Chapter Thirty Three.

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— Eu só quero que vocês entendam a gravidade do que fizeram. — a voz soou firme pela sala — E espero indefinidamente que não se repita. Porque não vou estar por perto para livrar a cara de vocês todas as vezes, e uma próxima pode ser muito pior.

— Você nunca está por perto, de todo jeito.

Ele ergueu uma das sobrancelhas.

— O que está insinuando?

Respirei fundo, encostando a cabeça no sofá.

— Nada, pai. São 8h da manhã. Pelo amor de Deus, podemos ter essa conversa uma outra hora?

— Sabe, Catarina, todas as vezes que eu penso que você finalmente está demonstrando algum tipo de maturidade, logo depois você me decepciona. Porque continua a mesma menina mimada que fazia birra e greve de fome, só para ter atenção. — falou e abri a boca para me defender, mas ele cortou, fazendo um sinal de advertência com o indicador — Eu só estou preocupado. Você está começando a subir sua carreira agora, um golpe desses e tudo pode ir por água abaixo. E isso vale o mesmo para sua amiga. Não é, Alice? — ele desviou o olhar de mim para Alice, de repente — Aliás, você é quem tem mais a perder. Estou certo?

— Ah, mas deu tudo certo no final, não deu? — Alice parecia inquieta, sentada ao meu lado no sofá — Não precisa desse estardalhaço todo.

— Será que não? — ele ergueu uma das sobrancelhas, encarando-a diretamente, que se recolheu ao meu lado no sofá.

Desviei meus olhos dele para ela, e depois para ele novamente.

— Desculpa, eu estou perdendo alguma coisa aqui? — uni as sobrancelhas — O que está acontecendo?

— Não é nada, filha. Eu só estou preocupado com o futuro de ambas. — ele desviou os olhos de mim para ela novamente — Como pai, e como advogado.

Uni as sobrancelhas e olhei para Alice quase de súbito, que parecia ter uma expressão quase dilacerada no momento.

— Como assim "advogado"?

Ela respirou fundo, antes de se virar para mim.

— Juan contratou o seu pai. — suspirou — Por conta de umas questões burocráticas. pelo que aconteceu... Tu sabe, no acampamento.

— Você diz a prisão? — enfatizei.

— Não precisa ficar repetindo isso o tempo todo! — resmungou.

— Não tinha nenhum outro advogado na cidade para contratar? Tinha que ser o meu pai?

— Era mais fácil, como já tinha sido ele quem tinha resolvido as coisas. Era melhor do que chamar uma terceira pessoa, e envolver mais gente nessa história. — mordeu o canto do lábio — Juan achou melhor assim.

— Você não tem mais voz, não?

Ela suspirou.

— Para com isso, eu não quero brigar. Já está tudo certo, não tem que se preocupar.

— Crianças, vamos nos acalmar. Vamos nos sentar à mesa para tomar café todos juntos, que tal?

— Dispenso.

Era feio levantar e dar as costas para todos que estavam ali? Era. Mas no momento eu não estava ligando muito. Esse era aquele típico complexo de "corno manso", a questão de "ser o último a saber", era isso o que me tirava do sério. Como se todos soubessem de algo enquanto eu fazia papel de besta, acreditando em um roteiro inanimado quando havia algo entre as linhas, bem diante dos meus olhos, e eu não conseguia ver.

ConsequênciasOnde histórias criam vida. Descubra agora