Chapter Thirty One.

4.4K 314 187
                                    


ALICE


Tem horas que a gente passa por cada provação, e é por isso que eu acredito nessas coisas de Céu e Inferno, porque tem horas que essas coisas parecem que não vem de lá de cima não. Tem coisas que a gente fecha os olhos e começa a rezar o pai nosso, para pedir ajuda. A gente reza para Deus, Odin, Zeus, ou qualquer divindade que tu possa acreditar que exista, a gente se agarra em qualquer coisa para tentar ter força de resistir à tentação do mal. Apenas se agarra com uma fé cega de pensar que vai passar, que é só um teste, e resiste. Ou tenta resistir. Mas resistência é uma coisa complicada. Ainda mais nesse tipo de situação.

É engraçado quando a gente tenta buscar ajuda para sair de algo que não quer sair, porque é aquela ajuda fajuta. Você só está lá tentando tapar o céu com a peneira e fingindo que quer ajuda para sair de um buraco que, na verdade, quer estar. Porque por mais que eu estivesse xingando a Catarina naquele momento, nem meu anjo da guarda acreditaria que eu queria sair debaixo daquela cadeira. Tem horas que a vida gosta de brincar contigo e ver até onde vai, mas eu nunca fui muito de andar, de estender mais do que precisava. Para quê estender, não é mesmo? O negócio já está ali, a merda já está feita, agora a gente só rola nela e aprende a nadar.

Catarina mantinha um sorriso diabólico enquanto me fazia de instrumento para dedilhar como fazia com o próprio violão. Me observava com algo mais do que curiosidade. Eu observei enquanto ela descia com a boca pelo colo dos meus seios, e só consegui identificar a perversão em seu sorriso no momento em que eu soltei um gemido de surpresa quando ela decidiu tateá-los com a boca. Sem cerimônias. Sem aviso. Sem prévia.

Nada.

Nada que eu pudesse preparar meu psicológico.

Eu podia sentir a sua língua quente contra minha pele enrijecida. Levei às mãos até a altura de seus cabelos, porém fechei-as em um punho cerrado, lembrando da porcaria da regra de não poder tocar. Eu nem sequer mais conseguia ouvir a música, e olha que meu ouvido era treinado para ouvir um toque de violão a quilômetros de distância, mas o único toque que eu sentia no momento era o seu. Enquanto eu, sem sucesso, mordia o lábio para tentar prender os gemidos.

— Você se rende? — sua voz era de uma malícia gritante.

— Você não ganha tão fácil. — minha voz saiu esganada.

— Vamos ver. — ela sorriu com isso.

Tinha subido novamente, e agora o seu corpo se inclinava por sobre o meu. Eu acompanhava com os olhos o decote cheio que o espartilho proporcionava, mas odiando que ele estava ali tapando minha visão.

Seu cabelo escorria caído de lado pelas laterais do meu rosto, enquanto ela aproximava o rosto lentamente do meu, e quando seus lábios estavam próximos o suficiente para que eu pudesse sentir sua respiração e ir em busca deles, ela afastava novamente. Esboçando um sorriso. E eu trincava os dentes, cada vez com mais força, assim como apertava minhas mãos. Aos pontos que os tendões dos dedos já estavam doloridos.

O quadril ainda se mexia por cima do meu, e o meu corpo cada vez mais respondia de uma forma mais intensa. E eu sabia que ela podia sentir, pois cada vez que eu sentia a umidade entre minhas pernas aumentar, ela aumentava também o ritmo, e o sorriso se alargava mais malicioso. Principalmente quando eu não conseguia conter o gemido. Nessas horas eu percebia que ela não tinha mentido.

Ela realmente era uma puta.

Mas quer saber? Ela era a minha puta.


ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora