Chapter Twenty Two.

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— Mas como assim tu tem que voltar?! — Alice perguntou pela trigésima vez — É final de semana! Você agora vive em um trabalho escravo?

— Eu sei, amor. Só que vocês tem show no próximo final de semana, e a gravação tem que estar pronta. — ele se aproximou dela para depositar um beijo na altura da testa — Eu tenho passado mais tempo no setting de filmagem do que no estúdio de gravação, não é? Logo Juan me substitui por outro guitarrista.

Ela o encarou, olhando para cima.

— Tu está dizendo que é minha culpa? — falou manhosa. O que me fez revirar os olhos.

— Não estou dizendo que é sua culpa, mas de qualquer forma eu tenho um dever com eles. Estão precisando de mim, e eu tenho que ir.

— Então todos voltamos. — Juliana se intrometeu e eu a olhei meio de lado.

— Que voltar todo mundo o quê? — Gabriel também se meteu — Eu estou muito a fim de comer marshmallows na fogueira. E contar histórias de terror.

— Mô, tu sabe que a parte do terror não vai rolar, não é? — Angélica falou, sentada de dentro da van e ele mandou um beijo para ela.

— Mas pelo menos vocês cantam uma palinha para nós, e está tudo certo.

— Gabriel tem razão. — Diego falou — Eu tenho que voltar, e o frentista falou que daqui a pouco vai passar um ônibus. — coçou a nuca, enquanto olhava o relógio — E eu só não pego um carro porque possivelmente demoraria mais. Mas enfim, vocês vão, e aproveitem.

— E você, por que está querendo voltar? — falei baixo, perto de Juliana.

— Eu já não sabia se era uma boa ideia antes. — me encarou meio séria, antes de me virar as costas e entrar na van — Agora tenho certeza.

Eu não preciso e nem irei relatar todo o mimimi da "despedida", enquanto esperávamos o ônibus junto com Diego. Parecia até que seria uma viagem de meses, enquanto ele se pendurava no pescoço de Alice, já reclamando de saudades. Era nauseante de assistir, e parecia que eu nem conseguia desviar os olhos.

Mas ao menos o frentista estava certo, e de fato, o ônibus não demorou.

— A gente não já passou por aqui antes? — Angélica encarava a janela, agora na frente, ao lado de Gabriel.

Juliana quis correr para longe de mim, então também sentou na fileira da frente, na janela, a uma cadeira de distância de Martín. E eu a imitei, indo me sentar na janela, também a uma cadeira de distância de Alice, que me encarou de lado. Eu acompanhei o olhar de Angélica, e de fato, aquele par de árvores me parecia familiar.

Como todas as outras.

— Não, não... Acho que daqui a 2km fica a entrada da Vila Maromba. — olhava por baixo do espelho do carro para poder observar alguma coisa nas placas na estrada — Não?

É... não.

— Gabriel, nós já passamos da entrada de Maromba. Aqui já está em direção a Vila Maringá. — Juliana falou, com o rosto afundado na janela.

— Ao contrário, Maringá fica antes. Maromba fica mais para frente, pegando a estrada de terra. — me intrometi.

— Tá bom, gente, eu não faço a menor ideia de onde a gente está. Meu GPS era o Diego. — confessou, levando o carro pro acostamento.

— Que ótimo. — Alice afundou o rosto no encosto do banco à frente dela, e eu a encarei.

— Por que no quedamos aquí? — todos nós viramos quando finalmente ouvimos a voz de Martín novamente, que se manteve quieto durante todo o tempo.

ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora