Chapter Forty Seven.

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— Isso é uma péssima ideia!

Dei um pulo quando Gabriel abriu a porta pela décima vez.

— Shiu. Não é a melhor das ideias, mas também não é péssima. — puxei-o para dentro novamente — Termina de se vestir.

Ele revirou os olhos mas trocou a camisa que estava, substituindo-a pela bata azul que havia acabado de entregar.

— Mas ele está certo, Alice. — Angélica falou mais baixo, enquanto trocava a própria calça — Todo mundo conhece a gente aqui na cidade.

— Nisso a gente dá um jeito. — falei com a voz já meio abafada enquanto acabava de amarrar minha máscara, e logo em seguida entreguei a outra na mão dela.

— O que é isso?

— É para colocar na boca.

— Eu sei que é para colocar na boca, Alice. O que eu estou perguntando...

— Alguém já falou que vocês são loucas? — Gabriel ria de nervoso, enquanto vestia o jaleco por cima da bata azul.

— Gabriel, calma, não tem nenhum segredo. Ninguém vai nem desconfiar. — falei meio abafado e ele me encarou de novo — Ah, toma! Coloca no pescoço.

Ele encarou o estetoscópio com ar incrédulo.

— De onde você desenterrou essas coisas?

— Você esqueceu que eu estagiei em hospital? — ergui uma das sobrancelhas. Ele arregalou os olhos, entortando a cabeça.

— Você já tinha me dito isso?!

Revirei os olhos.

— Tu ainda não explicou o que a gente vai fazer. — Angélica cutucou meu braço, desviando minha atenção de Gabriel.

Mordi o lábio, enquanto encarei os dois.

— Só temos que conseguir o prontuário do meu pai.

— Como é?!

O coro foi uníssono entre os dois, assim como o pulo dos três quando a porta se abriu. Poderíamos ter congelado ali mesmo.

— O que vocês estão fazendo aqui?

Minha garganta fechou no momento em que nos viramos para a mulher que se postou na entrada da porta. Tinha a expressão confusa, mas não necessariamente severa. Por baixo da franja acobreada que cobria a testa — que parecia ser bem grande, por sinal — os olhos estavam curiosos.

— Nós... — Gabriel engasgou. Ela revirou os olhos.

— Vocês estão sempre querendo burlar as regras. Se o residente de vocês os pega aqui dentro na hora do expediente, não sei nem o que vai ser de vocês. — grunhiu — Com quem vocês estão?

— É... Nós... Não... — gaguejei novamente, e logo engoli em seco — A gente acabou se atrasando, estava muito transito. — mordi o lábio — Você não vai dedurar a gente, vai?

Ela revirou os olhos de novo. Eita mulher amarga.

— Anda, vão logo. Desapareçam daqui antes que eu mude de ideia.

— Tu é um anjo, obrigada. — forcei um sorriso abafado pela máscara, logo em seguida empurrando Gabriel e Angélica pela porta, passando raspando ao lado da enfermeira.

Angélica também agradeceu baixinho, mas Gabriel quase tropeçou nos próprios pés assim que saímos pela porta.

— A turma do Dr. Santos foi para a emergência. — ela falou por sobre o nosso ombro assim que passamos.

ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora