como estavam as coisas aqui, e a que horas a gente ia para lá.

Mordi o lábio, e encarei Angélica meio de canto, antes de voltar à Aline.

— Faz o seguinte, vai tomar um banho e arrumar as tuas coisas que a gente vai.

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