Aulas

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Carol POV

Já era terça-feira. Na segunda, almocei com Bruno e voltamos ao colégio. Tive aula na mesma sala dele e então ele me levou para casa, antes que eu resfriasse.
Hoje, com roupas secas, uma jaqueta jeans, cropped branco e calça preta, fiz apenas um coque, tomei café da manhã com ele no Dinner e fui para a aula do Sr. Shange.
Ao abrir meu armário, comecei a procurar entre os livros o resumo que ele havia pedido.
Nada.
Na mala?
Nada.
Comecei a desesperar.
Ok Carol, calma. Dá tempo de você fazer se for para a sala agora.
Fui em direção a sala, sentando no meu lugar de sempre, peguei o caderno e comecei a escrever, lutando contra o tempo.
Day: - então estamos na mesma classe outra vez. - ela se jogou na carteira atrás de mim. Vi de relance que ela usava uma jaqueta militar pesada, um gorro beanie escuro e tinha headphones no pescoço, além de luvas sem os dedos- o lugar está ocupado? Bom, agora está, por mim.
Revirei os olhos, tentando esconder o riso. Ela se inclinou na minha direção.
Day: - Então. Senti sua falta ontem.
Carol: - m-minha falta? - parei de escrever e a olhei por cima do ombro.
Day: - é. Não foi depois da aula no Dinner. É o meu horario de trabalho.
Carol: - Ah. É que eu fui na hora do almoço...
Day: - não mente para mim. Você mora lá no Dinner. Estava fugindo de mim?
Eu senti o rosto esquentar. Ela arqueou as sobrancelhas, com um sorriso debochado.
Carol: - e-eu... eu... não! Céus. O que te faz pensar isso?
Day: - eu estava brincando. Calma. Não precisa ficar vermelha - ela sorriu. Dei um sorriso amarelado para ela e voltei a escrever. Que droga! Por que ela me desconcertava desse jeito?
Carol: - Desculpe mas, eu preciso terminar isso aqui.
Day: - tudo bem.
O silencio permaneceu, já que ainda faltava meia hora para o inicio da aula.
Day: - ...e assim que os feiticeiros acabaram por uma auto sabotagem ao negar participar da guerra, se deixando ficar como uma classe baixa da sociedade, se tornando a maioria bruxos e ciganos.
Carol: - eu conheço isso. - me virei para trás. Dayane tinha papel em mãos. - fui eu quem escrevi! É o meu trabalho!
Dayane: - é. - ela sorriu tranquila. - Caroline Biazin. Foi assim que eu descobri seu nome, já que você não se apresentou em momento algum para mim.
Carol: - você roubou meu trabalho?
Day: - Ei! Daonde você tirou isso? Se prestasse atenção, veria o meu nome no seu livro de história. Nós trocamos sem querer ontem quando topamos.
Baixei a cabeça e verifiquei o livro. Lhe entreguei, quieta, enquanto ela devolvia meu livro e meu trabalho.
Carol: - me desculpe. Começamos errado. - a fitei, com medo, mas ela continuava tranquila.
Day: - está tudo bem - me extendeu a mão. - eu sou a Day.
Aceitei o aperto de mão.
Carol: - Carol.
Ela sorriu, e meu corpo automaticamente sorriu de encontro. Então ela apoiou o queixo na mão, com o cotovelo sobre a carteira.
Day: - por que o preconceito com feiticeiros? Só por que você é uma raça de elite?
Carol: - não tenho preconceito com feiticeiros.
Day: - não é o que parece no resumo. É quase uma resenha, na verdade.
Fiquei sem jeito.
Carol: - eu juro que não é preconceito.
Day: - hm. Eu sei. Todo mundo é ensinado a odiar feiticeiros. Não te culpo. Mas me diga, você tem medo de feiticeiros?
Carol: - você tem?
Day: - óbvio que não.
Sorri.
Carol: - então... trocamos mais algum livro?
Day: - para o meu azar, não.
Carol: - para o seu azar?
Day: - é. Talvez eu pudesse usar para te chantagear.
Carol: - você não faria isso...
Ela me encarou.
Carol: - faria?
Dayane explodiu em um riso harmonico, e eu acabei rindo junto.
Day: - você é inocente assim ou fez curso?
Carol: - cuidado Dayane, eu posso ser uma cobra.
Day: - uau. Se transforma em uma, quero ver.
Carol: - ah pronto!
Day: - anda, vai.
Carol: - eu não sei.
Day: - como assim? O colégio não ensina.
Carol: - ensinam por função.
Day: - não acredito. E você não pratica sozinha?
Carol: - eu devia?
Dayane apenas levantou as sobrancelhas, como quem dizia "pode apostar que sim".
Carol: - eu nem tenho onde praticar...
Day: - pois eu tenho. Podemos marcar de ir lá. Pode chamar o seu amigo...
Carol: - o Bruno.
Day: - isso. O Bruno.
Sorri.
Carol: - mas quando, se você trabalha?
Day: - a gente dá um jeito. Alias, eu folgo quintas e sábado.
Carol: - combinamos para quinta?
Day: - a disposição.
Carol: - e onde é?
Day: - você vai ver quando chegarmos lá. - piscou.
Meu estomago gelou e me limitei a sorrir. Mas não podia negar, eu estava ansiosa para quinta.

Saímos da aula mais chata do mundo e paramos na saída da porta.
Dayane suspirou, olhando em volta e colocando as mãos no bolso. Depois apontou com o polegar por cima do ombro:
Day: - eu... combinei de encontrar o Dreicon e os rapazes. Você... tem planos para agora?
Carol: - Ah. Eu... vou me encontrar com o Bruno.
Day: - então eu... te encontro no Dinner? Depois da aula? - sorriu - o de hoje por minha conta.
Carol: - preto e sem açúcar - pisquei e ri.
Day: - então combinado - ela soltou a mão ao lado do corpo, como se fosse fazer algum gesto mas não fez. - estou indo. - ajeitou a mala nas costas e saiu.
Carol: - até depois - falei, abracada aos meus livros.
Ela deu um tchau com a mão, sem virar para trás, e seguiu o caminho.
Virei sobre meus calcanhares e estremeci. Bruno. Eu tinha que encontrar o bruno.
Sai andando apressada pelo corredor, e o vi saindo da sala. Acertei o passo até ficar ao seu lado, no mesmo ritmo.
Carol: - você não sabe o que aconteceu.
Bruno: - dreicon te beijou?
Carol: - o que? Não! - falei com nojo e ele riu. - Monkie!
Bruno: - só fala. - ele sorriu, me olhando - Jackie. - parou abriu o proprio armário, me dirigi ao meu (uma porta de distancia do armario dele).
Carol: - preciso da sua ajuda. Não marque nada para quinta.
Bruno: - o que você esta aprontando?
Carol: - Eu não sei como - o encarei, séria. - Mas Dayane nos convidou a treinar mutação quinta depois da aula.
Bruno: - o que? Carol isso é contra as normas do colégio.
Carol: - eu sei. Não é legal? Mas não vai ser aqui. Ela disse que tem lugar. Bruno, é a nossa chance de melhorar a nota. Você viu ela se transformando na aula ontem?
Bruno: - eu confesso que ela é tão boa quanto Dreicon, ou até melhor. Mas e se pegarem a gente?
Carol: - monkie. Somos metamorfos. Ninguém pega a gente. Eu preciso melhorar a nota.
Bruno: - sério, Carol?
Apenas o olhei, com carinha de cachorro.
Bruno: - não não essa carinha não.
Carol: - por favor - afinei a voz, e ele desviou o olhar.
Suspirou.
Bruno: -okay. Uma chance. Se não der certo você desiste dessa loucura.
Dei pulinhos de excitação e o abracei.
Carol: - obrigada obrigada obrigada!!

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E aí pessoal, como voces estão?
Eu estou adorando tudo isso, confesso.

Até a próxima!

Beijos da

metamorphosis - dayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora