Chapter Twenty Four.

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Ela não fez cerimônia antes de adentrar até a altura do pescoço na água. E eu continuei a observá-la, que me olhava com um sorriso, antes de inclinar a cabeça para trás e boiar. Pude observar enquanto cada gotícula de água escorria pelo corpo moreno, deslizando pela pele arrepiada do frio. E ela parecia nem sequer se importar. Observei cada pequena curva de seu corpo, antes que ele submergisse novamente, e eu encontrasse apenas seus olhos que me observavam com um sorriso de canto.

— Tu não vem? — perguntou simplesmente, jogando um pouco de água na minha direção.

Por reflexo, desviei. Mas logo em seguida, revirei os olhos. E sinceramente? Dane-se. Puxei o meu moletom por cima da cabeça, tirando também a blusa. Mas mantive o short onde estava, antes de ir em direção à água. Ela me parou com mais um jato de água, e eu a encarei.

— O que foi?

— Falta uma peça. — indicou com o queixo para o meu short, e eu ergui uma das sobrancelhas voltando a observá-la, que me deu os ombros com um sorriso inocente — Direitos iguais, ué.

Ela me arrancou uma risada baixa com a tamanha cara de pau. Mas de fato, estava certa. E eu tirei a peça que faltava, me igualando a sua situação de apenas duas peças íntimas. Seus olhos percorriam meu corpo, sem discrição nenhuma, enquanto eu adentrava a água.

E para ser sincera, achei que estaria mais fria do que realmente estava.

— Não conhecia esse lado seu. — repuxei os lábios em uma risada baixa.

— Que lado? — ela nadou lentamente para perto de mim — Direta?

— Impulsiva.

— Ah, isso aí é culpa sua. — ela me jogou água, e eu ergui uma das sobrancelhas, passando a mão no rosto.

— Minha, não. — joguei água nela de volta — A culpa é sua e da sua incapacidade de digerir álcool.

— Lá vem você falar de jeito culto comigo. Sabe que eu não ando com o dicionário de lado, não é? — brincou e eu revirei os olhos.

— Nem precisa de dicionário para entender que estou te chamando de bêbada.

Ela sorriu, revirando a água ao nosso redor enquanto nadava para vir se postar à minha frente.

— Tu sabe que eu não estou mesmo bêbada, não é? — puxou um outro sorriso travesso, fazendo com o que meu coração errasse outra batida — Eu só queria tirar tu de lá. — falou simplesmente — Só queria ter um tempo contigo sem ter medo que alguém saia debaixo de uma pedra, de repente.

— E por que queria ter um tempo comigo?

Ela me encarou por alguns segundos.

— Porque eu sinto tua falta. — repetiu as mesmas palavras que havia ressoado no carro, dessa vez me encarando nos olhos — Sinto falta de estar assim contigo, de te sentir perto de mim. — suas mãos de repente se encontravam na pele de meu pescoço, à medida que o seu corpo lentamente se encostava ao meu.

— Alice...

— E você tem razão. — ela me cortou — Eu realmente sou péssima com bebida, eu não sei beber, mas eu precisava parar de pensar só um pouquinho, sabe? — seus dedos se destrinchavam por dentre os fios do meu cabelo molhado na nuca, e eu mordia o lábio em resposta — É aquele ditado de a bebida entrar e a verdade sair, e eu só tenho feito mentir, já estava na hora de variar um pouquinho. — apertou as unhas contra a pele de minha nuca — Só um pouquinho jogar meus pensamentos para bem longe e poder fazer o que eu queria sem pensar na merda que podia dar.

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